terça-feira, 26 de julho de 2011

Sérvia...


Ex-líder sérvio se nega a dizer que é culpado ou inocente em tribunal

O ex-líder dos sérvios da Croácia Goran Hadzic se negou nesta segunda-feira a se declarar culpado ou inocente dos crimes de guerra e contra a humanidade de que é acusado.

Hadzic compareceu pela primeira vez ao Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII).

Ele foi capturado no último dia 20 e era o último acusado do TPII que seguia em liberdade após a detenção, em maio, do ex-comandante militar sérvio-bósnio Ratko Mladic.

Entre fevereiro de 1992 e o final de 1993, Hadzic, 52, foi presidente da rebelde República Sérvia de Krajina, um território da Croácia povoado por sérvios que se declarou independente depois que os croatas proclamaram sua própria independência da antiga Iugoslávia, em 1991.

Em julho de 2004, o TPII fez pública a acusação contra Hadzic, por considerá-lo responsável de crimes de guerra e contra a Humanidade, pela expulsão da população croata de Krajina, assim como assassinatos, perseguições, torturas e tratamento desumano de 1991 a 1993.

A plena cooperação da Sérvia com o TPII, que supunha também a captura e extradição de Hadzic, é uma das condições para a aproximação deste país balcânico à União Europeia.

A Sérvia aspira obter o status de país candidato à adesão à UE antes do fim de 2011.

Com a EFE


Sérvia

Sérvia (em sérvio Србијаtransl. Srbija) é um país europeu, cuja capital é Belgrado, localizado no sudeste da Europa, na região balcânica. Faz fronteira a sudoeste com Montenegro, país do qual se separou em 2006, a oeste com a Bósnia e Herzegovina, a noroeste com a Croácia e ao sul com a Macedônia Albânia, ao leste com a Romênia e a Bulgária e ao norte com a Hungria. A província do Kosovo, no sul, proclamou sua independência unilateralmente em 17 de Fevereiro de 2008, mas o governo sérvio não a reconhece.
É uma ex-república iugoslava, tendo integrado, até junho de 2006, uma confederação com Montenegro denominada Sérvia e Montenegro. No dia 5 de junho do mesmo ano, a Sérvia declarou sua independência, 2 dias após Montenegro ter feito o mesmo. No entanto, a Sérvia foi reconhecida como o estado sucessor da união, que por sua vez sucedia a República Federal da Iugoslávia. A 22 de dezembro de 2009 a Sérvia apresentou a candidatura oficial de adesão à União Europeia.
O atual território da Sérvia fez parte da província romana da Mésia a partir do ano 29 a.C.. No século VII, a região foi invadida pelos sérvios, povo eslavo vindo da Galícia (Europa Central). Vassalos do Império Romano do Oriente, os sérvios se diferenciaram dos croatas por sua conversão ao cristianismo bizantino por volta de 875 e pela adoção do alfabeto cirílico. A Igreja Ortodoxa Sérvia ganhou autonomia no século XIII, quando teve São Sava como seu arcebispo.
Durante a Idade Média, o país gozou de um curto apogeu durante o reinado de Estevão Duchan (1331-1355), seguido de um rápido declínio. Após a derrota frente aos turcos na batalha de Kossovo Poliê (1389), a Sérvia não demorou a ser incorporada ao Império Otomano.
Entre 1459 e 1804, a Sérvia esteve formalmente sob o controle dos otomanos, apesar de três invasões austríacas e numerosas rebeliões. O Islão teve um período de expansão durante esta fase, levando à conversão de muitos sérvios. Estes convertidos recusavam-se a serem chamados de sérvios, adotando a denominação de muslimani e, posteriormente, de bosníacos, uma vez que viviam majoritariamente na região conhecida como Bósnia - razão pela qual são também chamados de bósnios muçulmanos.
A Sérvia foi ainda um principado autónomo (face ao Império Austríaco) entre 1817 e 1878, um principado independente entre 1878 e 1882 e um reino independente entre 1882 e 1918. No início do século XX, lutava para formar a Grande Sérvia, um estado envolvendo toda a região balcânica. Como resultado das Guerras balcânicas (1912-1913), anexou a Macedónia e o Kosovo. Durante a Primeira Guerra Mundial, teve uma atuação destacada, e a partir de 1918 passou a ser um dos Estados integrantes do Reino da Iugoslávia (que se converteu em República Socialista após 1945), tomando o nome de República Socialista Federal da Iugoslávia em 1963. Em 2003, passou-se a denominar Sérvia e Montenegro. E em 2006, após uma votação para a independência do Montenegro, consumou-se enfim a dissolução formal da federação. A 17 de fevereiro de 2008, o parlamento de Kosovo aprovou, unilateralmente, a declaração da independência da província feita pelo primeiro-ministro kosovar Hashim Thaçi durante uma sessão especial na capital, Pristina. A sessão contou com a presença de 104 parlamentares.
Em 4 de Fevereiro de 2003, o parlamento da República Federal da Iugoslávia acordou uma forma mais ténue de cooperação entre a Sérvia e Montenegro dentro da união de estados chamada Sérvia e Montenegro. A união terminou a seguir às declarações de independência montenegrina e sérvia em Junho de 2006.
Após a destituição de Slobodan Milošević em 5 de Outubro de 2000, o país foi governado pela Oposição Democrática da Sérvia. As tensões aumentaram gradualmente dentro da coligação até que o Partido Democrático da Sérvia (DSS) deixou o governo, abandonando o Partido Democrático (DS) em pleno exercício. Mesmo assim, em Março de 2004, o DSS reuniu suporte suficiente para formar o novo Governo da Sérvia, juntamente com o G17 Plus e a coligação SPO-NS, e o pacto do Partido Socialista da Sérvia, que não faz parte do governo. O Primeiro Ministro da Sérvia é Vojislav Koštunica, líder do Partido Democrático da Sérvia.
O atual Presidente da Sérvia é Boris Tadić, líder do Partido Democrático (DS). Foi eleito com 53% dos votos na segunda volta da eleições presidenciais Sérvias realizadas em 27 de Junho de 2004, depois de várias eleições mal sucedidas desde 2002, sendo, por fim, reeleito presidente em 3 de fevereiro de 2008.
Com um PIB estimado para 2008 em US$ 58,170 bilhões (US$ 7,724 per capita, PPC ), a República da Sérvia é considerada uma economia média emergente pelo Banco Mundial. O IED (Investimento Direto Estrangeiro) em 2006 foi de US$ 5,85 bilhões. Em 2007 houve um recuo, para US$ 4,2 bilhões.O PIB apresentou um crescimento de 8.4% em 2004, 6.2% em 2005, 5.4% em 2006, 5.0% em 2007, e 5.5%, em 2008, caracterizando-se como um dos crescimentos econômicos mais rápidos da região.
No início do processo de transição do socialismo para o capitalismo (1989), as suas perspectivas económicas favoráveis foram prejudicadas pela instabilidade política, pelos graves efeitos das sanções impostas pela ONU de 1992-95, e pela destruição de parte da infra-estrutura e parque industrial, todas estas sofridas durante a Guerra da Bósnia. Seus problemas só foram agravados por perder os mercados da ex-Iugoslávia e Comecon. Depois do afastamento do antigo presidente iugoslavo Slobodan Milošević, em outubro de 2000, o país experimentou um crescimento económico mais rápido, e tem se preparando para aderir à União Europeia, o seu mais importante parceiro comercial, ainda que não haja uma data prevista para tal adesão.
A recuperação da economia ainda enfrenta muitos problemas, entre os quais uma taxa de desemprego que beira os 20%, considerável déficit comercial e endividamento nacional. A Sérvia tem sido por vezes chamado de "tigre dos Balcãs" por causa de suas recentes altas taxas de crescimento económico, o qual média 6,1% (nos últimos cinco anos), com o seu IDE em níveis recorde.