segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Caso Egito


07/02/2011
 às 22:32

Irmandade Muçulmana ameaça deixar diálogo com governo do Egito

Da Reuters:
A Irmandade Muçulmana, o maior bloco de oposição do Egito, ameaçou deixar o diálogo com o governo do país, que sofre pressões desde o dia 25 de janeiro, quando a população tomou as ruas do Cairo e de outras cidades exigindo a renúncia do presidente Hosni Mubarak. Os opositores disseram que podem sair das negociações caso suas exigências não sejam atendidas.
“Estamos avaliando a situação. Vamos reconsiderar toda a questão do diálogo”, disse Essam el Erian, dirigente da Irmandade Muçulmana, na segunda-feira. “Vamos reconsiderar segundo os resultados. Algumas das nossas exigências já foram atendidas, mas não houve resposta à nossa principal exigência, de que Mubarak saia.”
A oposição pleiteia uma reforma constitucional que leve a eleições livres e limpas, limite a quantidade de mandatos presidenciais, dissolva o Parlamento, permita a libertação de presos políticos e suspenda a lei de emergência.
O governo divulgou uma nota após a primeira rodada de reuniões, no domingo, dizendo que havia acordo sobre os rumos do processo, mas com poucas concessões à oposição. A nota sugere que as reformas serão implementadas com Mubarak ainda no poder até setembro. Também impõe condições para a revogação da lei de emergência, que segundo a oposição é usada para reprimir dissidentes.
Depois do início da crise, Mubarak nomeou um novo gabinete, que na segunda-feira prometeu, na sua primeira reunião, manter subsídios e atrair investimentos estrangeiros. O gabinete ainda decidiu aumentar o salário de funcionários públicos, uma medida que parece ser uma tentativa do governo de apaziguar as manifestações.
A Irmandade Muçulmana é o mais bem organizado grupo oposicionista do Egito, apesar de estar na ilegalidade há décadas. Seus membros participam das eleições como candidatos independentes, mas a lei impede que postulantes com esse status sejam eleitos para a presidência.
O grupo é sunita e fundamentalista, embora tenha abandonado as armas. Ainda assim, aliados do Egito como os EUA e Israel preferem manter o poder longe das mãos do bloco, embora Washington tenha dito várias vezes que as negociações devem incluir todos os setores da oposição egípcia.
Por Reinaldo Azevedo



07/02/2011
 às 22:36

O Hezbollah diz tragicamente a verdade. Deve ser a primeira vez: próximo regime egípcio se afastará de Israel

No Estadão Online:
O secretário-geral do grupo xiita Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, disse hoje que o levante popular no Egito irá mudar o Oriente Médio porque significará o fim de um regime que manteve a paz com Israel. Segundo ele, qualquer liderança que acabe emergindo no Egito, após o presidente Hosni Mubarak, se afastará de Israel, deixando o Estado judeu ainda mais isolado. Além do Egito, o único outro país árabe que possui um tratado formal de paz com Israel é a Jordânia. O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, em 1979, e, desde então, o acordo foi escrupulosamente respeitado. No discurso, Nasrallah questionou se os árabes querem ficar “ao lado de Israel, que deseja proteger esse regime (Mubarak), ou com a revolução que quer derrubá-lo”. As informações são da Associated Press.
Por Reinaldo Azevedo

A Novela de Belo Monte


07/02/2011
 às 19:57

OAB pede paralisação de Belo Monte

Na Folha Online. Volto no próximo post:
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, pediu ontem que as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte não sejam iniciadas antes da obtenção da Licença de Instalação definitiva, não a parcial concedida pelo Ibama.
Segundo informações da Ordem, Cavalcante atendeu a um pedido do presidente da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos, e do vice-governador do Estado, Helenilson Pontes.
Segundo ele, os empreendedores terão de cumprir as 40 condicionantes impostas pelo Ibama na Licença Prévia antes de iniciar qualquer ação na região.
Com a Licença de Instalação parcial, a Nesa (Norte Energia S.A.) recebeu autorização para desmatar 238 hectares de florestas para a montagem dos canteiros de obra e acampamentos dos sítios Pimental e Belo Monte, onde serão construídas as duas barragens.
O presidente da OAB nacional apelou à Justiça Federal que conceda, com urgência, liminar suspendendo a licença dada pelo Ibama. A décima ação civil pública contra o empreendimento aguarda análise ainda em 1ª instância.
Por Reinaldo Azevedo



07/02/2011
 às 20:12

O governo vai aumentando o belo monte de Belo Monte

Leia primeiro o post acima

O presidente da OAB resolveu recorrer contra a licença parcial — ou temporária, sabe-se lá — concedida pelo Ibama para a construção de Belo Monte, a usina das exceções. Tio Rei acordou verde hoje, verdíssimo! Ontem, confesso, eu fiquei bem alvinegro, alvinegríssimo, quando o Coringão(zinho) enfrentou o Palmeiras… Na verdade, a licença do Ibama é para construir o canteiro de obras. Sei…
Procedimento estranho, né? Digamos que as condicionantes impostas pelo órgão não se cumpram depois — é uma hipótese que pode até ser improvável, mas é plausível. Nesse caso, faz-se o quê? Eu não estou entre aqueles que morrem de amores por ambientalistas, mas não aprovo que um órgão público se transforme numa central de gambiarras, ainda que a causa fosse boa. Se é, dispensam-se os truques.
Belo Monte, que deveria ser um empreendimento financiado pela iniciativa privada, já nasceu sob um arranjo heterodoxo que a torna, de fato, uma obra financiada pelo estado. Agora, vem essa estranha licença dada pelo Ibama. O que parece, e consta que isso não é só impressão, é que o governo decidiu correr sem saber direito para onde vai. É uma brincadeira cara demais para ser tocada assim, com essa ligeireza legal.
Por Reinaldo Azevedo

Estão querendo enfiar a mão no seu bolso...


07/02/2011
 às 19:16

Líder do PT aponta reforma política como prioridade do ano

Leiam o que vai na Folha Online. Volto no post seguinte:
Por Maria Clara Cabral:
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), afirmou nesta segunda-feira (7) que a reforma política é a prioridade do partido neste primeiro ano de governo Dilma Rousseff. Segundo ele, os pontos principais são o financiamento público de campanha, a intensificação dos mecanismos de participação da sociedade no parlamento e o voto em uma lista pré-ordenada. política
Teixiera explicou que uma das ideias é aumentar o número de plebiscitos e referendos para “saber o que o povo pensa sobre determinado assunto”. Para ele, o atual modelo de financiamento privado não ajuda a fortalecer os partidos. O líder do PT cita ainda a necessidade de ampliar a presença feminina no parlamento.
O tema foi tratado em seminário do partido, que acontece na tarde de hoje em Brasília, chamado de “Planejamento Estratégico”. O encontro teve início com uma explanação do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), que falou sobre as perspectivas e desafios para a Legislatura.
O presidente da legenda, José Eduardo Dutra, e o ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) também estiveram presentes.O encontro continua amanhã com um aprofundamento nas discussões sobre reformas política e tributária, na comunicação social, Código Florestal, royalties do pré-sal, PEC 300, salário mínimo e Imposto de Renda.
BRIGA INTERNA
O seminário tratará amanhã também das indicações para presidências de comissões. Há um impasse no partido sobre quem deve comandar a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), principal comissão da Câmara.
As duas tendências disputam a vaga, com João Paulo Cunha (PT-SP) e Ricardo Berzoini (PT-SP). Para tentar acabar com o impasse, o líder Paulo Teixeira sugeriu que Berzoini fique com a presidência da Comissão de Finanças. O arranjo, porém, depende do PMDB, que tem a segunda escolha. É preciso saber se vão ficar com a Comissão de Saúde ou com Finanças. Caso optem por Finanças, uma das alternativas é compensar Berzoini com um cargo na Comissão de Orçamento.
“Estamos consultando todos os membros, vamos fazer um bloco para contemplar o conjunto da bancada. Vamos ver todos os espaços”, disse Paulo Teixeira.
Por Reinaldo Azevedo



07/02/2011
 às 19:40

PT promete enfiar a mão no seu bolso; com quem você pode contar?

Leia primeiro o post acima:
Abaixo, há um post em que Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, fala sobre a importância da reforma política e defende o financiamento público de campanha, o voto em lista e a intensificação de plebiscitos e referendos para tornar a democracia mais, como posso dizer?, democrática. A experiência recente na América Latina indica que esses mecanismos de “consulta popular” sempre foram usados contra a liberdade individual em nome do suposto interesse público — que acaba se resumindo aos interesses de grupos militantes. Adiante.
Uma parte da oposição, especialmente aquela que pretende se abrigar sob as asas do senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez das tais reformas — também a tributária — o seu “Godot”, como já chamei aqui. Até que não se fale no assunto, então eles fecham o bico sobre o resto. E olhem que motivos não faltam para botar o dito-cujo no trombone! Nada! Faz-se um silêncio sepulcral. “É que as reformas vêm aí…”
Pois é… Talvez venham. E, como se vê, o maior partido do país quer enfiar a mão no nosso bolso para financiar as campanhas eleitorais, como se os partidos políticos já não custassem, entre fundo partidário e horário político na TV, mais de R$ 500 milhões — em ano não-eleitoral; quando há eleição, é muito mais por causa do horário eleitoral. Ou seja: já existe financiamento público.
Reparem que o PT também é favorável ao voto em lista, mecanismo que procura cassar dos eleitores o direito de decidir em quem vão votar. É verdade que eles elegem muita gente que não presta. Mas que sejam eles a fazê-lo, não as cúpulas partidárias. Uma reforma decente aproxima o eleitor do eleito, não o contrário. E há finalmente a proposta para  a plebiscitização da democracia, porteira aberta para a demagogia. A depender da regulamentação desse procedimento, a Constituição fica à mercê de grupos de assalto.
Pois bem: se as oposições estão esperando o Godot das reformas, seria prudente que, desde já, se entregassem ao debate. O que pensam a respeito de cada um desses temas? Mas nem isso fazem, limitando-se a esperar a proposta oficial, quando, então, prometem agir — ou, se quiserem, reagir, fazendo-se caudatária da agenda oficial. Desse mato, sai tucano, mas não sai coelho.
Por Reinaldo Azevedo

Como os Petistas sao unidos!


07/02/2011
 às 16:13

Lula acusa sindicalistas de oportunismo na discussão do mínimo

Por Bernardo Mello Franco, na Folha Online:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de oportunista a recusa dos dirigentes sindicais em aceitar o aumento no salário minimo proposto pelo governo de sua sucessora, Dilma Rousseff. Lula fez duras críticas às entidades por, segundo ele, não respeitarem a regra informal do reajuste negociada em sua gestão.”O que não pode é os nossos companheiros sindicalistas, a cada momento, quererem mudar a regra do jogo”, disse em Dacar, onde participa do Fórum Social Mundial.”Ou você tem uma regra, aprova na Câmara, vira lei e todo mundo fica tranquilo, ou você fica com o oportunismo.”
Lula disse que a regra do reajuste não foi dada pelo governo, e sim negociada com as centrais sindicais pelo então ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), hoje prefeito de São Bernardo do Campo. “Na política, muitas vezes vale a palavra. Não é uma boa política querer mudar a cada ano um acordo que a gente faça”, declarou o ex-presidente.Ao assinalar o apoio a Dilma, Lula contraria líderes sindicais que apontam uma relação mais fluida com o seu governo, em contraponto à nova gestão.
O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical, chegou a dizer que Dilma, ao negar maior reajuste no piso salarial, vai contra o legado de Lula e se alinha à política econômica de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
MÉDIO PRAZO
Em seu governo, Lula chegou a enviar um projeto que previa uma política para o salário válida até 2023. O Congresso, contudo, não o aprovou. Dilma, agora, discute fechar uma política de valorização a médio prazo: só até 2014. O valor oferecido pelo governo é de R$ 545. As centrais sindicais pleiteiam R$ 580, embora sinalizem que podem admitir valor mais baixo.
O ministro Luiz Sérgio (Relações Institucionais) descartou a possibilidade de antecipar parte do reajuste previsto para 2012 (cerca de 14%), pois pretende garantir um aumento mais robusto do salário já neste ano. A manobra é bem recebida pelas centrais.
Por Reinaldo Azevedo



07/02/2011
 às 17:55

Lula sentiu cheiro de carne queimada e agiu

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentiu cheiro de carne queimada e resolveu atuar. Criticou as centrais sindicais, que querem rever o acordo do salário mínimo que elas próprias fecharam com o governo. É claro que, em si, é mesmo um absurdo. Essa gente toda é base do PT e funcionou como esbirro da candidatura Dilma Rousseff. Sabia muito bem qual era a regra.
Dilma está na fase, como disse, de acenar para aquilo que os petistas chamam “conservadores”. O partido é sempre assim em inicio de governo. Trata-se de uma tentativa de ganhar apoio dos mercados. Com ar grave, dizem então: “Olhem como são responsáveis!” O fato é que o governo está passando um aperto danado por causa da gastança dos dois últimos anos de governo Lula — aqueles rumo à boca da urna.
A irresponsabilidade elegeu Dilma; agora é preciso afetar responsabilidade para governar.
Aqui e ali, as centrais ensaiavam o discurso de que, “com Lula, seria diferente”, tentando criar contradição onde não existe. Diga-se o que se disser do Apedeuta, burro ele não é. Tem um raro faro político.
Por Reinaldo



07/02/2011
 às 18:06

A unidade petista

A questão do salário mínimo e das centrais sindicais demonstra que o PT não arma ciladas para si mesmo. É importante para Dilma endurecer o discurso com as centrais — até porque o governo só está fazendo o que foi combinado com elas. E é fundamental que não se criem falsas oposições entre o “jeito Dilma” e o “jeito Lula” de governar, especialmente porque este é apenas o 38º dia de titularidade da presidente. Nesse tempo, já se inventou a figura da Rainha Dilma Primeira, virtuosamente Muda, e já se ensaiou uma mudança na política externa. Hora de apostar na união.
Fossem os tucanos, estariam se estapeando.
Por Reinaldo Azevedo