sábado, 11 de junho de 2011

O Panamá e sua História

Passei alguns dias na cidade do Panamá e descobri um pouco de sua história repleta de interesses dos norte-americanos. Convido vocês para conhecer esse local e sua importância para a América e para o mundo.


História do Panamá

História do Panamá surge atrelada ao desejo histórico de construção de um canal marítimo que interligasse o Caribe e o Oceano Pacífico.
O território da República de Panamá era anteriormente administrado pela Colômbia. Este país iniciou negociações no início do século XX com os Estados Unidos, após uma mal-sucedida tentativa de empresários da França, para que fosse realizada a construção do Canal do Panamá, que possibilitaria o trânsito de embarcações entre os Oceanos Atlântico e Pacífico com a conseqüente facilitação e aumento do comércio mundial.
Residência panamenha tradicional
Todavia o Senado Colombiano não ratificou o Tratado Hay-Herran, que permitiria o aluguel da área do Canal do Panamá pelos norte-americanos por 99 anos e o reinício das obras de construção do Canal. Desta forma, a saída encontrada por Roosevelt foi estimular a criação de um novo país na região do Istmo do Panamá, atendendo a um desejo latente por indepência no Panamá cuja origem remonta a meados do século XIX.

A independência do Panamá

Em 3 de novembro de 1903 um grupo de habitantes locais foi encorajado por Estados Unidos e França a declarar a independência do Panamá. Menos de três semanas depois o recém-formado governo assinou o Tratado Hay-Bunau-Varilla com o governo dos Estados Unidos. As obras de construção do Canal do Panamá foram assumidas pelos norte-americanos em 1904 e se estenderam por dez anos. O governo da Colômbia, no entanto, somente admitiu a Independência do Panamá em 34 de fevereiro.
O presidente estado-unidense Theodore Roosevelt estava convencido de que os Estados Unidos podiam terminar o projeto, e reconheceu que o controle estado-unidense da passagem do Atlântico ao Pacífico seria de uma importância militar e econômica considerável. O Panamá fazia então parte da Colômbia, de modo que Roosevelt começou as negociações com os colombianos para obter a permissão necessária. No início de 1903, o Tratado Hay-Herran foi assinado pelos dois países, mas o Senado colombiano não o ratificou. No que foi então, e ainda hoje é, um movimento polêmico, Roosevelt deu a entender aos rebeldes panamenhos que, se eles se revoltassem contra a Colômbia, a marinha estado-unidense apoiaria a causa de independência panamenha. O Panamá acabou por proclamar sua independência em 3 de Novembro de 1903, e o U.S.S. Nashville, em águas panamenhas, impediu toda e qualquer interferência colombiana.
Quando as lutas começaram, Roosevelt ordenou à Marinha estado-unidense estacionar navios de guerra perto da costa panamenha para "exercícios de treinamento". Muitos argumentam que o medo de uma guerra contra os Estados Unidos obrigou os colombianos a evitarem uma oposição séria ao movimento de independência. Os panamenhos vitoriosos devolveram o favor a Roosevelt permitindo aos Estados Unidos o controle da Zona do canal do Panamá em 23 de Fevereiro de 1904 por US$ 10 milhões (como previsto no Tratado Hay-Bunau-Varilla, assinado em 18 de Novembro de 1903).

Após a independência

Durante o século XX oligarquias panamenhas controlaram o governo do país, inclusive através de golpes de estado. Os Estados Unidos permaneceram influentes na política do Panamá, visto que ainda administrariam o Canal até 1999 (conforme acordos de 1977), e a estabilidade política do Panamá permaneceria vital para os interesses norte-americanos desde então.
Presidente Martín Torrijos
Fonte: Ricardo Stuckert/ABr. 4.Aug.2004
Após rusgas nas relações Estados Unidos-Panamá, inclusive com uma invasão norte-americana no país em 1989 para depôr o presidente General Manuel Noriega, a administração do Canal do Panamá, da área territorial próxima ao Canal e de bases norte-americanas reminiscentes no país foi transferida para o governo da presidente panamenha Mireya Moscoso, democraticamente eleita em 1999. O governo de Moscoso foi marcado por programas sociais e políticas educacionais, além de estímulos ao comércio internacional do Panamá. Durante o governo Moscoso escândalos de corrupção abalaram a popularidade da presidência.
Em 2004 o candidato oposicionista Martín Torrijos venceu as eleições presidenciais do Panamá. Seu governo iniciou-se em 1 de setembro do mesmo ano.

Política do Panamá

Panamá é uma república com três ramos de governo: os ramos executivo e legislativo são eleitos por voto direto para mandatos de 5 anos, e o judiciário é nomeado de forma independente.
poder executivo é dirigido por um presidente e dois vice-presidentes. O poder legislativo é exercido por uma Assembleia Legislativa unicameral de 72 membros. O poder judicial é dominado por um Supremo Tribunal de nove membros e inclui todos os tribunais e juízos municipais. Um Tribunal Eleitoral autónomo supervisiona o registo dos eleitores, o processo eleitoral e as atividades dos partidos políticos. O voto é obrigatório para todos os cidadãos com mais de 18 anos, se bem que os que não cumpram a obrigação não sejam tramados.
Celebraram-se eleições gerais em 2 de Maio de 2004. A corrida presidencial foi ganha por Martín Torrijos, filho do antigo ditador Omar Torrijos. Torrijos assumiu a presidência a 1 de Setembro de 2004. O anterior presidente foi Mireya Moscoso.

Martín Torrijos

Martín Erasto Torrijos Espino (Chitré18 de julho de 1963) é um político panamenho, presidente de seu país desde 1 de setembro de 2004.
Torrijos, casado e pai de três filhos, é filho postumamente reconhecido de Omar Torrijos Herrera, que foi nomeado como chefe de Governo da República do Panamá entre os anos de 1968 e 1978.
Estudou Ciências Políticas e Economia na Texas A&M University, nos Estados Unidos.

Omar Torrijos

Omar Efraín Torrijos Herrera (Santiago de Veraguas13 de fevereiro de 1929 – 31 de julho de 1981) foi um militar do exército e líder do Panamá de 1968 até 1981.
Torrijos nunca disputou uma eleição no Panamá, e nunca foi presidente. Ele se auto-intitulava "Lider Máximo da Revolução Panamenha" durante o final da década de 1970. O seu filho Martín Torrijos, ganhou uma eleição presidencial em 1 de maio de 2004, assumindo o cargo em 1 de setembro de 2004.
  1. Em 1954 Omar Torrijos torna-se presidente do Panamá com ideias de implantar um sistema totalmente diferente do que estava estabelecido. Omar desejava "Devolver e Libertar" o canal do Panamá ao povo do seu país.
Os EUA (Estados Unidos da América) não gostaram das ideologias implantadas pelo presidente. Logo o governo norte-americano tratava de ter uma "conversa" com Omar Torrijos.
Supostamente envolvia nesta reunião a pergunta: O que o Tio Sam poderia fazer para que o presidente panamenho fosse para o lado deles? Porém para a decepção dos EUA, Torrijos não aceitou tais regras impostas e acabou criando novos inimigos.
Em julho de 1981 falece Omar Torrijos em um grave acidente aéreo que comoveu todo o país. Há fortes suspeitas de que o avião não caiu por falha mecânica ou humana, mas sim por "Chacais" da CIA.

Manuel Noriega

Manuel Antonio Noriega (Cidade do Panamá1934) é um ex-líder militar e estadista panamenho, governante de fato do país entre 1983 e 1989.

Manuel Noriega recebeu formação militar na escola militar de Chorrillos (Peru), quando regressa ao Panamá ingressa na Guardia Nacional (GN).
Esteve ligado ao golpe de estado que derrubou o Governo de Arnulfo Arias, sendo recompensado com a promoção a Tenente-Coronel. Iniciou os seus contactos com a CIA, onde já estivera para receber treino em contra-espionagem, por esta altura começa a ser noticiado o seu envolvimento no tráfico de droga.
Em 1982 passa a chefiar o Estado Maior, autopromovendo-se ao posto de general, com o poder absoluto sobre o Exército, atuando como se fosse o presidente do pais iniciando um regime déspota.
Por volta de 1986 surgiram suspeitas relativas a sua ligação com a CIA, de que se viria a provar que era agente, chegaram a opinião pública, o que constituiu um enorme embaraço a administração norte-americana, assim como o seu envolvimento no narcotráfico internacional e na lavagem de dinheiro.
Dessa forma o presidente norte-americano George Bush ordena a invasão do Panamá (Operação Justa Causa) em dezembro de 1989 cujo objetivo é capturar Noriega. Esse ataque durou duas semanas e calcula-se em 3.000 baixas, na sua maioria civis das aréas mais pobres do país, e 19 militares norte-americanos.
Noriega esteve escondido na casa da sua amante Vicky Amado, até que se mudou para a Nunciatura Apostólica do Panamá em 24 de dezembro, protegido pelo Núncio Sebástian Laboa, que aparentemente o convenceu a se entregar juntamente com o chefe da sua escolta, o capitão Eliécer Gaitán.
3 de Janeiro de 1990 entrega-se ao exército americano, no dia seguinte subiu a um avião com destino a Miami com o intuito de ser julgado. Foi condenado a 30 anos de prisão pelo tráfico de cocaína e marijuana para os Estados Unidos.