sábado, 14 de janeiro de 2012

As Drogas e a Liberdade

Vamos a questão das drogas, este é um tema muito sério no caminho magistico.
O uso de plantas de poder é uma coisa.
O uso de drogas químicas é outra coisa.
O uso de plantas de poder fora do contexto profundo do xamanismo é outra coisa ainda.
Precisamos começar delineando isso.
LSD, Cocaína, Heroína, Anfetaminas e outros produtos da indústria química são resultantes de construção química de substâncias que interferem no funcionamento normal de nosso
cérebro e sistema nervoso. Provocam um colapso em nosso sistema nervoso e isto pode levar o primeiro anel de poder e interromper sua atividade ativando o segundo. Entretanto o preço que se paga para isso, vale a pena?
Mas primeiro: Estas entradas fortuitas e descontroladas na segunda atenção nenhum benefício trazem, muito pelo contrario, podem mesmo confundir uma pessoa e criar patologias psíquicas e físicas das mais diversas. As pessoas às vezes estão tão enfastiadas de seu dia a dia, tão perdidas na confusão que se meteram que acabam procurando caminhos de "esquecimento".
É para isso que servem as drogas químicas e o uso da maconha nos meios comuns, as pessoas querem "viajar", querem "esquecer os problemas", querem "ficar livres", mas só isso.
Notem que a proposta xamânica e mágica do uso de plantas de poder é outra. Os (as) xamãs sempre usaram plantas de poder para estar mais amplos, mais conscientes, para ir em busca de visões e sinais, portanto nunca para "fugir" da realidade no sentido de negá-la, mas sim ir além da realidade, no sentido de ampliarem-se.
Segundo ponto inconveniente: Causa males enormes a saúde.
Ora, a prática de caminhadas constantes, de exercícios físicos, de uma alimentação sadia, dos exercícios de Tensigridade ou similares tem como objetivo fortalecer o corpo, os (as) xamãs insistem que precisamos estar saudáveis para o que vamos realizar no mundo do poder, que o corpo deve estar forte e flexível, que precisamos de "vísceras de aço".
É então total contra senso fazer uso de substâncias que destroem a saúde com a pretensão de provocar estados visionários, estados cheios de ilusão que servem aos que tem preguiça e não querem de fato transcendência, mas só algum "agito" a suas vidas rotineiras.
Eu tenho uma pesquisa vasta sobre o tema, coisa que ainda está em andamento e pretendo publicar um dia minhas conclusões sobre esta questão que não é algo simples nem superficial, pois o grau de consumo de drogas na nossa sociedade é impressionante e o mais preocupante, grande parte das pessoas que entram nesse caminho são justamente as pessoas com mais energia e mais potencialidades num grupo.
Já notaram isso?
As pessoas mais brilhantes e interessantes de um grupo social acabam entrando nestes caminhos e  em grande parte acabam tendo efeitos que mexem com toda a vida delas.

A pergunta é: Que futuro vão ter? Em termos de saúde psíquica e física?

Noto como é inócuo e quase ineficiente toda a campanha oficial de combate as drogas, pois os que tem a tendência para usar criam barreiras a quaisquer doutrinações e cada pessoa que vem falar contra já é catalogado como careta e os ouvidos se tornam moucos a seus
argumentos.

Vem a questão colocada por Gurdjieff: Temos que ter consciência para ampliá-la.

A maconha que as pessoas fumam é plantada num lugar ilegal, colhida por pessoas que tem como única meta: ganhar dinheiro; é traficada por gente que usa da violência como expediente normal.
Que energia estava impregnada nesta planta que usam?

Assim o uso indiscriminado, para apenas "viajar" que muitos fazem uso de tais substâncias revela que nestes casos não estamos lidando com uma abordagem de "poder" de tal planta, mas apenas mais um sintoma de uma sociedade em crise, em desagregação, em decadência que corrompe tudo que toca.

Temos assistido a desvirtualização do uso do Runipan, que chamam de Ayahuasca, com o cacto de São Pedro, com o Peyote e tantas outras plantas de poder que agora são usadas por grupos de pessoas que pretendem um "transe" coletivo, que anseiam por sair desta realidade consumista e degradante, para a qual, no entanto voltam sempre que o efeito da planta passa. Se olharmos com atenção para tais pessoas e grupos notamos que apenas se enchem com mais ilusão e fantasia e assim tornam ainda mais difícil o caminho da Liberdade.
Este o principal problema com o uso de plantas de poder, usá-las e não aproveitar nada o seu efeito, as experiências que sob ela experimentamos.
E aí vamos mais longe.
É necessário o uso de plantas de poder?
A resposta não é simples, depende de cada pessoa.
Para algumas pessoas o uso é necessário, até indispensável, para outras é completamente dispensável e existem aquelas que nunca podem fazer uso de tais plantas, sob pena de se confundirem ou mesmo ficarem muito doentes.
Cada caso é um caso e não podemos generalizar.

Mas estamos falando de xamanismo e magia, portanto, vamos deixar claro:
Que uso de substâncias químicas não tem nada a ver com xamanismo, substâncias químicas são resultantes de experiências desta época, que tentam imitar o efeito das substâncias naturais encontradas nas plantas, mas sem o "poder”.

Cocaína, por exemplo, é chamada por muitos de Maldição Inca, segundo alguns xamãs a cocaína está atacando o próprio sistema explorador que domina os povos, o número de
executivos que só vive a poder de coca é espantoso.
Para muitos é uma antiga maldição dos povos andinos atingindo os modernos conquistadores.

O uso de remédios deve se enquadrar nesta classe de tóxicos.
Se tu trilhas um caminho xamânico e usa remédios químicos a todo instante, um simples Anador, Melhoral ou Aspirina, pode ter certeza que seu corpo está intoxicado e que tu estás usando drogas.
Se vamos ser precisos em nossa avaliação temos que passar por aí. Remédios químicos para o organismo têm o mesmo efeito que a coca ou heroína para o campo psíquico.
As drogas farmacológicas viciam o corpo, quanto mais se usa um remédio, doses mais fortes precisam ser usadas.

O xamanismo é um caminho natural, assim os (as) xamãs mantêm seus corpos saudáveis por efeito do uso de ervas e terapias naturais.
Se tens um armarinho de remédios que deixa com inveja muitas farmácias, se dependes de remédios químicos, quaisquer que seja, estás no caso dos viciados em drogas químicas.
O uso sistemático de remédios  químicos revela  um problema tão grande quanto o uso de drogas químicas.
Destroem as defesas naturais do corpo (crescem as correntes entre epidemiologistas que associam a AIDS a um problema muito mais sistêmico que a simples presença do vírus, aliás em toda doença o agente tido como infeccioso é sempre um aproveitador, que entra quando o organismo por causas diversas entrou em colapso).

Portanto, vamos aproveitar o tema "drogas" e definir muito bem o que são drogas:
Drogas são todas as substâncias que agindo sobre o corpo provocam alterações metabólicas que podem imitar o comportamento natural do corpo, mas agem causando dependência e destruição orgânica.
Existem as drogas que atuam sobre a percepção, chamadas de psicodélicas, que os modismos da era hippie e a apologia de certos escritores e artistas fizeram parecer ser "chique", da "moda", "moderno", usá-las.

A necessidade do transe é comum a todas as culturas, os cultos antigos sempre fizeram uso de plantas alucinógenas para induzir estados de realidades não comuns aos praticantes. Entretanto a forma pela qual isso era feito, a maneira pela qual tais ritos são conduzidos muda tudo.

Fato: A maioria das pessoas que usam drogas se dão mal, mais cedo ou mais tarde. Basta observar, ou estas pessoas "saem da estrada" ou acabam se destruindo. Fora os casos que as pessoas se destroem tanto enquanto singularidades que se tornam incapazes de sair por si, engrossando as fileiras das igrejas fundamentalistas, deixando de consumir drogas químicas para consumir drogas ideológicas, que as tornam dependentes, heterônomas, mas ao menos "produtivas para o sistema".
Aliás, esse fator é muito sério.
O sistema tem uma relação muito dúbia com o problema das drogas e só o ataca quando o consumo se torna problema para a "produtividade" do individuo.

Mas proibir nunca foi forma de resolver nada, será que não aprendemos nada com a história? Proibir é sempre uma forma de criar uma aura em torno do que foi proibido que mais atiça a curiosidade.
Eu sou a favor da descriminalização da maconha justamente por isso.
É como o caso da carteira de motorista com 16 anos.
Todo mundo dirige com esta idade, mas o fato de proibir cria um problema ainda maior, tenho vários casos conhecidos de acidentes até fatais, com menores dirigindo, que se acidentaram ao fugir da polícia. Negando o fato, que menores pegam o carro e dirigem, estamos apenas criando um problema maior.
A maconha como está hoje colocada, como crime, acaba levando os usuários a se identificarem com a marginalidade. Isso é muito sério, temos que  tomar cuidado com esta aura ainda meio "romântica" que cerca o submundo do crime organizado. É muito perigoso o que está acontecendo, quando o traficante se torna herói e a polícia se parece tanto com o criminoso que julga combater que fica difícil saber de quem correr.
Quando jovens são chantageados, levam tapas, apanham mesmo, são desmoralizados por policiais quando flagrados usando maconha? Isto acontece sempre e isto cria uma maior
identificação destes jovens com o mundo do crime que com o mundo do contrato social que vivemos.
E viver em sociedade exige um contrato social.
A lei e a justiça tem seus defeitos, tem seus problemas, mas vivemos num Estado de Direito e isto é deveras importante de ser mantido.
Vá viver numa favela, em guerra entre gangues, para saber o quão é inconseqüente toda idéia que toda autoridade é vã e deve ser suprimida. Quando estamos no mundo do crime organizado não há lei, a vontade caprichosa de alguns se impõe, a vontade imposta pela força, pelo poder e a morte de quem não concorda.
Não vamos ser ingênuos e crer que nosso sistema legal é algo bom e puro, mas ao menos, no estado configurado, no estado de direito, temos instrumentos para uma ação política e a política é o espaço público nas conformidades da lei, uma lei que é gerada pela necessidade da sociedade, onde a vontade caprichosa de grupos ou indivíduos não pode ser mais forte.
Sabemos que ainda não estamos dentro disto 100%, mas o caminho é por aí.

Temos que notar que quando falamos de xamanismo estamos lidando com uma abordagem completamente diferente da realidade, uma abordagem que nada tem a ver com os
paradigmas dessa sociedade na qual estamos inseridos.
Lidar com outros estados de consciência não faz parte do que a sociedade cotidiana aceita ou lida.
As linhas psicológicas e psicanalíticas ortodoxas tratam todos os estados diferentes de consciência como patológicos, exceção para psicologias mais arrojadas, porém pouco
aceitas, como a transpessoal.
Ainda temos alguns resquícios da inquisição em nosso tempo, os hospícios são um deles.
Assim entrar em outros estados de consciência não é algo que pode ser encarado de forma superficial como tudo o mais que acontece nesta sociedade.

É um tema amplo e sério, mas é bom começar a distinguir que o xamanismo é um caminho de liberdade, assim tudo que limita, que escraviza, que gera dependência, que destrói não pode ser um caminho xamânico e mágico.

Pela liberalização das drogas
A guerra estatal contra as drogas, assim como a Guerra Contra a Pobreza ou a Guerra Contra o Terror, é um fracasso abjeto.  Ela atravanca o sistema judiciário, incha desnecessariamente a população carcerária, estimula a violência, corrompe a polícia, corroi as liberdades civis e acaba com a privacidade financeira.  Ela também estimula buscas e apreensões ilegais, arruína inúmeras vidas, desperdiça centenas de bilhões em impostos, obstrui o avanço de técnicas de tratamento medicinal e não produz impacto algum no uso ou na disponibilidade das drogas.
Como consequência dessa fracassada guerra, gente oriunda de todos os lados do espectro ideológico já começou a clamar - em modo e intensidade nunca antes vistos - por algum grau de descriminalização ou legalização.
Um recente exemplo disso é o filósofo político britânico John Gray .  Em um artigo intitulado "O Argumento a Favor da Legalização de Todas as Drogas é Irrefutável ", Gray faz uma forte defesa da descriminalização total das drogas.  A guerra mundial contra as drogas deveria ser abolida porque:
  • A guerra às drogas já mutilou, traumatizou ou desalojou um incontável número de pessoas.
  • Apesar disso, o uso de drogas permanece entranhado em nosso modo de vida.
  • Os custos incorridos pela proibição das drogas já excederam enormemente qualquer possível benefício.
  • Penalizar o uso de drogas acaba por levar pessoas que em outro contexto seriam cumpridoras da lei à economia do submundo.
  • A proibição expõe os usuários de drogas a enormes riscos de saúde.
  • Drogas ilegais não podem ter sua qualidade e toxicidade facilmente testadas.
  • Inúmeros usuários de drogas viveram vidas produtivas em épocas passadas antes das drogas serem proibidas.
  • Os usuários de drogas têm de lidar com preços inflacionados, riscos de saúde e a ameaça de cadeia.
  • Políticos que já utilizaram drogas não sofreram qualquer tipo significativo de efeito colateral em suas carreiras.
  • Os enormes lucros obtidos com as vendas de drogas ilegais corrompem instituições e destroem vidas.
  • A cruzada antidrogas recentemente iniciada pelo governo do México acabou se agravando e se transformando em uma miniguerra. (Pense no Rio de Janeiro).
  • Alguns estados já foram, de uma forma ou de outra, inteiramente capturados pelo dinheiro das drogas.
Ele também poderia ter falado, como vários outros já o fizeram, que certas drogas ilegais já se comprovaram muito eficazes como analgésicos, que pessoas que fumam maconha têm menor risco de sofrer de certas doenças, ou que o abuso de remédios controlados mata pessoas (Elvis, Heath Ledger, Michael Jackson) da mesma forma que as overdoses de drogas ilegais.  Ele poderia ter mencionado que o abuso de álcool é um problema social maior do que o uso de drogas ilegais, ou que apenas nos EUA ocorreram 1.702.537 prisões no ano passado, sendo que quase metade foi por causa de uma simples posse de maconha.
O problema com o argumento "irrefutável" de Gray é que ele é utilitarista.  Ele não faz um argumento em nome da liberdade.  Ele não argumenta que as pessoas devem ter a liberdade de usar drogas simplesmente porque elas são livres.  Assim, se a guerra às drogas parar de mutilar, traumatizar e desalojar as pessoas, se os custos da proibição tornarem-se menores que os benefícios, se as drogas ilegais puderem ter sua qualidade e sua toxicidade testadas, se a miniguerra mexicana acabar, etc. - então, de acordo com Gray, a guerra às drogas poderia ser uma coisa boa.
O único argumento irrefutável é o argumento do ponto de vista da liberdade.  Mais ainda: da imoralidade que é a intromissão governamental na vida pessoal de cada indivíduo.  Em nenhum lugar do seu artigo Gray sequer considera que não é papel do governo e nem é direito de qualquer pessoa proibir, regular, restringir ou controlar o que um indivíduo deseja comer, beber, fumar, absorver, cheirar, aspirar, inalar, engolir, ingerir ou injetar em seu corpo.
Se as drogas serão para uso médico ou recreativo é algo que não importa.  E também não importa se o uso de drogas irá aumentar ou diminuir.  Um governo que tem o poder de proibir substâncias nocivas ou práticas imorais é um governo que tem o poder de banir qualquer substância e qualquer prática.  Sequer deveria existir algo como 'substância controlada'.
Conservadores que reverenciam leis deveriam apoiar tanto a liberdade de se utilizar drogas para qualquer propósito quanto um livre mercado para as drogas.  Não é minimamente racional autorizar o governo federal a se intrometer nos hábitos alimentares, alcoólicos ou tabagistas dos indivíduos.  Com efeito, até o início do século XX inexistiam leis contra as drogas em praticamente todo o mudo.  (Clique aqui para ver algumas curiosidades sobre esse período de drogas livremente comercializadas).
Não é papel do governo e nem é direito de qualquer pessoa proibir, regular, restringir ou controlar o que um indivíduo deseja comer, beber, fumar, absorver, cheirar, aspirar, inalar, engolir, ingerir ou injetar em seu corpo.
John Gray chega a alertar contra uma "utopia libertária na qual o estado se abstém de qualquer preocupação em relação à conduta pessoal".  Mas não é com esse seu alerta ridículo que temos de nos preocupar.  O verdadeiro problema são os puritanos, os moralistas, os intrometidos, os totalitários, os estatistas e todos os outros reformadores sociais idealistas - dentro e fora do governo.
As drogas de John Gray são regulamentadas, licenciadas, tributadas, monitoradas e controladas.  Mas sem um livre mercado para as drogas, sua legalização nada mais é do que um controle estatal do mercado de drogas, como o professor e psiquiatra Thomas Szasz  já demonstrou.
O argumento de John Gray a favor da legalização de todas as drogas é facilmente refutável; já a defesa da liberdade é absolutamente irrefutável.


Milton Friedman - ganhador do nobel de economia
Fontes:


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ritual: Tabaco, Fumantes e Liberdade

O Tabaco sempre foi considerado pelos índios como uma Planta de Poder. O tabaco selvagem é uma planta muito poderosa e curativa, em seu estado original e na forma correta de sua utilização. O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas do xamanismo. Ele fumado no Cachimbo Ritualístico, carrega as preces para o Universo.

É usado para fazer oferenda aos guardiões, ao Grande Mistério, etc.Fumar tabaco ( em ritual ) é evocar o Plano Espíritual.
Desde a aparição da Mulher Búfalo Branco para os nativos norte-americanos, o tabaco é considerado uma planta que traz claridade. Ele é o totem vegetal da Direção Leste, do Elemento Fogo. E, como tudo que é fogo, é ambíguo. Pode elevar, transmutar ou pode destruir.Quando o tabaco é utilizado espiritualmente, traz purificação, centramento, transforma energias negativas em positivas, serve de mensageiro.
É utilizado no Xamanismo Universal. No Perú é fumado em rituais na Pipa ( cachimbo ) e na forma de cigarro. Os ayahuasqueiros chegam a dizer que :
Sin tabaco ! Sin la Ayahuasca ! (Geralmente o fumo não é tragado).

No Perú também extraem o mel de tabaco, um poderoso alterador de consciência.Podemos ver nos rituais afro ( candomblé, umbanda, etc) a utilização do tabaco pela entidades, fazendo purificações, passes, exorcismos, oferecer charutos em despachos,etc.
No Chanumpa (EUA), para cada pitada de tabaco, convida-se um espírito para participar do ritual. Ele também é ofertado para os espíritos, para o fogo, utilizado para abrir portais da mata, honrar a Criação, confeccionar bolsas medicinais, pacote de preces, etc.



Outras formas de utilização

Entre os mateiros brasileiros, eles utilizam-se do rapé, para se harmonizarem com os seres da floresta.
Existem várias formas de utilização. Por exemplo : ao invés de utilizar produtos químicos, agrotóxicos para combater pulgões e outras pragas no seu jardim, faça uma maceração a frio com 50gr. de tabaco puro, ou fumo-de-rolo picado, durante 24 horas.
Leve para a panela, adicionando 20 pimentas, uma colher de sopa de cinzas peneirada, um pedaçõ de sabão de coco e um maço de losna.
Deixe cozinhar por 20 minutos. Ao esfriar coe. Para utilizar dilua um copo dessa solução em 3 litros de água. 



COMPRESSA PARA RETIRAR ENERGIAS NEGATIVAS

( Bom para dôr-de-cotovêlo, final de caso,etc )
Para meio litro de água, coloque 4 colheres de sopa de folhas secas de tabaco ( caso não ache, serve fumo-de-corda), levando ao fogo até ferver. Quando ferver, deixe mais 5 minutos em fogo brando e retire deixando em repouso por 15 minutos coberto por um pano branco. Coe.
Pegue um pano que cubra toda a area do abdômem.Molhe o pano na infusão do tabaco e coloque em seu abdômem, deixando por 30 minutos. Esta compressa remove energias emocionais estagnadas, formas de pensamentos, quebrantes, etc.
Segundo Sangirardi Jr., o caráter religioso da fumaça remonta tempos imemoriais. Desde as cavernas da pré-história, o homem adorava o fogo. O fogo aquecia. Preparava os alimentos. Aclarava as trevas noturnas. Afastava os animais bravios. E passou a afastar também os espiritos inimigos e as forças adversas. Do fogo nasce a fumaça, que passa a participar do mesmo poder de purificar, exorcizar, de evocar os espíritos.
Fumado ou ingerido, produz o extase dos curandeiros, colocando-os em contato com forças superiores e invisíveis, que lhes permitem curar doenças, prever o futuro, afastar maus espíritos, purifica e neutraliza forças adversas.
Como expansor da consiência, é também usado um mel de tabaco, que é lambido. Também conta-se, que na forma de rapé, é utlizado para harmonização com os sêres espirituais da floresta.
Os rituais com cachimbo são utilizados por todos os povos xamânicos de todos os continentes. Também utilizados na forma de charuto, ou na palha do milho, mascados.É utlizado pelos nativos como estulantes capaz de vencer a fome, a sede e o cansaço.
Muitos povos nativos contam a história de uma Mulher Sagrada, que engravidou de gêmeos. Mesmo dentro do útero esses dois gêmeos brigavam. Um representava tudo o que era bom nos humanos, enquanto o outro representava o oposto. Quando chegou o tempo do nascimento, o garoto bom nasceu de maneira tradicional. O outro gêmeo estava tão ansioso para sair do útero, que ele se chutou para fora da mulher, ferindo-a mortalmente.
O bom filho permaneceu com a mãe, e com seus extraordinários poderes, sepultou-a conforme suas instruções. Ela lhe contou que mesmo com sua morte, boas coisas viriam para o povo. Ele permaneceu próximo de seu túmulo por alguns dias, conforme seu pedido. Antes que ele fosse embora, viu que de seu corpo nasceram as tres plantas irmãs : milho - feijão e abóbora - que deste momento em diante dariam sustento ao seu povo. De sua fronte nasceu a Planta Sagrada : Tabaco.
O tabaco é considerado uma das plantas mais sagradas, por muitos povos nativos. Para os nativos norte americanos, quando fumado no Cachimbo Sagrado, ele carrega as preces para os espíritos. Com frequência, é usado para se fazer oferendas para os Espíritos Guardiões. Fumar tabaco é chamar o plano espiritual para ajudar. Segundo Sun Bear, se alguém fuma por diversão, estará continuamente chamando Espírito para sí com um falso alarme. A maior parte do tabaco comprado em lojas é misturado com material químico, nocivo à saude.
Um dos nomes nativo-americano para a mistura do fumo é "kinniknnik ", que pode ser uma erva apenas (uva-ursi) ou uma combinação.
O tabaco é uma planta de grande ajuda. Utilizada para defumação ou no Cachimbo Sagrado, ele pode, trazer novos começos para quem quer que o esteja usando ou para quaisquer projetos ou lugares para o qual ele é queimado.

Falando sobre o uso Sociopolítico do Tabaco

Mesmo os não-fumantes devem ter um interesse muito mais que passageiro no recente assalto empreendido pelos governos às empresas de cigarro e, principalmente, aos indivíduos que fumam.
Houve uma época em que se podia desfrutar um cigarro ou um charuto em restaurantes e bares.  Com o passar dos anos, entretanto, a maioria dos governos estaduais sucumbiu à pressão e lobby de grupos antitabagistas, infringindo o direito básico que qualquer estabelecimento privado tem de determinar autonomamente a sua política tabagista.
É fácil perceber pelo seu discurso que várias dessas pessoas e organizações antifumo não apenas têm aversão à liberdade como também possuem uma mentalidade absolutamente totalitária.
Mesmo os não-fumantes não ativistas se mostram contentes com essas leis.  Eles se dizem contrariados em ter de respirar fumaça de cigarro enquanto estão comendo, dançando ou conversando, e também não gostam de ficar com o cheiro de cigarro entranhado em suas roupas ao final do expediente.  E não nos esqueçamos também dos garçons e garçonetes que dizem ter o direito de trabalhar em um ambiente livre da fumaça do cigarro.
Já os ativistas afirmam estarem apenas protegendo a saúde pública e impedindo que haja invasões indesejadas no "espaço privado" dos não-fumantes.  Porém, os métodos que eles empregam somente podem ter sucesso quando o governo parte para o confisco da propriedade privada - sem qualquer reparação de danos aos proprietários, obviamente.
Após exitosamente terem forçado as empresas de tabaco a financiar vários esquemas governamentais, a arcar com uma das maiores cargas tributárias da economia e a utilizar métodos publicitários que convençam as pessoas a não fumar, o próximo passo natural e inevitável foi banir o fumo no "ambiente de trabalho".  Embora a maioria de nós pense que "ambiente de trabalho" seja algo tipo um escritório ou estabelecimentos afins, a definição utilizada pelos ativistas é bem mais vasta, incluindo especialmente estabelecimentos como bares e restaurantes, os quais tradicionalmente são o refúgio favorito dos fumantes.
Os defensores de um "ambiente de trabalho livre do cigarro" afirmam que, uma vez que não-fumantes trabalham em bares e restaurantes, e uma vez que a fumaça expelida pelo fumante contém os chamados carcinógenos da classe A, que em altas doses podem causar câncer, os não-fumantes teriam o direito de trabalhar em ambientes "seguros".  Em outras palavras, ao banir o fumo desses lugares, o governo está simplesmente protegendo os "direitos" dos trabalhadores.
Superficialmente, tais argumentos podem parecer plausíveis, mas basta aprofundarmos um pouco para vermos que eles não apenas são enganosos, mas também absolutamente perigosos.  Tais leis se resumem a um puro confisco da propriedade.  Qualquer entidade governamental que determine as regras está utilizando de força para limitar um comportamento que possa vir a ocorrer em uma propriedade privada, embora seja o proprietário o responsável por aplicar essa regra - sob o risco de perder sua propriedade e talvez até mesmo sua liberdade caso desobedeça.  Os proprietários, que em um livre mercado teriam a liberdade de decidir autonomamente se querem ou não permitir o fumo, têm esse direito confiscado pelo estado.
Mas o detalhe básico a que poucos parecem dar atenção é que as pessoas que são empregadas ou clientes de um bar ou restaurante estão ali por opção própria.  Colocando de outra maneira, aqueles indivíduos que decidem trabalhar em um determinado estabelecimento, ou comer e beber ali, tomaram essa decisão livremente.  Nenhum dono de bar ou restaurante pode obrigar ninguém a trabalhar ou comer em seu estabelecimento.  Assim, na melhor das hipóteses, o estado está "salvando" as pessoas de seu próprio livre arbítrio, o que significa que autoridades políticas - e os ativistas que vibram com elas - estão na verdade coagindo esses trabalhadores e clientes a fazerem apenas as escolhas que tenham a aprovação do estado.
Muito alarde tem sido feito a respeito de os não-fumantes serem "vítimas" de fumo passivo criado pelos fumantes.  Aqueles que, como nós, não são fumantes, certamente já reclamaram algumas vezes sobre ter de respirar a fumaça dos outros, sendo que já houve vezes em que decidimos não ir a certos lugares apenas porque havia pessoas fumando.  Entretanto, uma coisa é se recusar a ir a lugares onde há pessoas fumando; outra coisa, bem diferente, é utilizar o estado como meio de impor nossos desejos e vontades sobre terceiros.
As políticas antitabagistas em voga dão às pessoas insatisfeitas (junto com políticos e ativistas) o controle real sobre os direitos de propriedade, que é o que esses ativistas de fato querem.  Para disfarçar um pouco do totalitarismo, todo o argumento é colocado sob o manto do cientificismo: "Todos os carcinógenos do grupo A deveriam ser banidos dos ambientes de trabalho, o máximo possível", gritou um ativista de uma corrente de e-mails.
O argumento dos "Carcinógenos Classe A", embora de início soe bem, é apenas mais um truque retórico.  De acordo com pesquisadores do câncer, a fumaça do cigarro carrega carcinógenos "Classe A", e estes supostamente têm efeito sobre os não-fumantes.  Considerando-se que grande parte das pesquisas antitabagistas tem fortes motivações políticas, deve-se sempre desconfiar de qualquer resultado delas.  (Por exemplo, a mídia recentemente trombeteou aos quatro cantos um "estudo" que afirmava que proibições ao cigarro poderiam cortar pela metade os ataques cardíacos.  A Reason Foundation já desmitificou estes e outros estudos).
"Ah, mas ninguém discorda que o cigarro faz mal à saúde!  Há muitos estudos que comprovam isso!"  Será?  Ok, não vamos discutir isso aqui.  Mas a pergunta que fica é: E daí?  Várias coisas fazem mal à saúde.  O que interessa é que o indivíduo seja livre para cometer o erro que quiser, de maneira que ele próprio faça a sua avaliação de custos e benefícios.
"Beleza", dirão alguns, "desde que os fumantes não me coloquem em risco".  Novamente, retornemos ao ponto já mencionado: ninguém é obrigado a ficar perto da fumaça.  As pessoas não têm de ir a um bar ou a um restaurante.  Ou elas aprendem a cozinhar em casa, ou elas aprendem a fazer seus próprios drinques ou elas abrem o próprio negócio!  Responsabilidades individuais, essa é a questão.  De toda forma, se realmente há muitas pessoas que valorizam estabelecimentos onde o fumo é proibido, o mercado irá encarar o desafio e ofertar esses lugares.
Em um livre mercado, estabelecimentos para fumantes e não-fumantes seriam alocados com base apenas na demanda dos consumidores.  Ludwig von Mises já demonstrou como que, em um mercado livre e desimpedido, são os consumidores quem detém o poder.  Alguns empreendedores (talvez fumantes) abririam restaurantes ou bares para os não-fumantes, caso acreditassem que poderiam maximizar seus lucros nesse tipo de ambiente.  Isso iria atrair aqueles empregados que valorizam um ambiente livre de cigarro ou que acreditam que poderiam ganhar mais (sendo mais produtivos) trabalhando em um estabelecimento antifumo.
Por outro lado, haveria empreendedores (talvez não-fumantes) que iriam querer agradar a clientela tabagista.  Esses estabelecimentos iriam atrair empregados que fumam ou que não se importam em trabalhar em um ambiente com fumaça de cigarro, desde que paguem bem.
Estes arranjos voluntários não podem ser regulamentados.  É impossível fazê-lo de modo que todos ganhem.
Alguns podem argumentar que estamos forçando a barra para tentar provar um ponto.  Ótimo, podemos aceitar que a demanda por bares, restaurantes e casas noturnas (lugares para socializar, beber, ouvir música ao vivo e dançar) é muito inelástica, de modo que os clientes não se importarão muito em sair do recinto apenas para fumar e em seguida voltar - o que não acarretaria perdas monetárias para o dono do estabelecimento.  Novamente, e daí?  Não é uma questão de lucros; é uma questão de liberdade.  Essa linha de raciocínio é apenas uma cortina de fumaça.  O argumento moral ainda apóia o direito do estabelecimento em determinar qual política tabagista irá seguir.
Mas há outros aspectos que não estão sendo levados em conta em todo esse debate.  Há muitos riscos nesse mundo, e, seguindo-se a linha de raciocínio dos ativistas, todas as pessoas insatisfeitas acabariam tendo um poder de veto absoluto sobre praticamente tudo.  Por exemplo, se uma pessoa tem o poder de entrar em um estabelecimento e exigir que as pessoas parem de fumar, então uma pessoa que se sente ofendida por um determinado tipo de filme também teria de ter o direito de exigir que o cinema parasse de exibir este filme em particular.  Você quer viver em um mundo assim? 
Ou, da mesma forma, todos nós sabemos dos perigos trazidos pelas bebidas alcoólicas; e, se é perigoso para as pessoas fumar, então certamente também é perigoso que elas bebam.  Sendo assim, espera-se que as autoridades políticas, sempre tão zelosas por nós, passem a se preocupar também com o abuso de álcool, e ordenem que bares e restaurantes parem de servir tais bebidas, ou que pelo menos permitam que qualquer um entre no estabelecimento e declare que toda a bebida seja confiscada.  Por que não?
Aliás, se realmente queremos acabar com a fonte da maioria dos cânceres, então temos de acabar com o sol.  Se esses guerreiros contra o câncer e pela saúde pública de fato estivessem preocupados em manter as pessoas afastadas dos perigos do câncer, então elas iriam exigir uma legislação que proibisse o sol de brilhar ou que, ao menos, exigisse que fechássemos todas as cortinas durante o dia e saíssemos de casa apenas à noite, algo parecido com a sátira "Petição dos Fabricantes de Vela", de Frederic Bastiat. (Mas é bom não dar muita ideia).
Entretanto, como já virou coro entre os ativistas, o que eles querem é apenas eliminar os carcinógenos "Classe A" do ambiente de trabalho.  Essa não é uma tarefa tão fácil quanto parece, ainda que toda a fumaça de tabaco venha a ser de fato eliminada.  Os carcinógenos estão em todos os lugares, incluindo roupas e carpetes.  É impossível viver sem entrar em contato com essas coisas.  (A menos que você seja um índio numa floresta).
Assim, toda a ladainha sobre segurança é apenas um estratagema para esconder o real objetivo da coisa.  Os ativistas antitabaco não irão descansar enquanto não retornarmos a algo tipo a Lei Seca dos anos 1920 nos EUA, desta vez com o tabaco sendo o alvo.  O fracasso de todas as outras leis que banem o álcool e as drogas parece não afetá-los em nada.
Embora muitos libertários tenham moldado o argumento como sendo uma disputa entre os direitos dos fumantes e dos não-fumantes, é um erro parar por aí.  Não há dúvidas de que haja um conflito de direitos aqui, mas uma legislação que regule o uso do tabaco não é a solução.  A questão real não é se a lei será utilizada como um instrumento de mediação entre fumantes e não-fumantes, mas sim o fato de que ativistas estão utilizando o estado como meio de sequestrar o controle sobre a propriedade privada e de proibir que indivíduos capazes de pensar autonomamente façam suas escolhas.
"Se a liberdade que o homem tem de escolher seu próprio consumo for abolida, então todas as liberdades estão abolidas", escreveu Mises.
Por último, vale a pena comentar outro ataque bastante comum perpetrado contra o cigarro: os prejuízos que os fumantes impõem ao sistema de saúde.  O argumento é mais ou menos assim: "Fumantes são mais propícios a sofrer doenças do coração, enfisema e câncer, e será o governo quem terá de pagar as contas dos hospitais públicos".  A maneira mais óbvia de solucionar esse dilema é tirando o governo do setor da saúde.  Porém, antes que os socialdemocratas esperneiem, convém lembrar que, seguindo-se essa lógica, os obesos, os alcoólatras e os promíscuos também oneram, cada um à sua maneira, o sistema de saúde.  Não faz sentido culpar apenas um grupo e jamais mencionar os outros.  É por isso que quando se cria essas benesses governamentais, como saúde e educação pública, discriminações desse tipo tornam-se inevitáveis.
Murray Rothbard é quem coloca claramente: "Não existe algo como a ação de 'grupos', de 'coletivos' ou de 'estados'.  Eles não representam as ações de vários indivíduos em específico; eles representam apenas o desejo de um grupo ínfimo de pessoas que querem impor suas vontades sobre todo o resto". Logo, não é o "governo" quem paga o serviço de saúde pública - os contribuintes é que pagam.  Mas essa é outra história.
Aliás, é capaz de os fumantes na realidade estarem poupando o dinheiro do "sistema", já que, como propagandeiam os ativistas, eles morrem mais cedo do que os não-fumantes, o que significa que eles não poderão "onerar" por muito tempo a Previdência Social, para a qual contribuíram solidamente durante toda a vida de trabalho.
Qualquer que seja a justificativa utilizada, o fato é que quando o governo tenta proteger a sociedade de algum perigo, ele acaba violando as liberdades individuais.  A livre iniciativa e a liberdade de associação são os verdadeiros direitos pelos quais devemos lutar, ao invés da espúria ideia do "direito" a um ambiente sem cigarro. 
A decisão sobre se devemos ou não banir o cigarro da propriedade privada é algo que deve ser deixado apenas a cargo do dono da propriedade, ponto.  Ademais, os indivíduos que escolheram frequentar ou trabalhar em tais lugares não devem depois vir reclamar que a fumaça exalada pelos fumantes os deixou doentes (e então arrumar um júri que os fará multimilionários).  É hora de encarar e assumir as consequências das próprias atitudes.  A liberdade implica isso.
Apesar de gostarem de ser vistos como zeladores ciosos da saúde alheia, os ativistas antitabagismo nada mais são do que ladrões enrustidos.  Sim, a liberdade de expressão significa que eles podem dizer o que quiserem.  E sim, o direito sobre a propriedade privada também diz que eles deveriam cuidar apenas das coisas deles quando se trata da propriedade alheia.
Quando as pessoas abandonarem essa atitude arrogante e hipócrita e perceberem que não é um direito trabalhar para alguém ou que não é um direito entrar na propriedade alheia; e quando as pessoas entenderem a diferença entre "público" e "privado", então, só então, a incrível perda de tempo e a incrível quantidade de dinheiro do contribuinte que é gasta em legislações antitabagistas irão parar.  E talvez então o governo irá parar de interferir nos direitos de propriedade, devolvendo esse comando a quem realmente tem esse direito: os proprietários.
É a única coisa moral a se fazer.




Fontes:


domingo, 8 de janeiro de 2012

Janus, a divindade que origina Janeiro

Janeiro é um mês curioso, não acham? É o primeiro mês do novo ano, mas nós ainda trazemos em nós mesmos um pouco do que passou e muito do que desejamos para o amanhã. Ou seja: passado e futuro se enroscam no presente.
A mitologia Greco-Romana nos conta que existiu, em um passado muito remoto, um deus chamado “JANUS”. Janus nasceu na Tessália, Grécia, e foi conhecido como o deus da “dualidade”, o deus da dupla face. Para a luz e as trevas, para o amor e o ódio, para o bem e o mal, para a felicidade e a infelicidade, para a sinceridade e a falsidade.
Coisas do Deus Janus, uma uma divindade pré-latina que era considerado o Senhor do Sol e do Dia, uma espécie de guardião celeste de todas as portas e entradas. Ele era representado pelos humanos como um Deus de duas faces: sendo uma delas voltada para o passado e a outra para o futuro. Janus é o equivalente masculino da Deusa Jana, cujo aspecto de duas faces Antevorta e Postvorta da mesma forma, olhando para o passado e para o futuro. Justamente por isso, o mês de janeiro marca o começo de um novo ano, mas também contêm elementos do ano que passou.
O mito de Janus nos conta que ele era o primeiro Deus a ser mencionado nas cerimônias religiosas. Era adorado na época das colheitas, plantio, casamentos, nascimento e sempre que acontecia algum acontecimento importante na vida de alguém. Também representa a transição entre a vida primitiva e a civilização: o campo e a cidade, a guerra e a paz, a infância e a maturidade.
Coisas de Janeiro – esse mês das tempestades. É verão por aqui (grita o calendário) mas a paisagem está nublada… Há quem diga que as condições climáticas de janeiro determinam o andar da carruagem nos demais meses do ano. Então preparem os guarda chuvas...
Uma lenda romana nos conta que ele teria chegado a Tessália onde foi recebido pela princesa Camesse do Lácio com quem se casou e teve filhos, dentre os quais Tiberinus (o Deus do rio Tibre). Após a morte de sua amada, governou sozinho e trouxe um tempo de paz e bem estar para todos, a famosa Idade de Ouro. Após sua morte tornou-se Deus por direitos adquiridos pelos atos praticados em sua vida e ganhou (não há referência exata de quem) o poder de saber do passado e do futuro.

Na realidade, Janus foi um homem muito inteligente que se casou com a rainha do Lácio e ao ficar viúvo, governou esta região como rei. No seu reinado, ele desenvolveu na região os seus conhecimentos científicos como a criação da moeda, o cultivo do solo e as leis, levando à região do Lácio, um período de paz e prosperidade. No Lácio, viveram os antigos Latinos, os Etruscos. Só ao morrer, Janus recebeu o status de deus, devido a sua vida dedicada às transformações.

Algumas vezes ele é associado a Ani (deidade etrusca) e com os gregos Zeus e Hermes. Também o ligam a São Pedro que é considerado o “porteiro dos céus” no cristianismo, mas sobre isso eu não me atrevo a discursar.


O primeiro de janeiro era dedicado pelos romanos para o seu Deus de portas e portões, Janus. Um Deus muito antigo italiano, Janus tem uma aparência distinta artística em que ele é comumente representado com dois rostos... Um em relação ao que está por trás e o outro olhando para o futuro. Assim, Janus é o representante da contemplação sobre os acontecimentos de um ano de idade ao olhar a frente para o novo. Algumas fontes afirmam que Janus foi caracterizado de uma forma tão peculiar, devido à noção de que portas e portões olham em duas direções.  Portanto, o Deus pode olhar para trás e para frente, ao mesmo tempo. Originalmente, Janus foi retratado com um rosto barbudo e o outro barbeado, jovem. O que pode ter simbolizado a lua e o sol, ou a maturidade e a juventude. Mais tarde, ele é freqüentemente mostrado com barbas em ambas as faces e com freqüência tem uma chave na mão direita. Muito cedo estátuas de Janus (em torno do século II AC) o descrevem com quatro faces.

Em seu papel como o guardião de saídas e entradas, Janus também era acreditado para representar começos. A explicação para essa crença sendo que um deve emergir através de uma porta ou um portão para entrar em um novo lugar. Portanto, os romanos também o consideravam como o Deus Janus de Iniciação e seu nome foi uma escolha óbvia para o  primeiro mês do seu ano... Um mês referido pelos romanos como Ianuarius, que não é tão distante do moderno "janeiro", retirado do jauna palavra etrusca, que significa "porta". Originalmente, porém, Janus foi homenageado no dia primeiro de cada mês, além de ser adorado no início da época de plantio e novamente no momento da colheita. A deferência também é paga a ele no começo mais importante na vida de uma pessoa... Como o nascimento ou casamento.

Em Roma, os templos dedicados a Janus eram numerosos, o mais importante é conhecido como o Geminus Ianus, com uma estrutura em portão, dupla (uma porta de frente para o sol nascente e o outro, o sol poente),  encontrada no Fórum Romanum através do qual os legionários romanos marcharam para a batalha. Este templo teve uma serventia particular, uma função simbólica. Quando as portas do templo eram fechadas, significava que a paz reinava dentro do Império Romano. Quando os portões eram abertos, isso significava que Roma estava em guerra. Entre os reinados de Numa e Augusto, os portões foram fechados apenas uma vez. Janus também tinha um templo no Fórum Olitorium e algum tempo durante o primeiro século, outro templo foi construído em sua honra no Fórum de Nerva. Este templo em particular, tinha quatro portais conhecidos como Quadrifons Ianus.

Janus era muito respeitado e altamente considerado como um deus pelos romanos e a sua imagem de dupla face pode ser encontrada na maioria dos portões da  cidade e muitas moedas romanas. Dado o seu papel de guardião dos portões, sua posição como o Deus de Iniciação e a estima de ter o primeiro mês do ano, nomeado em sua honra, é claro que Janus desempenhou um papel importante no mito e da religião romana. Ele era chamado no início de cada novo dia e muitas vezes referido como o porteiro dos Céus. Ele particularmente presidida tudo o que é de dois gumes na vida e representa a transição entre o primitivo e a civilização.


Esta “dualidade” do deus Janus, infelizmente ainda existe nos dias de hoje. A mão que acalenta é a mesma que fere, aquela mesma pessoa que em sua presença diz que te ama, que a amizade dispensada a você é verdadeira, é a mesma que te trai, te falseia, te apunhala pelas costas.

No mundo político esta prática virou moda. A dualidade está sempre na ordem do dia. Com certeza, todos eles devem ser fiéis adoradores deste deus.



Que janeiro seja a porta de entrada de boas energias para todos nós, que o futuro seja um desafio agradável e inspirador.
Janeiro
Janeiro: homenagem ao Deus Janus, protetor dos lares

Deus Janus que dá origem ao nome desse período é um mês de poder do começo ao fim, dizem que os 12 primeiros dias de Janeiro são poderosos para rituais de novos começos.
Sirva as visitas e parentes brownie (bolos de chocolate com nozes). Os brownie são os espíritos guardiões do mês de janeiro.

* A Lua Cheia de Janeiro honrava Ch'ang-O, a deusa chinesa dos quartos de dormir e protetora das crianças.
* O Ano na China começa no primeiro dia de Lua Crescente com o Sol em Aquário. Isto ocorre no período que vai de 21 de Janeiro a no máximo 19 de fevereiro.

1° de Janeiro - Celebração das Sete Divindades da Sorte no Japão.
- Celebração da Deusa Fortuna em Roma.
- Deusa Tripla - Europa, Wicca.
- Deus Janus - Roma.

2 de janeiro - Nascimento da Deusa Inanna na Antiga Suméria. Deusa do Céu e da Terra - Pérsia.
- Advento de Isis, a deusa egípcia do Amor.

Janeiro 3: O festival de Pax, a deusa romana da paz.

Janeiro 5: O festival de Lares Compitales, as deidades romanas guardiãs das estradas.

5-6 de janeiro - Ritual Noturno em honra de Kore; celebrado no Koreion, Alexandria.
- O quinto dia do primeiro mês marcava o nascimento do deus chinês da riqueza, Tsai Shen ou T`sai-Shen.

6 de janeiro - Dia Celta da Deusa Tríplice: Donzela, Mãe, Anciã.
- Festa de Kore, a celebração de Kore, a deidade egípcia da fertilidade e das sementes, retorna para a Terra depois de seis anos de exílio no submundo.

Janeiro 7: Sekhmet, o Dia do Ano Novo Egípcio.

Janeiro 8: Festival de Justitia, a deusa romana da Justiça.
- Deusa Freya, do Amor e da Fertilidade - Asatru, Escandinávia.

Janeiro 9: Agonium, festival de Janus, o deus romano dos portões e portas, começos e fins.

10 de Janeiro - Dia de Freya, a Deusa Mãe Nórdica.

Janeiro 11 e 15: Carmentalia, festival de Carmenta, a deusa romana do nascimento de crianças.
- Carmentalia, Deusa Carmenta preside Nascimentos - Roma.

12 de janeiro - Besant Pachami, ou Dawat Puja, o Festival de Sarasvati na Índia; ou na Lua Crescente mais próxima.
- Em Roma, a Compitália, para celebrar os lares, ou deuses dos lares.
- Makara-Sankranti, festival do Sol - Índia.

Janeiro 16: O Festival de Concórdia, a deusa romana das relações harmônicas.

Janeiro 17: Dia da Boa Sorte, o festival de Felicitas, a deusa romana da boa sorte.

17- Honra das Macieiras - Celtas.

18 de janeiro - Teogamia de Hera, festival feminino celebrando todos os aspectos da Deusa.

19- Festival de Thorrablottar, a Deus Thor - Islândia.

20 de janeiro - Na Bulgária, Baba De, ou Dia da Avó, em honra da deusa Baba Den, ou Bada Yaga.
- Na China, dia do Deus da Cozinha.

Janeiro 21: Ano Novo Celta, o primeiro dia do mês de Luis (Rowan) no Calendário Árvore Celta.
- Inicio do mês de Luiz - Druidismo.

22- Festival das Musas - Europa.

23 - Festival a Hathor, Deusa da Fertilidade e Harmonia - Egito.

24 de janeiro - Na Hungria, a Bênção da Vela das Mulheres Alegres, cerimônia de purificação honrando a deusa do fogo.
- Deusa Isthar, do Amor, Fertilidade e Batalhas - Babilônia.

27 de janeiro - Paganalia, dia da Mãe Terra em Roma.

28- Final da época de Yule.
- Festival de Up-Helly-Aa - Viking.

30- Feriae Sementiva, festival Deusa Ceres - Roma.

31- Candlemas - Wicca.
- Festejos de Atégina - Ibéria.