sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Poder dos Pesadelos - 01/03 - Irmandade Islamica

USA x Egito


05/02/2011
 às 6:11

Obama é um pateta pautado pelos inimigos dos Estados Unidos

Barack Obama é uma piada. A segurança do mundo depende de um pateta. E da boa-vontade de alguns tipos como Hu Jintao - ou a burocracia cinzenta, de que ele é apenas aquela fachada com os cabelos mais negros do que as asas da graúna (na China e no Maranhão de Sarney e Edison Lobão, tinta de cabelo é uma tara) e Vladimir Putin. O desempenho do presidente americano na crise egípcia conseguiu ser mais estúpido, amador e precipitado do que o de Jimmy Carter na crise do Irã. Obama é um inexperiente arrogante, que conseguiu convencer boa parte dos EUA e do mundo de que era um gênio. Imagino este senhor na crise dos mísseis cubanos, em 1962. Os soviéticos teriam enfiado um canhão no traseiro dos americanos. E o grande estadista diria: “Viram? Livrei vocês da bomba nuclear”.
Tenha você o juízo que for do que se passa no Egito e no mundo árabe; acredite que se trata da voz da rua árabe, trazida a público pelo Facebook, ou que é a Irmandade Muçulmana fazendo a sua “revolução de veludo” (como acredito), quase sem sangue por enquanto, nem uma coisa nem outra alteram o desempenho bisonho do presidente americano, que entregou um aliado de bandeja logo no primeiro grito. É algo estúpido a se fazer. Melhor seria ter ficado calado, sustentando que, afinal, aquele era um assunto que dizia respeito ao povo egípcio.
Não importa se Hosni Mubarak é um ditador, e ele é; não imposta se Hosni Mubarak é uma pessoa desprezível, e ele é; não importa se Hosni Mubarak é um truculento, e ele é. Mas é o ditador, o desprezível e o truculento dos EUA, ora essa! E um império, mesmo decadente, sustenta seus aliados, ainda que venha a se livrar deles logo depois. Quais eram as chances de o governo egípcio controlar a rebelião se o presidente americano foi a público pedir a sua cabeça?
A propósito: desta feita, não se ouviram as vozes de sempre do antiamericanismo a bradar contra a interferência dos Estados Unidos na realidade interna dos outros países, certo? Dado o andamento das coisas, Obama poderia  - E, MAIS DO QUE ISSO, DEVERIA - se mobilizar para depor Mubarak. Mas não tinha de anunciar isso ao mundo, como fez.
Só que, para tanto, ele precisaria ser, ao menos, um homem de 40 anos . Ele tem 49, mas pertence à geração das pessoas acostumadas ao mundo pop; não é um estadista, é evidente, mas uma mera celebridade, que gosta de falar o que as platéias querem ouvir. É um fraco, como tem demonstrado de modo reiterado. Não faz a agenda; corre atrás daquela que seus inimigos fazem para ele.
Eu quero que Mubarak arda no mármore do inferno. A questão, rigorosamente, não é essa. Pergunto como andará o espírito de outros aliados dos EUA no mundo árabe agora. E se seus inimigos internos decidirem aproveitar a onda e apostar alguns cadáveres num confronto interno? O Barack sairá gritando, feito um bambi desesperado, “Fogo, fogo na floresta” - ou no “deserto”, pedindo a cabeça de governantes alinhados com os EUA? Tenham paciência. Não faz dois anos, este senhor estava no Cairo lendo a sua mensagem ao Islã, já toda ela eivada de culpas e salamaleques, é bem verdade, como se o mundo islâmico só não fosse melhor por culpa dos EUA e do Ocidente. Bem, seja lá o que for ele, é o que é por responsabilidade dos muçulmanos, evidentemente.
Mas esse é Obama: despreparado, açodado e midiático. E amparado na tarefa, valha-nos Deus!, por Hillary Clinton, a descabelada.  Que Deus seja generoso com o Ocidente e não o coloque numa situação de real confronto com um inimigo perigoso. Obama é daqueles tipo que entrega metade das suas virgens e se jacta de ter preservado a outra metade.
Reitero para que não reste a menor dúvida: fazia parte de seu trabalho cuidar da transição no Egito, mas ele jamais poderia ter entregado a cabeça de Mubarak na bandeja só para posar no retrato. A imprensa democrata dos EUA terá de fazer muito esforço para satanizar os republicanos e garantir a reeleição de Obama. Já está fazendo isso, diga-se. Mas o pateta não ajuda.
E só para deixar registrado: quando Mubarak anunciou que não concorreria às eleições em setembro - nem ele nem o filho -, e seu vice falou em eleições, com a participação da proscrita Irmandade Muçulmana, é claro que essa era a proposta a ser abraçada pelos Estados Unidos. Mas não! O “povo” na praça pediu “saída já”, e o cordeirinho das massas fez eco: “saída já!” Os inimigos de Obama e dos EUA devem rir a valer. Nunca antes na história dos Estados Unidos… De fato, até Lula é mais corajoso do que o Apedeuta ilustrado deles, né? Fica com Sarney até o fim… Olhe aí, Babalorixá, uma colher de chá…
A pior coisa que pode acontecer agora para Obama é Mubarak durar até setembro, e a cúpula do governo egípcio conseguir fazer uma transição negociada. É claro que o destino do presidente e do país está nas mãos da cúpula militar. Ela certamente está atenta ao risco de fazer o que a praça quer. A praça pode mudar de idéia a depender da vontade da Irmandade Muçulmana.
A Irmandade, diga-se,  no melhor de sua forma e de seu rigor contra o “Satã” do Ocidente, deveria topar justamente isto: a transição negociada, o que contribuiria para desmoralizar o presidente dos Estados Unidos junto à elite militar egípcia.
OK, gente! Eu apóio todas as coisas ruins que se possam dizer contra Mubarak, tá? Nem por isso Obama deixa de ser menos ridículo nessa crise.
Por Reinaldo Azevedo



05/02/2011
 às 17:24

Eleito por ninguém, Elbaradei diz palavras perigosas

Há uns dois dias, o New York Times publicou uma reportagem afirmando que os EUA estavam tentando entender direito o que pensa e o que quer Mohamed Elbaredei, que é, afinal de contas, um “nobelado” da paz. Pois é… O discurso deste senhor anda bastante esquisito, especialmente depois de ter fechado um acordo com a Irmandade Muçulmana.
Convenham: a última coisa que um representante da oposição deve fazer agora é meter Israel na equação egípcia; pior ainda, fazê-lo em face da questão Palestina. O Elbaradei de outros tempos talvez evitasse o caminho perigoso. O que agora se aliou à Irmandade tem uma nova pauta.
A revista alemã Des Spiegel publica algumas declarações suas neste sábado. Elbaradei expressa o desejo de negociar a transição com os militares - mas sem Mubarak, é claro. Até aí, tudo bem. Mubarak é mesmo desprezível. Mas sou capaz de apostar que sua representatividade na sociedade egípcia é maior do que a de Elbaradei. Ele negocia em nome de quem? Mas isso é lá com os egípcios…
O que preocupa é outra coisa. Para Elbaradei, “os israelenses devem compreender que, no longo prazo, também interessa ter um Egito democrático como vizinho (…)”. Certo. E vai além: para ter uma boa relação com o Egito, “seria inteligente [Israel] respeitar os interesses legítimos dos palestinos”.
É claro que o “interessante” e “inteligente” é que todos respeitem todos. Ocorre que há um tratado de paz entre Israel e o Egito. E também é claro que as palavras fazem sentido. No país “democrático” que Elbaradei diz querer, como se nota, o tratado parece mais vulnerável do que sob  a ditadura de Mubarak. Nesse caso, sim, o inferno pode ser um lugar bem próximo.
Por Reinaldo Azevedo

Novos Deputados x Legendas de Aluguel


04/02/2011
 às 19:24

Romário não é mais sem-vergonha do que aqueles que o elegeram

O deputado (!) Romário (PSB-RJ) foi flagrado jogando futevôlei na praia, no Rio, quando deveria estar em Brasília. Certo pragmatismo cínico tende a achar que, quando um parlamentar está fora de capital federal, o caixa do Brasil está mais protegido. Pode até ser. O que não resolve nada! Romário, Tiririca, esses tipos… O que quer essa gente a não ser usar o que lhes resta de fama para esticar um tantinho a celebridade e, eventualmente, fazer um caixa? É claro que a culpa é do eleitor. Mesmo o mais despreparado, o mais ignorante, sabe que a praia deles é outra. Mas entendem que eles têm o direito de “se dar bem” porque, no lugar deles, fariam o mesmo. Uma pesquisa já demonstrou que muita gente acha normal político empregar parente, confessando que faria o mesmo.  Precisamos de instituições sólidas e respeitáveis porque o povo não é muito menos sem-vergonha dos que os políticos.
Aí alguém diz: “Mas, Reinaldo, então não tem jeito. Se o povo é meio sem-vergonha, elege políticos meio sem-vergonhas, que fazem leis igualmente sem-vergonhas…”
Não é bem assim. A cultura democrática opera o milagre de produzir elites intelectuais - que têm origem em vários setores da sociedade - que acabam construindo uma moralidade institucional de qualidade superior à média do povo.  É por isso que se deve tomar cuidado com políticos populistas, carismáticos, salvadores da pátria, de inclinação demiúrgica. Eles tendem a agredir justamente as salvaguardas das instituições que protegem o povo até de si mesmo.
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 19:55

Legenda de aluguel

Romário, o deputado do futevôlei, é do PSB. Esse PSB nada mais é do que um PR - o do Tiririca - ou um outro “p” qualquer de aluguel, que, não obstante, se quer mais limpinho.
Reúne algumas lideranças de expressão regional, conseguiu eleger seis governadores, mas não tem espinha dorsal, nada. Divide-se hoje entre o voluntarismo boquirroto de Ciro Gomes - de que Lula faz gato e sapato, joga contra a parede e ainda chama de lagartixa… - e o charme meio soturno, mas de olhos buarquianos, de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, com evidências de que pretende ser o que o avô nunca foi: uma liderança nacional. Será?
Seja lá como for, a sigla nada mais é um do que uma espécie de caça-talentos de segunda grandeza, aceitando ser abrigo de celebridades, como qualquer legenda vigarista, em busca de votos.
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 20:59

Quem é o Macunaíma da história?

Leio que o cineasta André Klotzel quer fazer um filme sobre a vida de Tiririca, o deputado palhaço. Para tanto, diz que releu “Macunaíma”, de Mário de Andrade.
Sei, sei… Um dos segredos da honestidade intelectual é não tratar o sublime como tolo nem o tolo como sublime. Falo como regra geral. Não que eu ache “Macunaíma” isso tudo, não. Acho até bem chatinho, para ser franco. Há muito folclore empacotado numa tentativa de novela ou romance. Mas vá lá. Eu e a primeira fase do modernismo somos de enfermarias diferentes…
De todo modo, para quem lê direito, “Macunaíma” é uma obra bastante pessimista - com o país e, evidentemente, com o próprio malandro.
“Macunaíma” pretende ser uma leitura do Brasil. O “herói sem nenhum caráter”, o aproveitador, o trambiqueiro simpático, acaba se dando mal. Tiririca, quie se dá bem, não é síntese de nada. é periférico demais.
Sugiro a Klotzel que repense seu projeto. O nosso Macunaíma que deu certo, que trocou a tragédia pela vida folgazã, é Lula evidentemente.
Ele, sim, chamou Venceslau Pietro Pietra, o comedor de gente, e falou: “Vamos rachar essa porcaria de muiraquitã e não se fala mais nisso?”. E assim se fez.
Tiririca? Associar Tiririca a Macunaíma me parece errado e meio covarde intelectualmente. O Mucanaíma de exaltação é outro.
Por Reinaldo Azevedo

Racquell Politica: Setor Eletrico x Familia Sarney

Racquell Politica: Setor Eletrico x Familia Sarney: "04/02/2011 às 14:15Dilma terceiriza o setor elétrico à família SarneyO Estadão de hoje traz um editorial crítico ao pronunciamento de ..."

Setor Eletrico x Familia Sarney


04/02/2011
 às 14:15

Dilma terceiriza o setor elétrico à família Sarney

O Estadão de hoje traz um editorial crítico ao pronunciamento de Dilma Rousseff no Congresso. Que bom! Então não fui só eu a considerar aquilo uma “maçaroca”, com suas “prioridades centrais”, como disse a presidente. Quem sabe a imprensa, tomada genericamente, vá se recuperando aos poucos, não é?
A construção da figura de Dona Dilma Primeira, a Muda, está pautada pelo marketing, com já sabemos. Faz-se um esforço danado para dissociá-la de atos da administração, como se ela flutuasse no éter. Mas não flutua. Vejam só: se ela é íntima de uma área da administração, essa área é o setor elétrico, certo? Pois é… Nesse caso, não se pode dizer que ela é enganada por esse ou aquele. E, curiosamente, é a fatia do governo que a rainha praticamente terceirizou: entregou para a Família Sarney.
Edison Lobão, ministro das Minas e Energia; Flávio Decat, que vai presidir Furnas, e José Antônio Muniz Filho, que deve comandar a Eletronorte, são todos afiliados de Sarney.
A nota irônica é que a escolha de um homem de Sarney para Furnas veio como antídoto à influência do deputado Eduardo Cunha (PDMB-RJ) na estatal. Entenderam ou querem que eu repita? Considerando o PMDB no seu conjunto, Sarney vira uma referência ética!!!
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 14:41

Apagão no Nordeste: em quem Dilma vai dar pito?

O Nordeste sofreu um apagão ontem. Na última vez em que isso aconteceu, na noite do dia 10 de novembro de 2009, estendendo-se por algumas horas da madrugada do dia 11, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu um pito nos jornalistas que queriam saber detalhes a respeito e aproveitou para atacar… FHC!
O governo também popularizou a “Teoria do Raio”, que teria provocado uma problema técnico etc. Veio o Inpe e concluiu que raio não foi. Então foi, bem, sei lá… À época, Dilma não tinha ainda esse ar superior de Rainha de Banânia. Com os jornalistas insistindo em saber as causas, ela disparou naquele estranho idioma que falava:
“Minha querida, tem uma coisa que nós humanos temos um problema imenso: nós não controlamos chuva, vento e raio. Sempre quisemos, mas não conseguimos ainda. Talvez algum dia, né?”
O vídeo abaixo é todo editorializado e coisa e tal. Eu só o publico aqui porque nunca antes na história destepaiz alguém explicou tão bem um apagão como a então ministra: a partir de 1min27s. Assista.
Vamos combinar? Calada, é uma rainha!
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 15:05

É nisto que dá o estatismo defendido pela escória esquerdista!

Uma reportagem do Estadão de hoje traz os bastidores da escolha de Flávio Decat para presidir Furnas. Vale a pena ler um trecho. Volto em seguida:
De acordo com participantes de uma reunião entre dirigentes peemedebistas com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que começou na noite de quarta-feira e terminou às 2 horas de ontem, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), deu berros ao saber que Dilma escolheria Decat para Furnas. “A Câmara não aceita perder Furnas para o Senado”, disse Henrique Alves, segundo relato de um dos presentes.
Dessa reunião participaram, além de Henrique Alves e Palocci, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e o vice-presidente Michel Temer.
O encontro foi realizado num apartamento de Temer, num hotel que fica a menos de 600 metros do Palácio da Alvorada. No fim da tarde de ontem, foi feita nova reunião entre os mesmos participantes, quando o nome de Decat foi confirmado.
Voltei
O trecho é precioso. Vejam  ali Antônio Palocci, o primeiro-ministro em ação. Notem que ninguém estava num prédio oficial, decidindo os destinos da nação, em horário de expediente. Era um daqueles arranjos privados da coisa pública, em ambiente também privado, varando a noite. Tudo pelo bem da pátria. Fico aqui a imaginar o nobilíssimo Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara, aos berros. Por que será que eles fazem tanta questão de “ter” o presidente de Furnas? A minha pergunta é retórica, leitor.
Quando penso que este é o país que, há três eleições, assiste à satanização das privatizações e quando vejo, como agora, o uso que se faz das empresas estatais, a sensação, obviamente, é de nojo. Quem ali está querendo servir ao público e quem ali está querendo se servir do bem público?
Por que há tanta corrupção no Brasil? É evidente que isso se deve ao tamanho do Estado. Quanto maior, maiores são as chances por motivos que, a esta altura, dispensam explicações. Uma cena como essa, do ambiente à fala, passando por alguns personagens, é coisa absolutamente asquerosa. Mas privatização virou um verdadeiro palavrão no Brasil, com a ajuda da imprensa, sim, boa parte dela abduzida ou infiltrada pelo “partido”. Eis aí: o estatismo defendido pela escória esquerdista é o paraíso para progressistas como Sarney, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves.
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 15:35

O baguncismo de Furnas. O amigo do filho de Sarney dará um jeito

A presidente Dilma Rousseff confirmou ontem o nome de Flávio Decat para a presidência de Furnas. Foi indicado como nome escolhido por ela. Pode ser. Mas também é da turma de Sarney, como já escrevi aqui, para quem Fernando, o filho enrolado, já pediu até emprego. Furnas? Pois leiam o que a Folha informa hoje. A estatal está mais para um show de horrores.
Sócia de Furnas omitiu sua origem em paraíso fiscal
Por Hudson Corrêa e Cristina Griullo: 
A Companhia Energética Serra da Carioca, empresa pivô da crise em Furnas, omitia seu sócio controlador e não apontava a origem do dinheiro investido na construção de uma hidrelétrica em Goiás em sociedade com a estatal, indicam documentos obtidos pela Folha.
Apesar dessas suspeitas, levantadas em relatório do corpo técnico do BNDES, Furnas comprou da empresa a participação no negócio da hidrelétrica. Pagou pelas ações, em agosto de 2008, cerca de R$ 80 milhões. Oito meses antes, a Serra da Carioca havia entrado no negócio desembolsando apenas R$ 7 milhões pelas mesmas ações.
A estatal diz que não teve prejuízo porque a empresa já havia investido R$ 75 milhões no empreendimento. Mas não divulgou documento comprovando o aporte. As dúvidas sobre a  idoneidade da companhia vieram à tona quando ela foi apresentada por Furnas ao BNDES como sua nova sócia. O BNDES já havia aprovado financiamento de R$ 587 milhões para a obra, mas passou a reavaliar seu aval. Na época, o banco pediu informações sobre o quadro societário da Serra da Carioca. Na relação de sócios, estavam os empresários João Alberto Nogueira e Sérgio Reinas, com 5% das ações cada um, e a Gallway Projetos e Energia do Brasil, com 90%.
A controladora da Gallway era a Atlantic Energy Private Foundation com 99,99%.
A Serra da Carioca omitiu que Atlantic, sediada nas Antilhas Holandesas (paraíso fiscal), pertencia a Nogueira. Mas ao ser pressionada pelos técnicos do BNDES confirmou a informação. A Atlantic não aparecia no Imposto de Renda do empresário. Íntegra aqui
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 16:01

Família Sarney também emplaca o “Pipoca” no setor elétrico!

Ah, sim: o presidente de Furnas, Flávio Decat, não é o único amigo de Fernando Sarney na cúpula do setor elétrico, área que tem a especial predileção do clã. Também tem o “Pipoca”. Quem é o “Pipoca”? Fernanda Odilla e Andreza Matais informam na Folha desta sexta:
O ministro Edison Lobão (PMDB) trouxe de volta ao Ministério de Minas e Energia um assessor que foi grampeado pela Polícia Federal ao conversar com o filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre pedidos de favores. Na época das gravações, Antonio Carlos Gomes Lima, o Pipoca, como é conhecido, era assessor especial de Lobão na pasta. Ele deixou o cargo em 2009, depois de a imprensa noticiar suas relações com o empresário Fernando Sarney. Segundo as conversas, Pipoca recebe ordens de Fernando, que ditava compromissos e marcava encontros na agenda do ministro, além de pedir nomeações em cargos comissionados.
O assessor de Lobão não era o alvo da polícia, mas foi apontado pela PF como interlocutor frequente do principal investigado, Fernando Sarney, já indiciado sob acusação de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outros crimes -os quais nega. A nomeação de Pipoca, que reassumiu o comando da assessoria de comunicação da pasta, foi publicada no “Diário Oficial” em janeiro. Ao deixar o MME, em 2009, ele foi para a Eletrobras, outro reduto da família Sarney, como assistente da presidência, e ganhou uma cadeira no conselho de administração da Eletronuclear. Funcionário do governo do MA, Pipoca negou envolvimento com as ações investigadas pela PF e afirmou que foi cedido ao MME pela Eletrobras em janeiro deste ano. Disse que mantém relação de amizade com a família Sarney há 30 anos e que fez por Fernando Sarney o que faria “por outra pessoa”.
Por Reinaldo Azevedo



04/02/2011
 às 21:59

(I can’t get no) Satisfaction

Leiam o que informa o Estadão. Volto em seguida:
Depois de um ano de investigação a Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 3, no Maranhão, durante a operação Astiages, nove pessoas envolvidas em um esquema que teria desviado e lavado mais de R$ 50 milhões da prefeitura de Barra do Corda (MA). Entre os presos estão dois filhos, um genro e uma nora do prefeito Manoel Mariano Souza (PV), o Nenzim, que junto com a esposa, também é acusado de envolvimento nos desvios e que até o final da tarde de ontem estava foragido.
De acordo com a imprensa maranhense, Nezim sabia que poderia ser preso pela PF e desde segunda-feira, 31, vinha tentando obter um habeas corpus preventivo e chegou mesmo a visitar a governadora Roseana Sarney (PMDB) junto com o deputado Rigo Teles (PV), que também é seu filho, às vésperas da operação ser desencadeada.
Segundo o superintendente em exercício da PF no Maranhão, Eugênio Ricas, a investigação em cima do esquema de desvio em Barra do Corda começou em fevereiro do ano passado em virtude de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras Coaf.
“O relatório mostrou uma variação patrimonial grande e a partir daí instaurou-se um inquérito para investigar o caso. Ele (prefeito) não tem como explicar a evolução patrimonial gigantesca em tão pouco tempo”, afirmou o superintendente em exercício da PF no Maranhão, Eugênio Ricas.
Operação
Participaram da operação desta quinta cerca de 100 agentes federais do Maranhão, Piauí e Brasília que cumpriram 18 mandatos de busca e apreensão e nove dos 12 mandatos de prisão temporária.
Entre os presos estão o filho de Nezim, Pedro Alberto Teles de Sousa, que também é secretário de Finanças de Barra do Corda; a filha, Sandra Maria Teles de Sousa; o genro, Inamar Araújo Medeiros e a nora, Janaína Maria Simões de Sousa. Junto com Nezim e a esposa eles constituíam o núcleo familiar do esquema.
Outras cinco pessoas, todas apontadas como laranjas também foram detidas, junto com João Batista Magalhães, que seria “lobista” da prefeitura e ex-assessor do vice-governador do Maranhão, Washington Luiz Oliveira (PT), que constituíam o núcleo de apoio.
Além dos presos, os agentes federais ainda apreenderam duas aeronaves - um bimotor Embraer EMB-810C, prefixo PT-EYW, e um helicóptero Robson R-22 - no aeroporto de São Luís, duas caminhonetes Mitsubishi Pajeros, uma Toyota caminhonete Hillux, dois Hondas City, um Honda CRV, 6 caminhões baú, grande quantidade de joias e relógios de luxo, além de farta quantidade de documentos.
“Agora vamos analisar todos os documentos e provas que coletamos, além dos depoimentos dos que foram presos hoje. Os policias de outros estados retornam as suas bases porém as investigações continuam”, explicou Ricas.
Voltei
Não estou inferindo nada, mas informando. A maior autoridade do PV no Maranhão é Zequinha Sarney, o filho “progressista” de Sarney, companheiro de Marina Silva, aquela que viu “a coisa” da floresta.
Em matéria de prisões no Maranhão, eu faço como Mick Jagger, entendem?, e começo a cantar: “(I can’t get no) Satisfaction”. Para mim, nunca será o bastante. Eu só não rebolo porque não se trata da expressão da minha subjetividade, entendem?
Por Reinaldo Azevedo