sábado, 12 de fevereiro de 2011

O BRASIL NA VISÃO DOS AMERICANOS ( REPORTAGEM DA TV AMERICANA)

Inspirados no Egito, iemenitas voltam às ruas para exigir renúncia

Inspirados no Egito, iemenitas voltam às ruas para exigir renúncia

Reuters
Manifestantes entraram em confronto com grupo a favor do presidente
Milhares de pessoas foram neste sábado às ruas da capital do Iêmen, Sanaa, exigindo que o presidente do país, Ali Abdullah Saleh, deixe o cargo, em mais um ato inspirado pela onda de protestos que derrubou o governo do Egito.
Os ativistas, que pediam uma revolução no país árabe, chegaram a entrar em confronto com um grupo favorável ao presidente, em frente à Universidade de Sanaa. Há relatos de que as forças de segurança também se envolveram no enfrentamento.
No último dia 2, Ali Abdullah Saleh - que está no poder do Iêmen unificado desde 1990 - afirmou que não irá tentar estender o seu mandato, que termina em 2013, em meio aos protestos pró-democracia no mundo árabe.
Mesmo assim, um dia depois, mais de 20 mil manifestantes foram às ruas de Sanaa pedindo a renúncia imediata do presidente.
Em janeiro, Saleh propôs uma emenda constitucional que permitiria sua reeleição no pleito previsto para 2013. Isto deu início a uma onda de manifestações, exigindo um governo mais democrático e reformas que melhorem a situação econômica do país.
O governo de Saleh enfrenta acusações de corrupção e de concentração de poder em torno de seu clã. O partido governista, o Congresso Geral do Povo, tem ampla maioria no Parlamento.
Aliado ocidental
Ali Abdullah Saleh assumiu a Presidência da República Árabe do Iêmen (ou Iêmen do Norte) em 1978, por meio de um golpe militar. Em 1990, ele tornou-se presidente da nova república, criada a partir a fusão entre os Iêmens do Norte e do Sul.
Saleh colaborou com os Estados Unidos na chamada guerra ao terror, durante o mandato de George W. Bush. A grande presença de militantes da rede Al-Qaeda, que ameaça frequentemente o regime, é uma das maiores preocupações do governo.
As duas eleições que Saleh venceu - em 1999 e 2006 - foram marcadas por acusações de fraude por parte da oposição.

Iémen

Iémen / Iémene ou Iêmen (em árabe اليَمَنtransl. al-Yaman) é um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia. É limitado a norte pela Arábia Saudita, a leste por Omã, a sul pelo mar da Arábia e pelo golfo de Áden, do outro lado do qual se estende a costa da Somália e a oeste pelo estreito de Bab el Mandeb, que o separa de Djibouti, e pelo mar Vermelho, que providencia uma ligação à Eritreia. Além do território continental, o Iémen inclui também algumas ilhas situadas ao largo do Corno de África, das quais a maior é Socotorá. A capital é Sana.

Em 22 de Maio de 1990 foi criada a República do Iémen, resultando da unificação entre a República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul). A República Árabe do Iémen tinha-se tornado independente do Império Otomano em Novembro de 1918 e a República Democrática do Iémen alcançou a independência do Reino Unido em 30 de Novembro de 1967. A ilha de Socotorá, localizada estrategicamente na entrada do golfo de Áden, foi incorporada ao território iemenita em 1967.

O Iémen é formado pela união das antigas República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul). Ao norte encontra-se o território mais fértil de toda a península Arábica, área que junto com o vale de Hadhramaut, era chamada de "Arábia Feliz. É composto por uma faixa costeira semidesértica, ao longo do mar Vermelho e de uma zona montanhosa mais úmida no interior, onde se desenvolve a agricultura (sorgo para consumo interno e algodão para exportação). O tradicional cultivo de café moca foi gradativamente substituído pelo do qat, planta com propriedades narcóticas. O clima é tropical, com temperaturas altas, sobretudo em Tihmah, onde as precipitações são abundantes, e na parte oriental. O sul, é montanhoso e seco, com falta de rios perenes, sendo dois terços do território desérticos ou semidesérticos. Nos vales e oásis(1,2% do território) desenvolve-se o cultivo de milhoalgodão e café. O país carece de recursos naturais, sendo a pesca um recurso importante.


Eis alguns dados sobre a demografia do Iémen:
  • Composição étnica: os iemenitas são árabes; há uma reduzida minoria persa no litoral norte.
  • Religiãoislamismo (oficial). Muçulmanos, 99,9%; outros, 0,1.
  • Idiomasárabe (oficial).

chefe de Estado do Iémen é o presidente, que é eleito para um mandato de sete anos. O presidente é responsável pela nomeação do vice-presidente, do primeiro-ministro e dos membros do governo. O poder legislativo reside no parlamento de duas câmeras. A câmara alta do parlamento recebe o nome de Shura, sendo composta por 111 membros nomeados pelo Presidente. A câmara baixa é constituída 301 membros eleitos para mandatos de seis anos.
bandeira nacional do Iêmen foi adotada em 22 de maio de 1990, no mesmo dia que o Iêmen do Norte e o Iêmen do Sul se unificaram. O padrão de faixas vermelha, branca e preta também estava presente nas bandeiras destes países, simbolizando pan-arabismo, assim como as bandeiras do EgiptoSíriaBandeira do Iraque, entre outras.
Segundo a descrição oficial, as cores significam:
  • Vermelho: representa o derramamento de sangue de mártires e unidade;
  • Branco: representa futuro brilhante;
  • Preto: representa o passado escuro.
brasão de armas do Iémen retrata uma águia dourada com um pergaminho entre as suas garras. Sobre a rolagem está escrito o nome do país em árabe: الجمهورية اليمنية ou Al-Jumhuriyyah Al-Yamaniyah. O peito da águia contém um escudo que retrata plantas de café e os Marib Dam, sendo que abaixo se encontram quatro listras azuis e três listras brancas, em forma de ondulação. Os suportes, à direita e à esquerda da águia, seguram a Bandeira do Iémen.
"República Unida" é o hino nacional do Iémen. Escrito por Abdallah "al-Fadhool" Abdulwahab Noman e composto por Ayob Tarish, foi o hino da República Popular Democrática do Iémen (Iémen do Sul) e tornou-se o hino de todo o Iémen, com a unificação dos dois em 1990.

A economia do Iémen é predominantemente rural e agrícola. É favorecida, nesse aspecto, por ser a única região da península árabe com chuvas regulares.
Das rendas originadas pelas exportações, 95% são devidas ao petróleo. É, no entanto, o país mais pobre do Médio Oriente.
A expulsão de mais de um milhão de trabalhadores iemenitas da Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo, em 1990 teve como consequência um acentuado declínio económico.
Eis alguns indicadores da economia do Iémen:

A cultura no Iémen é toda ela baseada no Islão e no Alcorão, sendo este último justificação para o modo de vida iemenita e todos os actos praticados. No Iémen o sexo masculino manda e o feminino obedece. As mulheres iemenitas vivem toda a sua vida subjugadas: antes da puberdade ao pai e após a puberdade ao marido que lhe é destinado sem qualquer intervenção na escolha do mesmo. A pobreza e os costumes tribais levam a que muitos homens vendam as suas próprias filhas a homens mais velhos para casarem. Apesar dos esforços para alterar a idade mínima legal para casar para os 17 anos, é normal no Iémen raparigas com menos de 15 anos se casarem. Estes esforços foram considerados inaceitáveis pelos religiosos e líderes tribais do Iémen. No Iémen e em pleno séc. XXI continuam a ser praticadas várias ofensas aos direitos humanos, em particular aos direitos da mulher.

OPOSIÇÃO TAMBÉM PROTESTA NA ARGÉLIA

Sábado, Fevereiro 12, 2011

OPOSIÇÃO TAMBÉM PROTESTA NA ARGÉLIA

Dezenas de pessoas foram detidas neste sábado, 12, quando participavam da manifestação convocada em Argel contra o regime político do presidente Abdelaziz Bouteflika, informaram à Agência Efe fontes da mobilização civil. O porta-voz da legenda opositora Reunião pela Cultura e Democracia (RCD), Mohsen Belabes, disse à Agência Efe que o número de detidos poderia chegar a mil, mas militantes da Liga Argelina dos Direitos Humanos (LADDH) estimaram a quantidade em mais de 200.A manifestação originou uma grande expectativa no país, especialmente após a renúncia na sexta-feira do presidente egípcio Hosni Mubarak.
Cerca de 3 mil manifestantes permanecem aglomerados nas imediações da praça Primeiro de Maio, no centro de Argel, onde um forte cordão policial impediu os protestos previstos. A passeata estava marcada para ter início nesta manhã, mas a maioria dos manifestantes está bloqueada em uma rua adjacente, impedida pela tropa de choque da Polícia, que busca dispersá-los.
O presidente da LADDH, Mustapha Bouchachi, discursou aos manifestantes, pedindo-os que abandonem a manifestação para evitar confrontos, mas a maioria persiste em sua tentativa de protestar de forma pacífica para pedir mudanças no regime.
"Estamos fartos deste poder", gritavam os manifestantes, muitos deles jovens, de diversas classes sociais. Eles empunhavam cartazes com lemas como "abaixo o sistema" e "queremos um país administrado pelos jovens, e não pelos velhos".
São vários os policiais uniformizados e à paisana que se misturam ao grupo de manifestantes. Tal como Bouchachi declarou à Agência Efe, as forças de segurança "cortaram todos os acessos à capital e impediram a chegada de manifestantes de outras regiões à capital", enquanto o transporte público foi suspenso - não circulam ônibus nem trens."É aberrante que o regime argelino impeça a expressão pacífica dos cidadãos", destacou Bouchachi. 
A capital do país já amanheceu tomada por milhares de policiais, com centenas de furgões e veículos antidistúrbios estacionados em todos os lugares estratégicos do centro da capital e nos principais pontos do percurso programado para a manifestação.
Caminhões equipados com canhões de água, tanques e agentes com metralhadoras nas mãos estão destacados em torno dos edifícios e sedes oficiais do centro de Argel, enquanto centenas de veículos policiais patrulham incessantemente as ruas da cidade. Além disso, vários helicópteros da Polícia sobrevoam o centro da cidade desde a manhã deste sábado.
Alguns veículos da imprensa argelina asseguram que as forças policiais foram proibidas de utilizar fogo real durante o protesto, embora tenham recebido instruções de evitar qualquer distúrbio.
Em 22 de janeiro foi organizada outra manifestação em Argel pelo partido opositor Reagrupamento Constitucional Democrático (RCD), cujo desenvolvimento foi impedido pela Polícia. Na ocasião, seus dirigentes denunciaram que fora impedido o acesso à capital de centenas de manifestantes procedentes da Cabília e de outras regiões. Do portal do Estadão

Conhecendo mais um pouco sobre o país:

Argélia

Argélia ou Algéria (em arabe: الجزائرtransl. al-Jazā’ir; em tamazightDzayer), oficialmente a República Argeliana Democrática e Popular, é um país da África do Norte que faz parte do Maghreb. Sua capital é Argel, é situa-se ao norte, sul da costa do mediterrâneo. Com uma superfície de 2 381 741 km², ele é o maior país próximo ao Mediterrâneo e o segundo mais extenso da África, sendo apenas menor que o Sudão. Ele partilha suas fronteiras terrestres ao nordeste com a Tunísia, a leste com a Líbia, ao sul com o Níger e o Mali, a sudoeste com a Mauritânia e o território contestado do Saara Ocidental, e ao oeste com o Marrocos.
A Argélia é membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Africana (UA) e da Liga Árabe praticamente depois de sua independência, em 1962. Argélia integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em 1969. Em fevereiro1989, a Argélia participou com os outros Estados maghrebes, para a criação da organização da União do Maghreb Árabe (UMA).
Constituição argeliana define "o islã, o árabe e o berberes" como "componentes fundamentais" da identidade do povo argeliano e do país como a terra do Islã, parte integrante do Grande Maghreb, Mediterrâneo e África.
A Argélia tem sido habitada pelos berberes desde pelo menos 10.000 a.C. A partir de 1.000 a.C. os cartagineses passaram a exercer influência sobre os berberes ao instalarem assentamentos ao longo da costa. Os primeiros reinos berberes começaram a surgir, destacando-se o reino da Numídia, e aproveitaram a oportunidade oferecida pelas guerras púnicas para se tornarem independentes de Cartago. Sua independência, no entanto, não durou muito já que em 200 a.C. eles foram anexados por Roma, então uma república. Com a queda do Império Romano do Ocidente os berberes tornaram-se independentes outra vez retomando o controle da maior parte do seu antigo território, com exceção de algumas zonas que foram ocupadas pelos Vândalos que por sua vez foram expulsos pelos bizantinos. Com sua vitória o Império Bizantino manteve, ainda que com dificuldades, o domínio sobre a parte leste do país até à chegada dos Árabes no século VIII.
A Argélia foi anexada ao Império Otomano por Khair-ad-Don e seu irmão Aruj que estabeleceram as atuais fronteiras argelinas ao norte e fizeram da costa uma importante base de corsários. As atividades dos corsários atingiram seu pico por volta do século XVII. Ataques constantes a navios norte americanos no mediterrâneo resultaram na primeira e segunda guerra berbere. Sob o pretexto de falta de respeito para com seu cônsul França invade a Argélia em 1830. A forte resistência de personalidades locais e da população dificultou a tarefa da França, que só no século XX obtém o completo controle do país.
Mesmo antes da obtenção efetiva desse controle, a França já havia tornado a Argélia parte integrante de seu território, uma situação que só acabaria com o colapso da Quarta República. Milhares de colonizadores da FrançaItáliaEspanha Malta se mudaram para a Argélia para cultivar as planícies costeiras e morar nas melhores partes das cidades argelinas, beneficiando-se do confisco de terras populares realizado pelo governo francês. Pessoas de descendência europeia (conhecidos como pieds-noirs), assim como judeus argelinos eram considerados cidadãos franceses, enquanto que a maioria da população muçulmana argelina não era coberta pelas leis francesas, não tinha cidadania francesa e não tinha direito a voto. A crise social chegou ao seu limite neste período, com índices de analfabetismo subindo cada vez mais enquanto que a tomada de terras desapropriou boa parte da população.
A Argélia é obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de libertação em virtude da resistência dos colonos franceses (apelidados na metrópole de pieds noirs, ou pés pretos), que dominam as melhores terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos argelinos e permite o acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas os franceses da Argélia resistem a qualquer concessão aos nativos. Nesse mesmo ano é fundada a Frente de Libertação Nacional (FLN), para organizar a luta pela independência. Uma campanha de atentados anti-árabes (1950-1953) desencadeada por colonos direitistas, tem como reação da FLN uma onda de atentados nas cidades e guerra de guerrilha no campo. Em 1958, rebeldes exilados fundam no Cairo um governo provisório republicano. A intervenção de tropas de elite da metrópole (Legião Estrangeira e pára-quedistas) amplia a guerra. Ações terroristas, tortura e deportações caracterizam a ação militar da França. Os nacionalistas e oficiais ultradireitistas dão um golpe militar na Argélia em 1958.
No ano seguinte o presidente francês, Charles de Gaulle, concede autodeterminação aos argelinos. Mas a guerra se intensifica em 1961, pela entrada em ação da organização terrorista de direita OAS (Organização do Exército Secreto), comandada pelo general Salan, um dos protagonistas do golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS a FLN responde com mais terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações franco-argelinas, por discordâncias em torno do aproveitamento do petróleo descoberto em 1945. Em 1962 é acertado o Armistício de Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela França em troca de garantias aos franceses na Argélia. A República Popular Democrática da Argélia é proclamada após eleições em que a FLN apresenta-se como partido único. Ben Bella torna-se presidente.
Com a saída dos franceses, após a independência, os cristãos ficaram reduzidos a 1% da população, dos quais, 0,5% são estrangeiros. Foi aprovado o Decreto 06-03 que restringe cultos não islâmicos e a minoria cristã passou a ser perseguida. Apesar da legislação local tentar evitar medidas extremas contra minorias religiosas, incidentes contra pregadores e padres são constantes, em dezembro de 2009, uma igreja foi incendiada e seu pastor ameaçado.
A Argélia tem duas regiões geográficas principais, a região norte, e a região do deserto do Saara, na região ao sul do país. A região norte é formada por quatro zonas: uma pequena faixa de planície acompanhando a costa do Mediterrâneo; a região da cadeia de montanhas do Atlas, que possuem um clima mediterrâneo e solo fértil abundante; a região semi-árida e parcamente povoada do Chotts, o qual contém lagos salgados (chotts) e onde se localizam em maior número os criadores de ovelhas e cabras; e a região das montanhas do Atlas do Saara, uma série de montanhas e massivos, também sendo uma região semi-árida e usada essencialmente como pastagem. O rio Chéliff é o maior do país.
O norte argelino está sujeito a terremotos e, como em 19541980 e 2003, pode devastar, matar e ferir milhares de pessoas.
A maioria da região árida do Saara é coberta com cascalhos e pedras, com pouca vegetação; há também grandes áreas de dunas de areia no norte e no leste. Alguns oásis importantes são: Touggourt, Biskra, Chenachane, In Zize, e Tin Rerhoh.
A maior parte da área costeira da Argélia é acidentada, por vezes mesmo montanhosa, e há poucos bons portos. A área imediatamente a sul da costa, conhecida como o Tell, é fértil. Mais para sul situam-se os montes Atlas e o deserto do SaaraArgelOran Constantina são as principais cidades.
clima da Argélia é árido e quente, se bem que o clima da costa seja suave, e os invernos nas áreas montanhosas possam ser rigorosos. A Argélia é afetada pelo siroco, um vento quente e carregado de pó e areia, especialmente comum no verão.
A população da Argélia ascende a 32.531.853 habitantes (2005). Mais de 75% falam berbere (cerca de 25 milhões de habitantes) e mais de 85% falam o árabe clássico é o mais falado (cerca de 28 milhões de habitantes), as duas línguas oficiais. Entre 25% e 33% da população fala francês (cerca de 9 a 11 milhões de habitantes). Na Argélia, os árabes normalmente usam uma variante do idioma local, que difere em parte, da língua árabe clássica. Desde a independência, os governos da Argélia têm procurado promover a expansão do árabe clássico, as expensas das variantes locais, e em contraste com francês e tamazigth. Estima-se que em 2025 a população seja cerca de 44 milhões de habitantes.
Dos milhões de colonos franceses que viviam na Argélia antes da independência, há agora 576 mil. A adição de todos os europeus e seus descendentes é estimada para formar 18% da população da Argélia (6,5 milhões).
Em muitos lares argelinos, há pelo menos duas televisões, uma para mulheres e menores (com canais que transmitem a sua produção em árabe), e um para os homens adultos (com canais que a programação televisiva em francês). A língua dentro do governo argelino e a política é o árabe, enquanto a maioria que usa a linguagem para o comércio e a cultura usa o francês (embora não seja oficial, o francês é a segunda língua). O tamazigth é frequentemente marginalizada pelo Estado, mas um resultado da pressão dos berberes foi finalmente reconhecido como língua cooficial na Argélia.
A taxa de mortalidade infantil é 31,1 por mil e a expectativa de vida de 72,3 anos. Fora das grandes cidades, a assistência médica é rudimentar. A taxa de fecundidade é de 2,38 filhos por mulher, uma das mais baixas do continente africano.
O valor do Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,754 (2007) e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,687 (2001).
Cidades mais populosas da Argélia
PosiçãoCidadeProvínciaPopulaçãoPosiçãoCidadeProvínciaPopulação
1ArgelArgel3 518 08311BiskraBiskra207 987
2OrãOrã771 06612TébessaTebessa203 922
3ConstantinaConstantina507 22413TiaretTiaret198 213
4AnnabaAnnaba383 50414OuarglaOuargla183 238
5BatnaBatna317 20615BugiaBugia182 131
6BlidaBlida264 59816SkikdaSkikda178 687
7SetifSetif246 37917TlemcenTlemcen172 540
8ChlefChlef235 06218Bordj Bou ArreridjBordj Bou Arreridj167 230
9DjelfaDjelfa221 23119BécharBéchar157 430
10Sidi Bel AbbesSidi Bel Abbes208 49820MédéaMédéa155 852

Religião

99% da população são de muçulmanos, 1% é católica. Há uma pequena minoria judaica (500 por todo o país) que vive na Argélia, principalmente em Argel. O resto da grande população judaica prévia à criação de Israel fugiu ou foi expulsa depois da independência do país.
A Argélia é governada sob a Constituição de 1976, a qual foi revisada inúmeras vezes. O poder Executivo é liderado pelo Presidente, que é eleito pelo voto popular para um mandato de 5 anos. O primeiro-ministro é indicado pelo presidente. O Parlamento bicameral consiste em 380 cadeiras para a Assembleia Nacional Popular e 144 assentos no Conselho de Nações. O sistema legal argelino é baseado nas leis francesa e islâmica.
Após a independência, a Frente de Libertação Nacional (FLN) torna-se o único partido do país. Após os motins de outubro de 1988 o multipartidarismo é instaurado. O país conta com mais de 30 partidos políticos, porém o mais importante continua sendo a FLN.
imprensa argelina obteve uma relativa independência nos anos 90, apesar do assassinato de vários jornalistas. Em contrapartida, o Estado manteve seu monopólio no setor audiovisual. Desde 2004, a imprensa enfrenta novamente uma pressão das autoridades. A década de terrorismo entre 1992 e fim dos anos 90 custou a vida de vários jornalistasintelectuais e agentes de Estado. 1992 é o ano da instauração do estado de urgência. Esta foi decretada pelo Exército após a vitória dos islamistas do FIS (Frente Islâmica de Salvação) nas eleições legislativas. Em 1999, e novamente em 2005, a política de paz e segurança nacional levada a cabo pelo presidente Bouteflika tenta erradicar os focos radicais.
A Argélia é dividida em 48 wilayas. Além da capital, as maiores cidades incluem AnnabaBlida,ConstantinaMostaganemOranSetifSidi Bel AbbesSkikda Tlemcen.


O setor dos hidrocarbonetos é o pilar da economia da Argélia, sendo responsável por cerca de 60% das receitas orçamentais, 30% do PIB e mais de 95% das receitas de exportação. A Argélia tem a sétima maior reserva de gás natural do mundo e é o segundo maior exportador de gás. É ainda o 14º país com maiores reservas de petróleo.
As finanças argelinas em 2000 e 2001 beneficiaram dos aumentos nos preços do petróleo e de uma política fiscal apertada por parte do governo, que levou a um grande aumento no excedente comercial, a máximos históricos nas reservas de divisas e a uma redução na dívida externa. Os esforços do governo para diversificar a economia através da atração de investimento estrangeiro e doméstico fora do setor energético tem tido pouco sucesso na redução do elevado nível de desemprego e na melhoria do nível de vida. Em 2001, o governo assinou um Tratado de Associação com a União Europeia que irá, eventualmente, baixar as tarifas e aumentar as trocas comerciais. A dívida externa da Argélia foi em 2004 de 21,9 bilhões de dólares, contra US$ 24 bilhões em 2000.
Educação é oficialmente compulsória na Argélia para crianças com idade entre 6 e 15 anos. Em 1997 havia uma quantidade enorme de professores e estudantes nas escolas primárias.
Na Argélia há 43 universidades, 10 colégios, e 7 instituições de ensino superior. A University of Algiers (fundada em 1909), localizada na capital da Argélia, possui cerca de 267,142 estudantes.
O sistema escolar da Argélia é estruturado em níveis "Básico", "Secundário geral", "Secundário Técnico":
  • Básico: Ecole fondamentale (Escola Fundamental)
    Duração: 16 anos
    Faixa de idade: 6 a 15
    Certificado/diploma recebido: Brevet d'Enseignement Moyen B.E.M.
  • Secundário geral: Lycée d'Enseignement général (Escola de ensino geral), lycées polyvalents (Escola de propósitos gerais)
    Duração: 3 anos
    Faixa de idade: 15 a 18
    Certificado/diploma recebido: Baccalauréat de l'Enseignement secondaire
    (Bachelor's Degree of Secondary School)
  • Secundário Técnico: Lycées d'Enseignement technique (Escola Técnica)
    Duração: 3 anos
    Certificado/diploma recebido: Baccalauréat technique (Technical Bachelor's Degree)
A grande maioria dos argelinos são descendentes de árabes berberes; os berberes, a partir do século VII adotaram a língua árabe e o islamismo dos poucos árabes que habitavam a região.
A Argélia conheceu um período de esplendor cultural na época do domínio almôada, nos séculos XII e XIII, que coincidiu com o apogeu da civilização andaluza. A influência berbere se manifestou sobretudo no campo da literatura, em que se destacaram os poetas al-Qalami (século XII) e Ibn al-Qafun. Mais tarde continuou-se a cultivar as ciências e os estudos de tecnologia, história e direito, até que, com o início da colonização francesa em 1830, a cultura argelina se foi assimilando progressivamente à da metrópole. O árabe se manteve como língua literária na obra de alguns autores nativos, como os dramaturgos Ksentini e Mahiedine, além do poeta Mohamed al-Id, e ganhou novo impulso depois da independência, embora o francês continuasse a ser amplamente utilizado.


Língua

Atualmente o árabe é a língua principal. Cerca de 15% da população ainda fala a língua berbere; estes habitantes vivem maioritariamente nas regiões do norte do país, mas também incluem os tuaregues do Saara. A francês é largamente falada, e cerca de 1% da população argelina é descendente europeia, e antes da independência os europeus eram 10% da população. A questão da língua é um problema crucial na Argélia, devido à política de arabização feita pelo Estado , devido à resistência dos falantes da língua berbere e dos favoráveis ao uso do francês. Nem a língua berbere nem o francês possuem o status de língua oficial, este lugar quem ocupa é a língua árabe, já que o presidente Abdelaziz Bouteflika negou tal status aos berbere em 2002, e novamente em setembro de 2005, o que causou grande revolta e um boicote por parte dos berberes ao referendo pela paz e conciliação nacional, realizado em 29 de setembro de 2005.