quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Encontro de Bruxos: Autoconhecimento - dia 18/03/2012

Encontro de Bruxos e Misticos em Vitória

Abaixo, posto alguns artigos sobre o Autoconhecimento:


Autoconhecimento
[Revista Lúcifer, vol. I, no 2, outubro, 1887, p. 89]

A primeira necessidade para obter-se conhecimento é tornar-se profundamente consciente da ignorância; sentir com cada fibra do coração que se é incessantemente auto-iludido.
O segundo requisito é a convicção ainda mais profunda de que tal conhecimento - tal conhecimento intuitivo e certo - pode ser obtido com esforço.
O terceiro e mais importante é uma indomável determinação de obter e confrontar este conhecimento.

Este autoconhecimento não é obtido pelo que o homem usualmente chama de "auto-análise". Não é alcançado pelo raciocínio ou qualquer processo mental; pois é o despertar para a consciência da natureza Divina do homem.
Obter tal conhecimento é um feito maior do que dominar os elementos ou conhecer o futuro.

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Maha Lilah - O Grande jogo do auto-conhecimento

Maha Lilah, Leela ou simplesmente Lila é uma pratica que provém da cultura védica e seu nome original é Gyan Chaupad (Gyan = conhecimento, Chaupad = jogo de dado), e é conhecido também como o jogo do auto-conhecimento, ou Grande Jogo. Seu propósito é ajudar o jogador a obter a habilidade para ser um melhor “jogador”, em todos os sentidos.

Uma vez dentro do jogo, uma vez assumida a identidade pessoal, ouvindo a essência de que és um jogador, o jogo e seus movimentos são decididos pelo karma. 

Imagine um Jogo onde você pode:

* CLAREAR problemas pessoais e visualizar que direção seguir.
* CAPTAR a essência do processo de mudança.
* TRANSFORMAR seus medos e obstáculos em Insight.
* RECONHECER suas habilidades e sua contribuição pessoal para o Universo.
* DESCOBRIR novos caminhos para elevar seus relacionamentos.
* RECEBER amor, inspiração e apoio no seu Caminho da Vida.

Esse Jogo é uma forma divertida e profunda, de receber ensinamentos nos níveis mais essenciais, transformando o modo como vivemos nossa vida: estimula e encoraja uma nova abertura para a cooperação e a partilha.

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AUTOCONHECIMENTO
Texto anímico-mediúnico de Dalton Roque - http://www.consciencial.org 

AUTOCONHECIMENTO
Por Dalton - escrito em 22/01/2007 - Curitiba - PR - 

Do ser "forte" e arrogante dos umbrais
Se tornou suave e arrependido ante o mal
Das cinzas quentes que sopravam vendavais
Se tornou brisa acolhedora e fraternal

De uivos e gemidos solitários
Se tornou melancólico e reflexivo
Do fogo que vomitava o seu hálito
Se tornou amável, modesto e pensativo

Do desespero alucinante e descuidado
A acolhida entre abraços dos amigos
Da manada obsessiva como gado
Entre dores, com amor foi acolhido.

Da dúvida desmedida sobre um fio
Iludido não temia os perigos
Da vontade renovar os desafios
A coragem e verdade em seus pedidos

Da certeza de por Deus abandonado
Vagou só pelas sombras tendo frio
Num momento o calor inesperado
Era a Luz de Deus em rodopio

A fera egóica aos poucos se diluiu
Em amor profundo que jamais vivenciou
Fraternidade inexaurível a mais de mil
Seu coração estava aprendendo a fazer gol

A novidade era a tal de consciência
Renovação que alimenta a esperança
De um dia em Deus entender Sua ciência
A colher frutos conscienciais em Sua bonança

***

Ofereço este texto a poucos, muito poucos...

Aos poucos que aceitam e enfrentam seu autoconhecimento multiexistencial de frente e sabem que não são evoluídos. 
Dos "evoluídos" eu já estou cheio e não me acho digno. Quando o tarefeiro acorda, ele sabe que é impossível fazer grandes obras, transformar multidões, consertar o mundo e que isto, ainda assim seria mais fácil que transformar a si mesmo (foro íntimo).

Discernimento? Discernimento não é decorar doutrina, estudar ciência, ser intelectual ou religioso!
Discernimento é conhecer a si mesmo antes de tudo.
Discernimento é raio X consciencial que observa o "miolo", a essência e não se ilude mais com sua própria casca.
Discernimento não é clarividência que vê os outros, mas consciência que observa a si mesmo.

É mais confortável se iludir com "Nova Era", ter filhos "Índigo", "Viajar em Portais Místicos", participar de grupos chiques, receber visita de "seres de luz", de ET's sofisticados, usar rótulo de pesquisador, de iniciado, de intelectual e não ter a menor competência em ver dentro de si mesmo.

Por isto são poucos, muito poucos...

São poucos os que têm a coragem de olhar para dentro de si e amargar a decepção de descobrir que não se é nada do que pensa e do que deseja. Suas auras podem ser grandes, possuem uma casca de brilho por fora, mas são cinzentas por dentro.

O INvoluído com autoconhecimento a que me refiro, possue uma aura menor, com pouco brilho, mas consistente e com algum brilho. Já não se ilude mais com as modas, ondas e rótulos dos homens e mulheres de aura cinza.
Já não é mais arrastado pelas pressões ou euforias avassaladoras, pois seu prisma de olhar o mundo e ver a vida é outro.

O negócio é observar o tempo sem ser do tempo e olhar tudo por cima.
Falta flexibilidade nos corações duros e o potencial dos chacras e parachacras superiores fica embotado.
A vida é feita de poesia, tudo é poesia!
Quem puder ver que veja, quem puder sentir que sinta!

***

O texto-poesia foi orientado por amparadores, inspirado e baseado em minhas experiências multi-existenciais.
Tenho difilcudades em fazer métrica e rima e fui ajudado. Muitos, mas muitos amparadores de alto quilate são exímios poetas. Música é poesia, todo mundo gosta de música e não acha careta. As flores são mandalas e são poesia e todos as acham lindas. O embalo rítmico da dança é poesia e muitos adoram dançar. Há poesia em cada partícula de inteligência que compõe o cosmos.

Há poesias que veiculam as mais finas energias e que transcendem todos os intelectos, que ao emocionar os indivíduos penetram nas camadas mais profundas de seus corpos sutis, dissolvendo estigmas multimilenares.
Isto é para quem conhece assistência extrafísica.

Uns dizem "é coisa de psicossoma", outros dizem "é muito meloso", mas estão tentando analisar energias sutis com seus chacras umbilicais densos e confundem emoção com sentimentos elevados. Suas vidas estão cheias de poesias e eles mesmos não sabem e se sabem não admitem.

Embora minha explicação, ainda continue amparada a explicar a vocês, meus amigos espirituais poetas estão aqui e como disseram, a vida de vocês está cheia de poesia e vocês não enxergam!

Seus filhos, seus jardins, seus discos, os enfeites de suas salas, até mesmo suas roupas estão repletas de poesias!
Ainda bem, sou um escritor completo, escrevo artigos técnicos, desenvolvo gráficos e tabelas comparativas, escrevo crônicas e escrevo poesias. Com muito orgulho e prazer. Com muito orgulho e prazer eu sou um poeta e me emociono com elas, as poesias.

Ofereço este texto a 4 exímios poetas da espiritualidade: Wagner Borges, Frank, Tom (Lobo Vermelho) e principalmente a Ramatís, o maior poeta de todos!

Recebam minha paz e sentimentos mais elevados,
Dalton e amigos espirituais (do princípio ao fim do texto)

OBS.: só a título de curiosidade, muito de minhas experiências pessoais multimilenares (a maioria feia) foram escritas em forma de prosa e verso no livro não editado Espiritualmente Falando.
Paz, Coragem, risos e trabalho,
Dalton - www.consciencial.org 
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Autoconhecimento

Thérése Bertherat em seu livro "O Corpo tem suas razões" diz:
Neste instante, esteja onde estiver, há uma casa que tem seu nome. Você é a única proprietária, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.
Na casa que é o seu corpo, as paredes ouvem, elas tudo ouviram e nada esqueceram, são seus músculos (ande assim, não se mexa, tire a mão daí, fique quieto, etc...).
Para conformar-se você se deformou. Seu corpo de verdade, harmonioso, dinâmico, feliz por natureza foi sendo substituído por um corpo estranho duro, inflexível, que você aceita com dificuldade.
É a vida - não há saída!
Ser é nascer continuamente. E quantos se deixam morrer pouco a pouco... Mas você pode reencontrar as chaves de seu corpo, tomar posse dele, habitá-lo.
Queremos ajudar o maior número possível de pessoas a conhecer a si próprio, voltar a habitar esta casa que é nosso corpo e assim evoluir espiritualmente se tornando cada vez pessoas mais completas, mais inteiras. Todas as respostas estão dentro de nós mesmos, portanto só encontraremos a felicidade se mergulharmos fundo dentro de nós.
Desenvolvemos aulas sobre conhecimentos antigos, filosofia oriental e conscientização do próprio corpo que proporcionarão um desenvolvimento multilateral a quem estiver disposto a encontrar a própria felicidade.
Nunca se falou tanto em auto-estima, mas poucos compreendem realmente no que ela consiste. Auto-estima é o conjunto de crenças e atitudes que você tem e que aceita como verdade em relação a si mesmo, nossa capacidade e do que podemos fazer. É a vivência de sermos apropriados à vida e às exigências que ela faz. Inclui:
A confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida A confiança em nosso direito de ser feliz. A sensação de sermos merecedores, dignos, qualificados para expressar nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados de nossos esforços. O amor próprio, a forma como cuidamos de nós mesmos, de nossa saúde e de nossos relacionamentos e como administramos nossa vida. A capacidade de termos vínculos sadios com as pessoas e com as coisas
Nossa auto-estima se forma nos primeiros oito a dez anos de vida e é reforçada ou diminuída á medida que ocorrem os acontecimentos em nossa vida. Assim, quando fazemos coisas que nos sentimos culpados, quando temos ressentimentos, perdas ou traumas, ou nos sentimos abandonados ou carentes de afeto, nossa auto-estima tende a sofrer com isto. Por outro lado, a cada realização em que nos sentimos mais confiantes, em que nossa vida passa a fazer mais sentido, quando amamos ou somos amados ou quando damos alguma contribuição significativa para as pessoas ou à sociedade nossa auto-estima recebe um reforço adicional. 
Atitudes de comodismo, rigidez, inflexibilidade, alienação e falta de vontade de crescer denotam baixa auto-estima, o que implica em deficiência de saúde, no aspecto psicológico. Quando a pessoa percebe que não consegue auxiliar-se sozinha a superar as suas dificuldades e a manter uma auto-estima saudável, é muito importante que a pessoa busque ajuda adequada, através de um terapeuta competente e de boa formação, que pode auxiliá-la com um assessoramento individual ou com um trabalho de grupo voltado a desenvolver este aspecto. Certamente este pode ser um dos investimentos mais importantes e rendosos que uma pessoa pode fazer em benefício de si mesma e de sua saúde e felicidade. Hoje muitas empresas investem em programas de desenvolvimento da auto-estima de seus funcionários, pois sabem que é um investimento com retorno certo, com lucros, em todos os sentidos, desde o mais material ao mais espiritual. 


Como se manifesta a auto-estima saudável em nós?
Uma expressão de rosto, um gesto e um modo de falar e andar que projetam o prazer que se tem em estar vivo. A simplicidade e facilidade em comentar a respeito de realizações ou fracassos, de maneira direta, com honestidade, uma vez que se tem uma relação amistosa com os fatos. A tranqüilidade ao dar e receber elogios, manifestações de afeto, de apreço, etc... A abertura a críticas e a serenidade ao reconhecer os próprios erros, porque a auto-estima não está vinculada a uma imagem de perfeição. A graça e a espontaneidade das palavras e dos movimentos com que a pessoa tende a se expressar, porque ela não está em guerra consigo mesma. A harmonia entre o que a pessoa diz e faz, e entre suas palavras, gestos e olhares. A atitude de abertura e curiosidade diante de novas idéias, experiências e possibilidades de vida. Os sentimentos de ansiedade e insegurança, quando acontecem, terão menos chance de intimidar a pessoa e tomá-la de assalto, porque aceitá-los lidar com eles e superá-los não parece, senão raramente, algo difícil ou impossível. A capacidade para gozar os aspectos engraçados da vida, em si e nos outros. A flexibilidade nas reações a situações e desafios resultante de um espírito de inventividade e até de brincadeira, porque a pessoa confia na sua capacidade de pensar e não enxerga a vida como algo funesto ou uma derrota. A segurança diante de comportamentos firmes (não-agressivos) em si e nos outros. A capacidade de preservar a harmonia e a dignidade sob condições de estresse
Atitude física relaxada, expressando vivacidade com os olhos, maxilares soltos, mãos e braços soltos e descontraídos, postura certa e equilibrada, jeito de andar direcionado e voz que tende a ser melodiosa, com intensidade apropriada a cada situação e pronúncia clara.

Prosperidade
Se quisermos ser prósperos, saudáveis e felizes, devemos olhar para nossa criança interna e perceber se ainda sofre por antigas dores, carências, ressentimentos e mágoas. Devemos permitir que a má-água vá embora e deixe lugar para a água límpida da cachoeira de Luz Divina, que tudo sabe e tudo coloca em seu devido lugar. Ver se existem conflitos e pedir com toda nossa humildade que o Ser Infinito integre todas as diferenças e nos permita dar um passo a cada dia em direção à Luz de onde viemos. Devemos então, encontrar uma forma de dar a nossa criança internalizada tudo o que precisa para que possa se sentir amada e ser feliz. Tão feliz que queira intensamente ajudar os outros a serem felizes e construir um mundo de paz onde todos se queiram bem.
Se existem inibições, medo da desaprovação ou de não sermos aceitos, medo do ridículo ou de não satisfazermos determinadas expectativas de outros ou padrões rígidos ou limitantes, devemos percebê-los e nos libertar pouco a pouco, reencontrar nossa identidade e resgatar nossa espontaneidade e alegria de viver. E indo mais na raiz, em nosso inconsciente, perceber quais são as crenças limitantes que ainda trazemos do passado e que ainda nos impedem de alcançar a excelência e a plenitude. Caso não consigamos fazer isto sozinhos, devemos então pedir e auxílio a quem pode nos auxiliar. O Universo é rico de recursos. O que precisamos é uma atitude aberta para recebê-los.
Se realmente quisermos ser prósperos, saudáveis e felizes, devemos olhar para nossos pensamentos e perceber a cada momento sua natureza, separar o joio do trigo, e sabedores que somos de sua força criativa dos pensamentos, estarmos cientes do que estes estão criando. E mais, conscientemente recriar nossas atitudes e uma forma de pensar mais positiva, aberta, amorosa e construtiva. Para sermos realmente prósperos, saudáveis e felizes, podemos, com um coração limpo e uma mente livre abrigar uma imensa gratidão por sermos filhos da Força Infinita que tudo criou e que tudo nos dá, para aprendermos com o que podemos fazer ou ser até agora e sabermos que a cada dia Ela nos presenteia com as experiências que nos permitem crescer como seres humanos e como espíritos em evolução que somos.
Para sermos realmente prósperos, saudáveis e felizes, devemos nos lembrar de quem verdadeiramente somos, de nossa verdadeira natureza essencial. Saber de onde viemos e para onde vamos. Conhecermo-nos a nós mesmos e descobrir qual nosso lugar no Universo e qual a nossa missão para que o mundo fique melhor com nossa passagem por este planeta. Perceber que recursos já temos e que parcerias temos que fazer para, juntos, construirmos algo grandioso e harmônico. E nos equilibrarmos, manifestando através de nossos pensamentos, palavras e atitudes criativas e saudáveis, as sementes do mundo que tanto sonhamos plenos de paz, de harmonia, de luz e de amor.

Dr. Deroni Sabbi
*** Sugere-se a leitura desta mensagem por 21 dias. Isto pode produzir resultados extraordinários ***

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AUTOCONHECIMENTO

O espírito tem recursos admiráveis na conjuntura da própria vida e esses valores são portas para que entre para o reino da felicidade, dependendo do modo pelo qual será usado o acervo de tesouros que os Deuses depositaram em seu coração. 
Recebemos constantemente, de fora, lições imortais que servem para nos alertar e, por vezes, para nos ajudar a compreender o que temos por dentro. No entanto, somente a auto-educação nos dá consciência do que deve ser feito para a nossa paz interior, saúde e mesmo compreensão.
O raciocínio é um instrumento valioso na seleção das qualidades que devem ser postas em prática, desde que ele seja disciplinado pelos sentimentos do Amor
Auto conhecimento é conhecer a si mesmo.
Cada criatura é um mundo diferente na pauta das coisas que devem ser entendidas e guardadas por nós nos celeiros da consciência profunda, e o maior trabalhador nessa aquisição é a própria pessoa. O mundo exterior não deixa de cooperar na nossa educação espiritual; contudo, ele representa a teoria que nos alerta. 
A maior parte está com nós mesmos, na experimentação individual da vivência de cada dia.
Quando ouvimos lições imortais, sulcadas nas leis que garantem e sustentam a criação divina, o primeiro impulso que parte de nós é a recusa e nem sempre prestamos a atenção que corresponda às nossas necessidades. Somente quando essa atenção nasce dentro de nós, pelas vias das reações naturais, e passamos a sofrer os dramas causados pela ignorância, é que abrimos os sentimentos à educação verdadeira, àquela em que o mestre interno começa a nos instruir, usando os processos mais grosseiros da escola: os infortúnios morais e as dores físicas.
A alma endurecida precisa de sofrer para aprender. Então é que iremos aprender, por Amor, a grande causa que registra em nossos corações os caminhos da felicidade.
É necessário que tenhamos muito cuidado na lavoura interna que devemos cuidar, porque se faltar o entendimento profundo das leis de Amor e Justiça, caímos nos caminhos do egoísmo, de somente lutar em nosso próprio benefício. 
O autoconhecimento, a educação e a disciplina, o preparo que devemos alcançar são no sentido de nos libertarmos e ajudarmos mais com a aquisição das nossas qualidades. Elas devem nascer juntas com o desprendimento, nos corredores dos sentimentos. 
É preciso aprender e ensinar, doar sem exigir, amar sem pensar em trocas.
Esse é um velho refrão que está sempre novo: "quando o poço está pronto, a água aparece".
Trabalha dentro de ti mesmo com todos os recursos que a vida te deu, que virá à tua alma a iluminação pelas bênçãos divinas. 
Porém, quando de posse desta água, reparte-a com os sedentos que aparecerem em teu caminho. A água do conhecimento é divina e, quanto mais a damos, mais a temos para distribuir, mais sentimos a riqueza espiritual nos acompanhar pelas vias dos sentimentos, a desaguar mais no mar do coração.
Recebemos e doamos: essa é a lei ? Lei do Amor.

Baseado no e-book Cirurgia Moral de Leon Denis.

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Auto-Conhecimento - Mauricio Bastos

"Consciência ou Auto-Conhecimento" é um termo reconhecidamente difícil de definir e vem sendo discutido há muito tempo. Popularmente, ele é substituído facilmente por "mente", palavra dita com segurança pelas pessoas, como se a mente fosse um órgão...mental (!) A consciência de si é uma "soma de sensações simultâneas e integradas - unificadas - de força, de equilíbrio, de limites e de respiração (espontânea)." 
O que nos difere do animal é justamente poder ampliar o "Auto-Conhecimento", ou seja , a nossa consciência de quem somos, os valores, o que sentimos, o que vibramos, etc.
A busca de Auto-Conhecimento vem acompanhando a história da humanidade. Na Grécia Antiga, existiam vários oráculos, entre eles o oráculo de Delfos que dizia: "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo". 
No oriente, já foram descobertos vários estudos profundos, catalogados há 5 mil anos A.C. 
Índia, China, Tibete e toda região próxima já estudavam profundamente o que é esta vida, quem somos, etc.
Quanto maior o Auto-Conhecimento, maior a possibilidade de escolhas, de livre-arbítrio. Saímos da condição de vítima da vida e passamos a ter total autoria do viver. Quando temos a possibilidade da escolha, podemos chegar ao caminho da realização através do amor, alegria, compreensão, perdão,etc.
Qual a percepção que temos desta vida?
Quais as crenças adquiridas em nossa infância?
Porquê sofremos?
O que estamos fazendo aqui?
Para onde vamos após a morte?
Como vemos, as perguntas são infinitas e as respostas são diferentes para cada uma. 
As Terapias de Auto-Conhecimento surgem com o intuito de ampliar a percepção do viver, trazer uma melhor qualidade de vida e permitir viver de uma forma autêntica e mais verdadeira possível.
As respostas podem ser encontradas de 4 maneiras: através do corpo físico, do emocional, do mental e do espiritual. Acreditamos que a integração destes corpos possibilita o caminho mais intenso de cura. Com o intuito de integrar esses princípios e experiências fundamentais surge a Terapia Holística. A palavra Holístico vem de "Holos" que significa "Todo". Temos, então, a Terapia Holística, que busca integrar o Todo no Ser Humano.
O Auto-Conhecimento nos propicia a retirada dos véus (personagens, máscaras) que criamos no cotidiano de nossas vidas, possibilitando o encontro real com a nossa verdadeira essência.

"A verdadeira viagem do ser humano consiste não em buscar novas paisagens, mas sim em ver com olhos novos" 
- Marcel Proust

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AUTOCONHECIMENTO 
- Palestra de Krishnamurti realizada em Ojai, Califórnia, EUA, 1944. Tradução de Rachel Fernandes

Em meio a tanta confusão e sofrimento, é essencial encontrar um entendimento criativo de nós mesmos, pois sem ele nenhum relacionamento é possível. Somente através do pensar correto pode haver entendimento. Nem líderes, nem um novo conjunto de valores, nem um projeto pode produzir este entendimento criativo; somente através do nosso próprio esforço correto pode haver entendimento correto. 
Como é possível então encontrar este entendimento essencial? 
De onde começaremos a descobrir o que é real, o que é verdadeiro, em toda essa conflagração (Conflagração da segunda guerra mundial.), confusão e miséria? 
Não é importante descobrirmos por nós mesmos como pensar corretamente sobre a guerra e a paz, sobre a condição econômica e social. sobre nosso relacionamento com os nossos companheiros? Certamente existe uma diferença entre o pensar correto e o pensamento correto e condicionado. Podemos ser capazes de produzir em nós mesmos pensamento correto imitativamente, mas tal pensamento não é o pensar correto. O pensamento correto / condicionado é não-criativo. Mas quando soubermos como pensar corretamente por nós mesmos - que é ser vivo, dinâmico - então é possível produzir uma cultura nova e mais feliz.
 Gostaria de, durante estas palestras, desenvolver o que me parece ser o processo do pensar correto, para que cada um de nós seja realmente criativo - e não meramente fechado em uma série de idéias e preconceitos. 
Como vamos então começar a descobrir por nós mesmos o que é o pensar correto? 
Sem o pensar correto não é possível a felicidade. Sem o pensar correto, nossas ações, nosso comportamento, nossos afetos, não têm base.
O pensar correto não é para ser descoberto através dos livros, através do assistir a umas poucas palestras, ou por escutar meramente algumas idéias de pessoas sobre o que é o pensar correto. O pensar correto é para ser descoberto por nós mesmos através de nós mesmos. O pensar correto vem com o autoconhecimento. Sem autoconhecimento não existe pensar correto. Sem conhecer-se a si mesmo, o que você pensa e o que sente não pode ser verdadeiro. A raiz de todo entendimento encontra-se no entendimento de si mesmo. Se você pode descobrir quais são as causas de seu pensamento-sentimento, e a partir desta descoberta, saber como pensar-sentir, então existe o começo do entendimento. Sem conhecer-se a si mesmo, a acumulação de idéias, a aceitação de crenças e teorias não têm base. Sem conhecer-se a si mesmo, você sempre será pego na incerteza, dependendo do humor, das circunstâncias. Sem entender-se a si mesmo completamente, você não pode pensar corretamente. Com certeza isto é óbvio. Se eu não sei quais são os meus motivos, minhas intenções, meu "background" (fundo), meus pensamentos-sentimentos particulares, como é que posso concordar ou discordar de outra pessoa? Como posso avaliar ou estabelecer minha relação com outra pessoa? 
Como posso descobrir qualquer coisa da vida se não conheço a mim mesmo? 
E conhecer a mim mesmo é uma tarefa enorme, que requer observação constante, uma vigilância meditativa. 
Esta é nossa primeira tarefa, mesmo antes do problema da guerra e da paz, dos conflitos econômicos e sociais, da morte e da imortalidade. Estas questões vão surgir, elas hão de surgir, mas na descoberta de nós mesmos, no entendimento de nós mesmos, estas questões serão respondidas corretamente. Assim, aqueles que são realmente sérios nestas questões devem começar por eles mesmos, a fim de entender o mundo do qual são uma parte. Sem entender-se a si mesmo você não pode entender o todo. 
O autoconhecimento é o começo da sabedoria. É cultivado pela busca individual de si mesmo
Não estou colocando o indivíduo em oposição à massa (ao coletivo). Eles não são antíteses. Você, o indivíduo, é a massa, é o resultado da massa. Se entrar dentro disto profundamente, você irá descobrir por si mesmo. que você é tanto o coletivo quanto o individual. É como um córrego que está constantemente fluindo, deixando pequenos redemoinhos, e a estes redemoinhos chamamos de individualidade, mas eles são o resultado desse constante fluxo de água. 
Seus pensamentos-sentimentos, aquelas atividades mentais-emocionais, não são o resultado do passado, do que chamamos a multiplicidade? 
Você não tem pensamentos-sentimentos similares aos do seu vizinho? 
Assim, quando falo de indivíduo, não o estou colocando em oposição à massa, ao coletivo. Ao contrário, quero remover este antagonismo. Este antagonismo que coloca em oposição a massa e você, indivíduo, cria confusão e conflito, crueldade e miséria. Mas se pudermos entender como o indivíduo, você, é parte do todo, não apenas misticamente, mas realmente, então nos libertaremos de modo feliz e espontâneo, da maior parte do desejo de competir, de ter sucesso, de iludir, de oprimir, de ser cruel, ou de se tomar um seguidor ou um líder. Então veremos o problema da existência de modo diferente. E é importante entender isto profundamente. Enquanto nos virmos como indivíduos, separados do todo, competindo, obstruindo, em oposição, sacrificando o coletivo pelo particular, ou sacrificando o particular pelo coletivo, todos aqueles problemas que surgem deste conflitante antagonismo não terão solução feliz e duradoura, pois são o resultado do pensar-sentir incorreto. 
Agora, quando falo sobre o indivíduo, não o estou colocando em oposição à massa. 
O que eu sou? 
Sou um resultado - sou o resultado do passado, de inúmeras camadas do passado, de uma série de causas-efeitos. 
E como posso estar em oposição ao todo, ao passado, quando sou o resultado daquilo tudo? 
Se eu, que sou a massa (o coletivo), se não entender a mim mesmo, não apenas entender o que está fora da minha pele, objetivamente, mas subjetivamente, dentro da pele, como posso entender outra pessoa, o mundo? 
Entender a si mesmo requer desapego amável e tolerante. Se você não entender a si mesmo, não entenderá nada mais. Pode ter grandes ideais, crenças e fórmulas, mas elas não terão realidade. Serão enganos. Assim, você deve conhecer-se a si mesmo para entender o presente - e através do presente, o passado. Do presente conhecido, as camadas escondidas do passado são descobertas, e esta descoberta é libertadora e criativa. 
O autoconhecimento requer um estudo objetivo, amável, desapaixonado de nós próprios - nós próprios sendo o organismo como um todo, nosso corpo, nossos sentimentos, nossos pensamentos. Eles não estão separados, mas interligados. É somente quando entendemos o organismo como um todo que podemos ir além - e podemos descobrir coisas mais adiante, maiores, mais vastas. Mas sem este entendimento primário, sem colocar o alicerce correto para o pensar correto, não podemos prosseguir para alturas maiores.
Torna-se essencial produzir em cada um de nós a capacidade de descobrir o que é verdadeiro, pois o que é descoberto é libertador, criativo. Pois o que é descoberto é verdadeiro. Ou seja, se meramente nos conformarmos a um padrão do que deveríamos ser, ou cedermos a um anseio, produziremos certos resultados conflitantes, confusos. Mas no processo do nosso estudo de nós mesmos, estamos numa viagem de autodescoberta, o que traz alegria. 
Existe uma certeza no pensar-sentir negativo em vez do pensar-sentir positivo. De uma maneira positiva supomos o que somos, ou cultivamos positivamente nossas idéias em relação a outras pessoas, ou em relação a nossas próprias formulações. E, portanto, dependemos de autoridade, de circunstâncias, esperando com isto estabelecer uma série de idéias e ações positivas. Ao passo que se você examina, verá que existe concordância na negação; existe certeza no pensar negativo, que é a mais alta forma de pensar. Quando você descobrir a negação verdadeira e a concordância na negação, então poderá construir mais adiante no positivo. 
A descoberta que reside no autoconhecimento é árdua, pois o começo e o fim estão em nós. Buscar felicidade, amor, esperança fora de nós, leva-nos à ilusão, ao sofrimento; encontrar felicidade, paz, alegria dentro (de nós) requer autoconhecimento. Somos escravos das pressões imediatas e exigências do mundo, e somos desviados por tudo isso e dissipamos nossas energias em tudo isso, e assim temos pouco tempo para estudar a nós mesmos. Estarmos profundamente cientes de nossos motivos, de nossos desejos de alcançar, de vir-a-ser, exige constante atenção interna. Sem o entendimento de nós mesmos, mecanismos superficiais de reforma social e econômica, mesmo que necessários e benéficos, não irão produzir unidade no mundo, mas somente maior confusão e miséria. 
Muitos de nós pensamos que a reforma econômica de uma ou outra forma vai trazer paz ao mundo; ou que a reforma social, ou uma religião especializada conquistando todas as outras vai trazer felicidade ao homem. Acredito que haja algo como oitocentas ou mais seitas religiosas neste país, cada uma competindo, fazendo proselitismo. 
Vocês pensam que uma religião competitiva vai trazer paz, unidade e felicidade à humanidade? Pensam que qualquer religião especializada seja o Hinduísmo, o Budismo ou o Cristianismo, vai trazer paz? 
Ou devemos colocar de lado todas as religiões especializadas e descobrir a realidade por nós mesmos? 
Quando vemos o mundo explodido por bombas e sentimos os horrores que estão acontecendo nele; quando o mundo está fragmentado por religiões, nacionalidades, raças e ideologias separadas, qual é a resposta a tudo isso? 
Não podemos apenas continuar vivendo uma vida curta e morrendo - e esperar que algum bem, advenha disso. Nós não podemos deixar isso para os outros - trazer felicidade e paz à humanidade, pois a humanidade é nós mesmos, cada um de nós. 
Aonde se encontra a solução, senão em nós mesmos? 
Descobrir a resposta real requer profundo pensamento-sentimento e poucos de nós estão dispostos a resolver essa miséria. Se cada um de nós considerar esse problema como jorrando de dentro - e não ser meramente conduzido nessa confusão e miséria pavorosa, então iremos encontrar uma resposta simples e direta.
No estudo e, assim, no entendimento de nós mesmos, virá claridade e ordem. E só pode haver claridade no autoconhecimento, que nutre o pensar correto. O pensar correto vem antes da ação correta. Se nos tornarmos conscientes de nós mesmos e assim cultivarmos o autoconhecimento de onde jorra o pensar correto, então criaremos um espelho em nós que refletirá, sem distorções, todos os nossos pensamentos-sentimentos. Estar assim autoconscientes é extremamente difícil, já que nossas mente estão acostumadas a divagar e a estar distraídas. Suas divagações, suas distorções são de seu próprio interesse, suas próprias criações. No entendimento disto - e não meramente colocando isto de lado - vem o autoconhecimento e o pensar correto. É apenas por inclusão e não por exclusão, não por aprovação ou condenação ou comparação, que vem o entendimento.

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Autoconhecimento

Estamos todos em busca de maior realização em nossas vidas, e não toleramos nada que pareça nos puxar para baixo. Devemos nos tornar conscientes das coincidências em nossas vidas. Essas coincidências têm ocorrido com freqüência cada vez maior, e quando ocorrem nos parecem superar o que se poderia esperar do puro acaso. Parecem destinadas, como se nossas vidas tivessem sido guiadas por uma força inexplicável. A experiência causa uma sensação de mistério e excitação, e em conseqüência nos sentimos mais vivos. Essa é a experiência que vislumbramos, e que agora tentamos manifestar o tempo todo. 

Reconsidere o mistério que cerca nossas vidas individuais neste planeta. Estamos experimentando essas coincidências misteriosas, e mesmo não as compreendendo ainda, sabemos que são reais. Estamos sentindo de novo, como na infância, que existe um outro lado da vida que ainda temos de descobrir, alguns outros processos atuando nos bastidores. 

Tenha uma nova compreensão do mundo físico. Perceba o que era antes uma espécie de energia invisível. Ao tentar entender a natureza deste universo, sabíamos que precisávamos de algum modo separar os fatos da superstição. Nesse sentido, os cientistas assumiram uma determinada atitude conhecida como ceticismo cientifico, que na verdade exige provas concretas para qualquer nova afirmação sobre como funciona o mundo. Para acreditar em qualquer coisa, queriam provas que pudessem ser vistas e apalpadas. Toda idéia que não se pudesse provar de alguma maneira física, era sistematicamente rejeitada. Por fim concluímos que tudo o que ocorre na natureza ocorre segundo alguma lei natural, que todo acontecimento tem uma causa direta física e compreensível. 

Em muitos aspectos os cientistas não têm sido tão diferentes de outros em nossa época. A idéia era gerar uma compreensão do universo que fizesse o mundo parecer seguro e controlável, e a atitude cética nos manteve concentrados em problemas concretos que fizessem a nossa existência parecer mais segura. 

Com essa atitude a ciência eliminou sistematicamente a incerteza e o esotérico do mundo. Concluímos, seguindo o principio de Isaac Newton, que o universo sempre funcionava de uma maneira previsível, como uma imensa maquina, porque durante longo tempo isso era tudo que se podia provar. Diziam que os acontecimentos que ocorriam simultaneamente com outros, mas sem nenhuma relação causal, ocorriam apenas por acaso. 

Então duas pesquisas abriram nossos olhos para o mistério do universo. Muito se escreveu nas ultimas décadas sobre a revolução na física, mas as mudanças na verdade resultam de duas grandes descobertas, as da mecânica do quantum e as de Albert Einstein. Todo o trabalho da vida de Einstein foi mostrar que o que percebemos como matéria sólida é em sua maior parte espaço vazio percorrido por um padrão de energia. Isso inclui a nós mesmos. E o que a física quântica revelou é que quando observamos esses padrões de energia em níveis cada vez menores, podemos ver resultados surpreendentes. As experiências demonstraram que quando se fragmentam pequenos componentes dessa energia, o que chamamos de partículas elementares, e tentamos observar como funcionam, o próprio ato da observação altera os resultados - como se essas partículas elementares fossem influenciadas pelo que o cientista espera. 

Isso se aplica mesmo que as partículas tenham de aparecer em lugares aonde não poderiam ir, em vista das leis do universo como as conhecemos: dois lugares ao mesmo tempo, para frente ou para trás no tempo. Em outras palavras, o material básico do universo parece uma espécie de energia pura maleável à intenção e expectativa humanas, de uma maneira que desafia nosso antigo modelo mecanicista do universo; como se nossa expectativa fizesse nossa energia fluir para o mundo e afetar outros sistemas de energia.  

A percepção humana dessa energia começa com uma ampliada sensibilidade à beleza. A percepção da beleza é um tipo de barômetro que diz a cada um de nós a que ponto estamos perto de perceber realmente a energia. As coisas que percebemos como belas podem ser diferentes, mas as características verdadeiras que atribuímos aos objetos belos são semelhantes. Quando alguma coisa nos parece bela, tem mais presença, nitidez de forma e vividez de cor. Salta aos olhos. Brilha. Parece quase iridescente em comparação com o tom mortiço de outro objeto menos atraente. O nível seguinte de percepção é ver um campo de energia pairando em torno de tudo. 

A realidade dessa energia é nova para todo mundo, mas o interessante é que essa energia é o que a ciência sempre buscou: uma coisa comum por baixo de toda matéria. Desde Einstein, sobretudo, a física tem buscado uma teoria de campo unificado. 

Os seres humanos vão acabar vendo o universo como constituído de uma energia dinâmica, uma energia que pode nos sustentar e responder às nossas expectativas. Contudo, também veremos que fomos desligados da fonte maior dessa energia, que nos isolamos dela, e por isso nos sentimos fracos, inseguros e carentes. Diante desse déficit, nós sempre procuramos intensificar nossa energia pessoal da única maneira que conhecemos: buscando rouba-la psicologicamente de outros - uma competição inconsciente que é a base de todo conflito humano no mundo. 

É de importância vital que se fique alerta. As coincidências ocorrem com regularidade, mas você tem de notá-las. Veja a psicologia. Esse campo está em conflito, querendo saber por que os seres humanos se tratam uns aos outros com tanta violência. Sempre se soube que essa violência surge do impulso dos seres humanos para controlar e dominar uns aos outros, mas só recentemente estuda esse fenômeno de dentro, do ponto de vista da consciência individual. Pergunta o que ocorre dentro de um ser humano que o fez querer controlar outra pessoa. Descobre que quando um indivíduo se dirige a outra pessoa e se empenha numa discussão, o que ocorre bilhões de vezes todos os dias no mundo, pode acontecer uma das duas coisas. O indivíduo sai se sentindo mais forte ou mais fraco, dependendo do que ocorre na interação. 

O universo como um todo é composto dessa energia, e podemos modificar todas as coisas, exatamente como fazemos com a energia que nos pertence, a parte que podemos controlar. Nós embora não tenhamos consciência disso, tendemos a controlar e dominar os outros. Queremos conquistar a energia que existe entre as pessoas. Ela se acumula e de algum modo, nos faz sentir melhor. 

Tudo que sabermos é que nos sentimos fracos, e quando controlamos outros nos sentimos melhor. O que não compreendemos é que o preço dessa sensação de se sentir melhor é a outra pessoa. É a energia que roubamos dela. A maioria das pessoas passa a vida numa caça constante à energia de outra. Embora às vezes funcione diferente. Encontramos alguém que, pelo menos durante algum tempo, nos manda voluntariamente sua energia. 

De vez em quando, outra pessoa quer voluntariamente que a gente defina a situação dela para ela, nos dando sua energia diretamente. Isso nos faz sentir fortalecidos, mas em geral isso não dura. A maioria das pessoas não é bastante forte para continuar dando energia. Por isso é que a maior parte dos relacionamentos acaba virando disputas pelo poder. Os seres humanos ligam as energias e depois lutam para decidir quem vai controlá-las. E o perdedor sempre paga o preço. 

Assim que compreendermos nossa luta, começaremos imediatamente a transcender esse conflito. Começaremos a nos livrar da disputa por simples energia humana... pois poderemos afinal receber nossa energia de outra fonte. 

O primeiro passo no processo de esclarecimento para cada um de nós é trazer o nosso drama de controle pessoal à plena consciência. Nada pode prosseguir enquanto não olharmos de fato para nós mesmos e descobrirmos o que estamos fazendo para manipular em busca de energia. Cada um de nós tem de voltar ao próprio passado, ao centro da vida familiar inicial, e observar como se formou esse hábito. Ver a gestação disso mantém consciente nossa maneira de controlar. 

A maior parte dos membros de nossa família tinha um drama próprio, tentando extrair energia de nós quando crianças. É sempre na relação com os membros da família que criamos nossos dramas particulares. Contudo, assim que reconhecemos as dinâmicas de energia familiares, podemos nos distanciar dessas estratégias de controle e ver o que realmente está acontecendo. Cada pessoa tem de reinterpretar a experiência familiar de um ponto de vista evolutivo, espiritual, e descobrir quem é ela própria na realidade. Assim que fazemos isso, nosso drama de controle desaparece e nossas vidas reais decolam. 

O drama de qualquer um pode ser examinado de acordo com o lugar que ele ocupa nesse espectro que vai do agressivo ao passivo. Se uma pessoa é sutil em sua agressão, encontrando defeito e solapando lentamente nosso mundo para extrair nossa energia, então essa pessoa seria um interrogador. Menos passivo que o coitadinho de mim seria o drama de distanciamento. Portanto, a ordem dos dramas segue-se deste modo: intimidador, interrogador, distante e coitadinho de mim. Todo mundo se encaixa em algum ponto entre esses estilos.

Algumas pessoas usam mais de um estilo em diferentes circunstancias, mas a maioria de nós tem um drama de controle dominante, que tentamos repetir, dependendo de qual funcionava bem com os membros de nossa família inicial. 

O interrogador: As pessoas que usam essa maneira de adquirir energia encenam um drama de fazer perguntas e sondar o mundo de outra pessoa, com o propósito especifico de descobrir alguma coisa errada. Assim que fazem isso, criticam esse aspecto da vida da outra pessoa. Se essa estratégia der certo, aí a pessoa criticada é atraída para o drama. Se vê de repente ficando intimidada perto do interrogador, prestando atenção ao que ele faz e pensando nisso, para não fazer nada errado que o interrogador perceba. A diferença psíquica é dar ao interrogador a energia que ele deseja. Tente se lembrar das vezes em que conviveu com pessoas assim. Quando a gente é colhido nesse drama, não tende a agir de um certo modo, para que a pessoa não o critique? Ela nos tira de nosso caminho e drena nossa energia, porque nós nos julgamos pelo que ela pode estar pensando. 

Todos manipulam em busca de energia, ou de uma maneira agressiva, direta, forçando as pessoas a prestar atenção neles, ou de uma maneira passiva, jogando com a simpatia ou curiosidade das pessoas para chamar atenção. 

Se alguém o ameaça, seja verbal ou fisicamente, então você é obrigado, por medo de que alguma coisa ruim lhe aconteça, a prestar atenção nele, e, portanto a transmitir energia para ele. A pessoa que o ameaça está envolvendo você no mais agressivo tipo de drama, o intimidador. 

Se, por outro lado, alguém lhe conta todas as coisas horríveis que já aconteceram com ele, insinuando que talvez você seja o responsável, e que se recusar a ajuda-lo essas coisas horríveis vão continuar, essa pessoa está buscando controlar no nível mais passivo, com o que se chama de drama do coitadinho de mim. Tudo que eles dizem e fazem deixam você numa posição em que tem de se defender contra a idéia de não estar fazendo o bastante por essa pessoa. Por isso é que se sente culpado só por estar perto dela. 

Se você é uma criança e alguém consome sua energia o ameaçando com danos físicos, então se distanciar não resolve. Você não pode fazer com que lhe dêem energia bancando o sonso. Eles não dão a mínima para o que se passa dentro de você. Vem com força total. Portanto você é obrigado a se tornar mais passivo e tentar a técnica do coitadinho de mim, apelando para a bondade das pessoas, explorando a culpa delas em relação ao mal que lhe fazem. Se isso não funciona, então, como criança, você suporta até crescer o bastante para explodir contra a violência e combater a agressão com agressão. A pessoa chega ao extremo que for necessário para conseguir atenção de energia na família. E depois disso, essa estratégia se torna a maneira dominante de controle para extrair energia de todos, o drama que ela vai repetir constantemente. Esse é o intimidador.

Que faria você se fosse uma criança e os membros de sua família ou estivessem ausentes ou o ignorassem, porque estavam preocupados com suas carreiras ou algo assim? Representar o distante não ia chamar a atenção deles; nem reparariam. Não teria você de recorrer as sondagens e a espionagem, para acabar descobrindo alguma coisa de errado nessas pessoas distantes, a fim de forçar atenção de energia? E isso que faz o interrogador. 

As pessoas distantes criam interrogadores! E os interrogadores tornam as pessoas distantes! E os intimidadores criam a técnica coitadinho de mim, ou, se isso falhar, outro intimidador! 
É assim que os próprios dramas de controle se eternizam. Mas lembre-se que há uma tendência a ver esses dramas nos outros, mas achar que nós próprios somos isentos dessas tramas. Cada um de nós deve transcender essa ilusão antes de começar. A maioria de nós tende a empacar, pelo menos durante parte do tempo, num drama, e temos de recuar e nos olhar a nós mesmos o suficiente para descobrir qual é ele. 

Depois que vimos nosso drama, o que acontece em seguida é que estamos verdadeiramente livres para nos tornar mais que o numero inconsciente que representamos. Podemos encontrar um sentido mais elevado para as nossas vidas, uma razão espiritual de termos nascido em determinadas famílias. Podemos começar a esclarecer quem somos de fato. 

Para descobrir o verdadeiro eu, só existe um modo. Cada um de nós tem de recuar à própria experiência familiar, ao tempo e lugar da infância, e reexaminar o que ocorreu. Assim que tomamos consciência de nosso drama de controle, podemos nos concentrar na verdade mais profunda de nossa família, no lado bom por assim dizer, além do conflito por energia. Assim que encontramos essa verdade, ela energiza nossas vidas, pois essa energia diz quem somos, o caminho em que estamos, o que estamos fazendo. 

Para esclarecer quem sou eu, você deve compreender os dramas de controle de seus pais. Tem de olhar além da disputa por energia que existia em sua família e buscar o verdadeiro motivo pelo qual estava ali. O processo para descobrir sua verdadeira identidade espiritual envolve ver toda sua vida como uma longa historia, tentando encontrar um significado superior. Comece se fazendo a pergunta: por que nasci naquela determinada família? Qual teria sido o propósito disso? 

Exemplo de pais interrogadores:
o Seu pai era um interrogador; que mais era?
o Meu pai acredita mesmo em gozar a vida, viver com integridade mas tirando o máximo que a vida pode lhe oferecer. Você sabe, viver o mais intensamente possível.
o Conseguiu fazer isso?
o Até certo ponto, sim, mas de algum modo parece que sempre tem uma maré de azar no momento mesmo em que acha que está prestes a gozar mais a vida. 
o Ele acredita que a vida é feita para diversão e alegria, mas ainda não conseguiu isso exatamente?
o É.
o Já pensou por que?
o Não muito. Sempre achei que ele não tinha sorte.
o Não será talvez que ainda não tenha descoberto a maneira de fazer isso?
o Talvez.
o E sua mãe?
o Ela já morreu.
o Você  consegue ver o que representou a vida dela?
o Sim, a vida dela era a religião dela. Defendia princípios cristãos.
o Como?
o Acreditava no trabalho comunitário e em seguir as leis de Deus.
o Ela seguiu as leis de Deus?
o Ao pé da letra, pelo menos ate onde a igreja dela ensinou.
o Conseguia convencer seu pai a fazer o mesmo?
o Na verdade, não. Minha mãe queria que ele fosse à igreja todas as semanas e se envolvesse nos programas comunitários. Mas como eu lhe disse, ele tinha um espírito mais livre. 
o Então onde isso deixa você? Os dois não queriam sua aliança? Não era por isso que o interrogavam, para se certificarem de que você  não ficava do lado dos valores do outro? Os dois não queriam que você  pensasse que o caminho deles era o melhor? 
o É, tem razão.
o Como reagia você?
o Simplesmente tentava não tomar uma posição.
o Os dois o controlavam para que você estivesse à altura dos pontos de vista deles, e você, incapaz de agradar aos dois, tornou-se distante. 
o É mais ou menos isso.
o Que aconteceu com sua mãe?
o Ela contraiu o mal de Parkinson e morreu, depois de ficar doente um longo tempo.
o Ela se manteve fiel a sua fé?
o Totalmente. Até o fim.
o Então, que sentido ela transmitiu a você?
o Como?
o Você está buscando o sentido que a vida tem para você, o motivo pelo qual nasceu dela, porque estava ali para aprender. Todo ser humano, quer tenha consciência disso ou não, ilustra com sua vida a maneira como acha que um ser humano deve viver. Você tem de tentar descobrir o que ela lhe ensinou e ao mesmo tempo o que na vida dela poderia ter sido melhor. Saber o que você teria mudado na vida de sua mãe faz parte do que você próprio está trabalhando. 
o Por que só parte?
o Porque saber como teria melhorado a vida de seu pai é a outra parte. Não somos apenas criação física de nossos pais; somos também criação espiritual. Você nasceu dessas duas pessoas e as vidas delas tiveram um efeito irrevogável sobre quem você é. Para descobrir o seu verdadeiro eu, você  tem de admitir que o verdadeiro você começou numa posição entre as verdades deles. Por isso nasceu ali: para adotar uma perspectiva mais alta sobre o que eles defendiam. Seu caminho é descobrir uma verdade que seja uma síntese mais desenvolvida do que essas pessoas acreditavam. Assim, como você  expressaria o que seus pais lhe ensinaram? 
o Meu pai achava que viver era maximizar sua condição de ser vivo, desfrutar quem ele era, e tentar perseguir esse fim. Minha mãe acreditava mais em sacrifício e em usar seu tempo a serviço de outros, se negando a si própria. Achava que era isso que a Bíblia mandava. 
o E você, como se sente em relação a isso?
o Não sei, na verdade.
o Que ponto de vista escolheria para você mesmo, o da sua mãe ou o do seu pai?
o Nenhum dos dois. Quer dizer, a vida não é tão simples assim.
o Está sendo vago.
o Acho que não sei.
o Mas se tivesse de escolher entre um ou outro?
o Os dois estavam corretos e incorretos.
o Como?
o Não tenho certeza exata. Mas acho que uma vida correta tem de incluir os dois pontos de vista. 
o A questão para você é como. Como alguém vive uma vida que e os dois. De sua mãe, você recebeu o conhecimento de que a vida é espiritualidade. De seu pai, você aprendeu que a vida e auto-estímulo, diversão, aventura. 
o Então minha vida de algum modo combinar as duas visões?
o Sim, para você, a espiritualidade é a questão. Toda a sua vida será descobrir uma que seja auto-estimulante. Esse foi o problema que seus pais não conseguiram conciliar, e que deixaram para você. Esta é sua questão evolucionaria, sua missão nesta existência. 

Cada um de nós tem de observar os pontos importantes em sua vida e reinterpreta-los à luz de nossa questão evolucionaria. Tente perceber a seqüência de interesses, amigos importantes, coincidências que ocorreram em sua vida. Esclarecer o passado é um processo preciso de tomarmos consciência de nossas maneiras individuais de controle, aprendidas na infância. E assim que pudermos transcender esse hábito, descobriremos nossos eus superiores, nossas identidades evolucionárias. Para podermos entrar no estado mental especial que tanta gente está vislumbrando - a experiência de nós mesmos avançando na vida orientados por coincidências misteriosas - temos de acordar para quem de fato somos. 

A verdade que buscamos é tão importante quanto à evolução do próprio universo, pois permite que a evolução prossiga. Os seres humanos nascem em suas situações históricas e descobrem alguma coisa para acreditar. Eles formam uma união com outro ser humano que também descobriu um propósito. Os filhos nascidos dessa união reconciliam então essas duas posições, buscando uma síntese mais elevada, orientada pelas coincidências. 

Todas as vezes que nos enchemos de energia e ocorre uma coincidência que nos faz progredir em nossas vidas, estabelecemos esse nível de energia em nós mesmos, e assim existimos numa vibração mais elevada. Nossos filhos pegam nosso nível de vibração e o elevam ainda mais alto. Essa é a maneira como nós continuamos a evolução. Assim que se aprende o que é a vida, não há como apagar esse conhecimento. Se tentar fazer alguma outra coisa com sua vida, vai sempre sentir que lhe falta alguma coisa. 

As idéias mudam assim que a gente se liga na energia. As palavras que você habitualmente forçou em sua cabeça, numa tentativa de controlar os acontecimentos com lógica desaparecem quando você abandona seu drama de controle. Quando você se enche de energia interior, outros tipos de idéia penetram a sua mente, vindo de uma parte mais elevada de você mesmo. Essas são suas intuições. Parecem diferentes. Simplesmente surgem no fundo de sua mente, às vezes numa espécie de devaneio ou minivisão, e vem para dirigi-lo, para orienta-lo. 

Quando você adquirir bastante energia, estará pronto para entrar conscientemente na evolução, para faze-la começar a fluir, para produzir as coincidências que o levarão a frente. Primeiro acumula bastante energia, depois se lembra de sua questão vital básica... a que seus parentes lhe deram... Porque essa questão oferece o contexto geral para sua evolução. Em seguida, você se concentra em seu caminho, descobrindo as questões menores imediatas que enfrenta em geral em sua vida. Essas preocupações sempre têm relação com a questão maior, e definem onde você está atualmente em sua busca de toda vida.  

Assim que toma consciência das questões ativas no momento, você sempre obtém algum tipo de orientação intuitiva do que fazer, de aonde ir. Isso só não ocorre se você tiver em mente a questão errada. O problema na vida não está em receber respostas. Está em identificar suas questões presentes. Assim que você formule as perguntas certas, as respostas sempre chegam. Depois que tiver uma intuição do que poderia ocorrer em seguida, o passo seguinte é ficar bastante alerta e vigilante. Mais cedo ou mais tarde as coincidências vão ocorrer, para levar você na direção indicada pela intuição. 

Não esqueça que uma vez atingido esse estado de amor, nada, nem ninguém, pode retirar mais energia de você do que a que você pode recuperar. Na verdade, a energia que flui de você cria uma corrente que puxa energia para dentro de você na mesma proporção. Você não pode ficar vazio. Mas deve estar consciente desse processo para que ele funcione. Isso é, sobretudo importante quando você  interage com pessoas. Deixe que sua percepção da beleza e da iridescência guie seu caminho. As pessoas e lugares que tem as respostas para você parecerão mais luminosos e atraentes. 

Os pensamentos, devaneios e sonhos nos mostram uma cena, um fato, e isso é uma indicação de que esse fato talvez aconteça. Se estivermos atentos, estaremos prontos para essa virada em nossas vidas. 

Para reconhece-los, temos de nos colocar numa posição de observador. Quando vem um pensamento, devemos perguntar: por que? Por que esse pensamento determinado veio agora? Qual a relação que ele tem com as questões da minha vida? A adoção dessa posição de observador nos ajuda a nos livrar de nossa necessidade de controlar tudo. Nos põe na corrente evolutiva. 

As imagens de medo devem ser detidas assim que aparecem. Então outra imagem, uma de bom resultado, deve ser imposta pela vontade ao pensamento. Em breve as negativas quase não ocorrerão mais. Suas intuições serão sobre coisas positivas. Quando as negativas chegarem depois disso, devem ser tratadas com muita seriedade, e não seguidas. 

É difícil fazer fluir constantemente o amor. Mas não fazer isso é se prejudicar. Seu corpo vibra num determinado nível e se você deixa sua energia baixar demais o corpo sofre. Essa é a diferença entre estresse e doença. É pelo amor que mantemos nossa vibração alta. Ele nos mantém saudáveis. Desperte e passe a ver o mundo como um lugar misterioso, que oferece tudo que precisamos, se nos esclarecemos e encontramos o caminho. 

Então estamos prontos para começar o fluxo evolutivo. Para entramos nesse processo, mantendo firmemente em mente nossas atuais questões vitais. Ficando atentos para a orientação, num sonho ou num pensamento intuitivo, ou na maneira como o ambiente se ilumina e salta para nós. Acumulamos nossa energia e nos concentramos em nossas situações, nas perguntas que temos, e aí recebemos alguma forma de orientação intuitiva, uma idéia de aonde ir e o que fazer, e então as coincidências ocorrem, para permitir que sigamos nessa direção. 

É esse o caminho. E todas as vezes que essas coincidências nos levam a alguma coisa nova, crescemos, nos tornamos pessoas mais plenas, existindo numa vibração superior. Todas as respostas que nos chegam misteriosamente, na verdade nos vem de outras pessoas. Mas nem todas as pessoas que você encontrar vão ter a energia ou a lucidez para lhe revelar a mensagem que lhe trazem. Você tem de ajudá-las, mandando energia para elas. Quando a energia penetra nelas, isso as ajuda a ver a verdade delas. Então elas podem passar essa verdade para você. 

Para se manter no fluxo da evolução deve se lembrar de manter suas perguntas sempre em mente. Mesmo as pessoas que ainda não tem consciência podem tropeçar com respostas, e ver as coincidências em retrospecto. Temos de supor que todo acontecimento tem um significado e contém uma mensagem que de algum modo diz respeito as nossas perguntas. O desafio é encontrar o lado bom de cada acontecimento, por mais negativo que seja. 

Estar próximo é mais importante do que as pessoas pensam. Devemos sempre encontrar um meio de dizer a verdade. Sempre tendo bastante energia, faz com que acredite que continuará tendo bastante, o que torna a transição do recebimento de energia para o recebimento de energia do Universo muito mais fácil de alcançar. 

 Quando alguém aprende a se esclarecer e entrar em sua evolução, às vezes é interrompido de repente pelo vício por outra pessoa. A idéia de vicio, explica por que surgem nos relacionamentos amorosos as lutas por poder. Sempre nos perguntamos o que faz a felicidade e a euforia do amor acabarem, se transformando de repente em conflito. Isso resulta do fluxo de energia entre os indivíduos envolvidos. 

Quando se apaixonam, os dois indivíduos estão dando energia um ao outro inconscientemente, e se sentem flutuantes e eufóricos. É o barato incrível a que todos chamamos estar apaixonado. Infelizmente, como eles esperam que esse sentimento venha da outra pessoa, se desligam da energia universal e começam a contar cada vez mais com a energia um do outro - só que agora parece não haver energia bastante, e assim eles deixam de dar energia um ao outro e recaem em seus dramas, numa tentativa de controlar um ao outro e puxar a energia do outro para si. Nesse ponto, o relacionamento degenera na luta por poder habitual. 

Nossa suscetibilidade a esse tipo de vicio pode ser descrita em termos psicológicos. O problema começa em nossa primeira família. Devido à disputa de energia ali, nenhum de nós era capaz de concluir um processo psicológico importante. Não podíamos integrar nosso outro lado sexual. Integrar o lado masculino ou o lado feminino. O motivo de podermos nos viciar em alguém do sexo oposto é que nós próprios ainda precisamos acessar essa energia sexual oposta. 

A energia mística, que podemos canalizar como uma fonte interna, é ao mesmo tempo feminina e masculina. Podemos eventualmente nos abrir para ela, mas quando começamos a nos envolver, temos de ser cuidadosos. O processo de integração leva algum tempo. Se nos ligamos prematuramente a uma fonte humana para obter nossa energia masculina ou feminina, bloqueamos o fornecimento espiritual. 

O problema é que a maioria dos pais até hoje disputa a energia com os próprios filhos, e isso nos afetou a todos. Como se dava essa disputa, nenhum de nós resolveu bem essa questão do sexo oposto. Estamos todos empacados no estágio em que continuamos a buscar nossa energia sexual oposta fora de nós mesmos, na pessoa de um homem ou mulher que julgamos ideal e mágica, e que podemos possuir sexualmente. 

Quando começamos a evoluir pela primeira vez, passamos automaticamente a receber nossa energia sexual oposta. Vem naturalmente da energia no Universo. Mas temos de ser cuidadosos, pois se aparece outra pessoa que oferece essa energia diretamente, podemos nos desligar da fonte verdadeira... E regredir. Até aprendermos a evitar essa situação, ficamos andando em volta como a metade de um circulo. Parecendo a letra C. Somos muito suscetíveis a que apareça uma pessoa do sexo oposto, outro meio circulo, e se junte conosco assim completando o circulo e nos dê uma explosão de euforia e energia que pareça a plenitude produzida por uma ligação plena com o Universo. 

Na verdade, apenas nos juntamos a outra pessoa que também está à procura de sua outra metade no mundo externo. Isso é um relacionamento clássico de co-dependência, e tem problemas embutidos que logo começam a surgir. Esse tipo de ilusão de inteireza sempre degenera numa luta por poder. No fim, cada pessoa tem de mandar na outra, e até mesmo incapacita-la, para poder conduzir esse eu inteiro para onde ela quer ir. Temos de fechar o circulo por nós mesmos. Temos de estabilizar nosso canal com o Universo. Isso exige tempo, mas depois nunca mais ficamos suscetíveis ao problema e adquirimos o que chama de um relacionamento mais elevado. Quando nos ligamos amorosamente a outra pessoa depois disso, criamos uma superpessoa... Mas isso não nos desvia do caminho de nossa evolução individual. 

Compreendendo quem na verdade são no intimo esses amigos do sexo oposto, a gente rompe a própria projeção fantasista sobre aquele sexo, e isso nos liberta para nos ligar mais uma vez com o Universo. Todos somos co-dependentes e estamos todos saindo disso agora. A idéia é começar a experimentar aquela sensação de bem-estar e euforia sentida no primeiro momento de um relacionamento co-dependente quando a gente está só. É preciso ter ele ou ela dentro de si. Depois disso, a gente evolui e pode encontrar aquele relacionamento romântico especial que realmente se ajusta à gente. 

É exatamente assim com todos os vícios: a energia passa por alguém ou alguma coisa para se ligar com o Universo. O meio de lidar com isso é aumentar sua energia e depois se concentrar de novo no que está fazendo realmente aqui. A maneira como abordamos outras pessoas determina a rapidez com que evoluímos, e a rapidez com que nossas perguntas sobre a vida são respondidas. 

Quando as pessoas cruzam nossos caminhos, há sempre uma mensagem para nós. Encontros casuais não existem. Mas o modo de respondermos a esses encontros determina se somos capazes de receber a mensagem. Se temos uma conversa com alguém que cruza nosso caminho e não vemos uma mensagem sobre nossas questões atuais, isso não significa que não houvesse uma mensagem. Significa apenas que não a captamos, por algum motivo. Quando apreciamos a forma e o porte de alguém, e nos concentramos de fato nele até suas formas e feições começarem a se destacar e ter mais presença podemos mandar energia para ele e revigora-lo. Claro, o primeiro passo é manter nossa própria energia elevada, depois podemos iniciar o fluxo de energia que vem para nós, através de nós mesmos, e dai para outras pessoas. 

Quanto mais apreciarmos a totalidade, a beleza interior delas, mais a energia penetra nelas e, naturalmente, mais flui para dentro de nós. Quanto mais amamos e apreciamos os outros, mais energia flui para dentro de nós. É por isso que amar e energizar os outros é a melhor coisa possível que podemos fazer a nós mesmos. 

Quando se dá mais energia que a que a pessoa teria sem isso, ela pode ver qual é a sua verdade e passa-la mais prontamente para você. Quando faz isso, você tem a sensação de revelação sobre o que ela diz. Isso leva você a ver o eu superior e mais completo, e portanto a apreciar e a se concentrar nele num nível mais constante, que  dá mais energia e maior percepção da verdade, e o ciclo recomeça de novo. 

Se não aceitamos o drama concorrente, o drama da pessoa se desmonta. Lembre-se de que todo drama de uma pessoa se formou na infância em relação a outro drama. Portanto, todo drama precisa de um drama igual para ser plenamente encenado. Todos os dramas são estratégias secretas para conseguir energia. As manipulações secretas por energia não sobrevivem quando você as traz à consciência, apontando-as. Deixam de ser secretas. É um método muito simples. A verdade melhor sobre o que é dito numa conversa sempre prevalece. Depois disso a pessoa tem de ser mais verdadeira e honesta. A chave para fazer com que isso funcione é olhar simultaneamente para a pessoa verdadeira a sua frente além do drama, e mandar tanta energia para ela quanto possível. Se ela consegue sentir a energia chegando por qualquer meio, depois fica mais fácil abandonar sua forma de manipular para obtê-la. 

O Universo é energia, energia que responde às nossas expectativas. As pessoas também fazem parte desse universo de energia, portanto, quando temos uma pergunta, as pessoas revelam qual delas tem a resposta. Todo mundo que cruza nosso caminho tem uma mensagem para nós. Do contrário, teriam seguido por outro caminho, ou saído antes ou depois. 
Existem sinais. O contato espontâneo do olhar, por exemplo, é um sinal para que duas pessoas conversem, pois existe um censo de reconhecimento. Ver alguém que parece conhecido, mesmo que a gente saiba que nunca viu essa pessoa antes é outro exemplo. Somos membros do mesmo grupo mental que certas outras pessoas. Os grupos mentais em geral evoluem na mesma linha de interesse. Pensam igual e isso cria a mesma expressão e experiência externa. Reconhecemos intuitivamente os membros do nosso grupo mental, e com muita freqüência eles nos trazem mensagens. 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Liberalismo: filosofia e ética

Diana, deusa da liberdade e natureza

Liberalismo: filosofia e ética - Parte I

por João Luiz Mauad
© 2006 MidiaSemMascara.org


Muitos pensam que o liberalismo está restrito à sua vertente econômica, de defesa do livre mercado, da não intervenção estatal, dos baixos impostos, etc. Ignoram por completo o fato de que ele engloba um conjunto de princípios e argumentos morais e filosóficos que vão muito além dos aspectos meramente econômicos. Evidentemente, este não é o espaço adequado para a exposição completa e minuciosa de um tema tão abrangente porém, mesmo correndo o risco de perder-me na cilada da superficialidade, segue uma breve introdução dos princípios éticos e filosóficos que regem a doutrina liberal.



1. O individualismo

O ponto de partida da teoria liberal é o individualismo, isto é, o entendimento de que o indivíduo é o centro e a justificativa da análise social e, por extensão, do ordenamento político. Esta premissa é clara, evidente e lógica: só o indivíduo goza de existência real e só ele é capaz de raciocinar, escolher e agir.

O ser humano não se concebe de outra forma que não seja a individual. Não existe algo assim como "o homem coletivo". Por isso, o princípio ético fundamental pelo qual se move um liberal é o da liberdade individual.

Mas, o que vem a ser liberdade? Tomando a famosa definição de Berlin, os liberais preferem a liberdade negativa, que consistiria na ausência de obstáculos externos que impeçam o indivíduo de levar a cabo as suas próprias decisões.

O liberalismo entende o funcionamento das sociedades como resultado exclusivo da "ação humana". Neste sentido, a visão da comunidade como um ente orgânico, provido de vida própria e com fins distintos e/ou superiores aos das pessoas que a integram é uma completa falácia. Com efeito, o "bem comum", o "interesse geral" e outros conceitos holísticos carecem de significado e identidade efetiva.

É importante salientar que a filosofia individualista, como bem descreveu Hayek, não parte do pressuposto de que o homem seja egoísta ou deva sê-lo, como muitas vezes se afirma. Parte apenas do fato incontestável de que os limites dos nossos poderes de imaginação nos impedem de incluir em nossa escala de valores mais que uma pequena parcela das necessidades da sociedade inteira; e como, em sentido estrito, tal escala só pode existir na mente de cada um, segue-se que só existem escalas parciais de valores, as quais são inevitavelmente distintas entre si e mesmo conflitantes. Daí concluem os individualistas que se deve permitir ao indivíduo, dentro de certos limites, seguir seus próprios valores e preferências, em vez dos de outrem.

Os limites mencionados acima por Hayek estão vinculados aos necessários requisitos para a vida em sociedade. Um homem vivendo em isolamento não precisa de regras objetivas ou morais. Ele não tem qualquer escrúpulo sobre fazer alguma coisa para o seu próprio benefício e, conseqüentemente, não precisa levar em consideração se a sua ação irá prejudicar ou injuriar os demais. Por outro lado, como membro de uma sociedade, o homem deve sempre considerar, em tudo que faça, não apenas a sua própria e imediata vantagem, mas também os prejuízos que possa causar aos outros indivíduos.

No entanto, como nos adverte von Mises, requerer do indivíduo que ele leve a sociedade em consideração, que ele deva renunciar a determinadas ações que, enquanto vantajosas para si, possam ser prejudiciais para a vida social, não é o mesmo que pretender que o indivíduo deva sacrificar-se pelo interesse dos outros. O sacrifício a que o indivíduo deve impor-se é somente provisional, ou seja, a renúncia de uma vantagem imediata e relativamente menor em troca de um benefício muito maior e fundamental, que é a existência da sociedade, como uma associação de pessoas, trabalhando em cooperação e dividindo um modo de vida comum, no interesse de cada indivíduo.

2. Bem-estar material

O liberalismo é uma doutrina inteiramente voltada para a conduta dos homens nesse mundo. Em última análise, a nada visa senão ao progresso do bem-estar material exterior do homem e não se refere às necessidades interiores, espirituais e metafísicas. Não promete felicidade e contentamento aos homens, mas, tão-somente, a maior satisfação possível de todos os desejos suscitados pelas coisas e pelo mundo exterior.

Freqüentemente, o liberalismo tem sido censurado por sua atitude puramente externa e materialista que privilegia o que é terreno e transitório. A vida do homem, como se diz, não consiste em comer e beber. Há necessidades superiores e mais importantes do que o alimento e a bebida, o abrigo e a roupa. Nem mesmo as maiores riquezas terrenas podem dar felicidade ao homem. Nesse sentido, o liberalismo é a mais completa e absoluta nulidade, pois ele nada tem a oferecer às aspirações mais profundas e mais nobres do homem.

Porém, os críticos que exploram este vazio mostram apenas que possuem um conceito muito imperfeito e materialista dessas necessidades superiores e mais nobres. As políticas sociais, com os meios de que dispõem, podem tornar os homens ricos ou pobres, mas nunca conseguirão torná-los felizes ou satisfazer seus anseios íntimos. Tudo o que as políticas econômicas e sociais podem fazer é remover as causas externas da dor e do sofrimento. Podem promover um sistema que alimente o faminto, vista o nu e abrigue o sem-teto. Felicidade e contentamento não dependem do alimento, da roupa e do abrigo mas, sobretudo, do sonho que se acalenta no íntimo de cada um.

Não é, portanto, pelo desdém aos bens espirituais que o liberalismo se concentra, exclusivamente, no bem-estar material do homem, mas pela convicção de que o que é mais alto e profundo no ser humano não pode ser tocado por qualquer tipo de regulação externa. O liberalismo busca produzir somente o bem-estar exterior, porque sabe que as riquezas interiores, espirituais, não podem atingir-nos de fora, mas somente de dentro, de nosso próprio coração.

3. Tolerância

O liberalismo está restrito, inteira e exclusivamente, à vida terrena. O reino da religião, por outro lado, não é deste mundo. Portanto, liberalismo e religião podem coexistir, lado a lado, sem que suas esferas de ação se toquem. O liberalismo, como visto acima, não pretende intrometer-se no domínio da fé religiosa ou das doutrinas metafísicas. Por isso, a tolerância liberal para com os inúmeros credos e religiões é irrestrita.

Entretanto, como bem escreveu Karl Popper, não podemos manter uma atitude tolerante com os intolerantes. Não se pode permitir que a cooperação pacífica entre os homens seja perturbada pelo fanatismo religioso. Se o liberalismo proclama a tolerância irrestrita em relação a cada fé religiosa ou a cada crença metafísica, isto não se dá em função da sua indiferença por estas questões superiores, mas sim por causa da convicção de que a garantia da paz dentro da sociedade deve ter precedência sobre tudo e todos. 

É difícil entender como esses princípios podem fazer inimigos entre comunidades de vários credos distintos. O liberalismo demanda tolerância como uma questão de princípio, não de oportunismo. Ele defende a tolerância mesmo a respeito de alguns ensinamentos obviamente sem sentido, absurdas formas de heterodoxia e ingênuas superstições. Ele defende a tolerância por doutrinas e opiniões que julga ruinosas e danosas para a sociedade, ou mesmo em relação a certos movimentos cujas doutrinas lhe são diametralmente opostas. O que nos impele a defender a tolerância não é o conteúdo da doutrina objeto desta tolerância, mas a certeza e o conhecimento de que somente a tolerância pode criar e preservar a condição de paz social sem a qual a humanidade cairia no barbarismo e penúria de séculos atrás.

4. Racionalismo

Somente será possível, para cada indivíduo, prosperar na busca de seus objetivos, numa sociedade propícia à sua consecução. Mas, por mais elevadas que sejam as esferas nas quais se inserem as questões políticas e sociais, ainda assim se referem a questões sujeitas ao controle humano e, conseqüentemente, devem ser julgadas e decididas segundo os cânones da razão humana. Nessas questões, não menos do que em outros assuntos mundanos, o misticismo não passa de um mal. Nossa capacidade de compreensão é muito limitada. 

Nunca poderemos descobrir os segredos últimos e mais profundos do universo. Mas o fato de não termos a capacidade de sondar o significado e o propósito da nossa existência não nos impede de tomar certas precauções no sentido de evitarmos doenças contagiosas ou de nos utilizarmos de meios apropriados para nossa alimentação e vestuário, nem mesmo deve impedir de nos organizarmos em sociedade, de tal modo que as metas terrenas, pelas quais lutamos, possam, efetivamente, ser atingidas.

Mesmo o Estado e o sistema legal, o governo e sua administração não são assim tão elevados, tão bons, tão grandiosos para que o coloquemos fora do alcance da deliberação racional. Problemas de políticas sociais são problemas de tecnologia social, e devemos buscar sua solução do mesmo modo e pelos mesmos meios à nossa disposição usados na solução de outros problemas técnicos, isto é, por meio da reflexão racional e pelo exame das condições dadas. O homem deve à razão tudo o que ele é e que o eleva acima dos outros animais. Por que, então, deveria o homem desprezar o uso da razão justamente na esfera social, e confiar nos sentimentos e impulsos vagos e obscuros?

5. Desigualdade de renda e riqueza

O maior erro dos que pregam a fantasia igualitária está no fato de pretenderem igualar o inigualável. Vítimas do apego a idéias retrógradas, não conseguem enxergar aquilo que o inglês David Hume já sabia desde meados do Século XVIII, quando escreveu: "Por mais iguais que se façam as posses, os diferentes graus de habilidade, atenção e diligência dos homens irão imediatamente romper essa igualdade. E caso se refreiem essas virtudes, a sociedade se rebaixará à mais extrema indigência e, em vez de impedir a miséria e a mendicância de uns poucos, torna-las-á inevitáveis para toda a comunidade".

Além dos atributos citados por Hume, a história nos ensina que a prosperidade é o resultado da ambição individual, da energia, da inteligência, da auto-disciplina, da responsabilidade, do talento, da habilidade e do conhecimento, dentre outros. Quanto mais os indivíduos detiverem essas qualidades, mais irão progredir e vice-versa. Lutar pelo fim das desigualdades é, por conseguinte, contraproducente e inútil.

Aqueles que advogam a igualdade de renda desprezam o ponto mais importante, o problema central, que é o fato de que o total disponível para distribuição, o produto anual do trabalho da sociedade, não é independente da maneira como ele é dividido. O fato de que a riqueza hoje seja tão grande, como de fato é, não é um fenômeno natural ou mesmo tecnológico, independente das condições sociais existentes, mas está inteiramente vinculado às instituições sociais. 

Somente quando há desigualdade de riqueza é possível uma ordem social; somente porque ela estimula cada um a produzir tanto quanto possa e ao menor custo, o ser humano hoje tem à sua disposição a riqueza total disponível para consumo. Se este incentivo for destruído, a produtividade seria tão seriamente reduzida que a porção individual, numa eventual distribuição equânime, seria bem menor do que aquela que recebem hoje em dia os mais pobres.

6. A ordem espontânea

A teoria liberal nasceu da descoberta de que as sociedades mais eficientes e prósperas são o resultado de ordenamentos complexos e espontâneos, criados pela ação humana, mas desvinculada de qualquer desígnio expresso dos homens. É através de um processo de ensaio e erro, entre o instinto, a razão e a tradição que os indivíduos desenvolvem um conjunto de hábitos de conduta, de regras gerais de comportamento e de instituições que lhes permitirão a convivência pacífica e a cooperação.

Só a cooperação voluntária, através do mercado, permite-nos processar e transmitir as informações e os conhecimentos dispersos entre milhões de pessoas. Isso jamais seria conseguido por qualquer "planejador", por mais inteligente e gabaritado que fosse. 

O funcionamento da sociedade depende, de acordo com Hayek, da ligação coordenada de milhões de fatos e ações individuais, cujo conjunto ninguém seria capaz de conhecer. O conhecimento humano abrange toda a multiplicidade da experiência do homem através dos tempos, algo demasiado complexo para uma articulação explícita que se pudesse apreender. Trata-se de uma "sabedoria sem reflexão, inculcada tão profundamente que se converte praticamente em reflexos inconscientes". Segundo o austríaco, este conhecimento sistêmico, manifestado de forma não articulada na cultura popular, teria mais probabilidade de acerto do que as arrogantes visões de uns poucos intelectuais.

Por isso, na concepção de Hayek a sociedade deve ser comparada a um organismo vivo, que não pode ser reconstruído sem conseqüências fatais, como, aliás, restou comprovado através das diversas experiências comunistas mal sucedidas do Século XX.

7. Liberdade e responsabilidade

A idéia fundamental do liberalismo, como vimos, é muito simples e deriva da ordem espontânea de que falamos. Baseia-se, em resumo, na observância e aplicação de regras universais de justa conduta, que resguardem uma esfera de autonomia dentro da qual o indivíduo utiliza seus conhecimentos e seus recursos para a consecução dos fins que deseje.

Como disseram Voltaire e Immanuel Kant, quase nos mesmos termos, "o homem é livre quando não tem de obedecer a ninguém, exceto às leis".

Como conseqüência lógica da valorização da liberdade, os liberais pregam a responsabilidade individual irrestrita, já que não pode haver liberdade sem responsabilidade. Os indivíduos devem ser responsáveis pelos seus atos, vale dizer, devem ter em conta as conseqüências das suas decisões e os direitos dos demais.

Os liberais lutam por uma sociedade regida por leis neutras, que não beneficiem pessoas, partidos ou grupo algum e que evitem, energicamente, os privilégios. Defendem, ainda, que a sociedade deve controlar de forma estreita as atividades dos governos e o funcionamento das instituições do Estado.

A essência desse modo de entender a política e a economia está em não determinar previamente para onde queremos que marche a sociedade, mas em construir as instituições adequadas e liberar as forças criativas dos grupos e dos indivíduos para que estes decidam, espontaneamente, o curso da história. Os liberais não têm qualquer plano ou desenho para o destino das sociedades. Ademais, lhes parece muito perigoso que outros tenham tais planos e arroguem-se o direito de decidir o caminho que todos devemos seguir, como é próprio das ideologias marxistas.

Nesse sentido, talvez quem melhor tenha traduzido o ideal liberal, em contraposição às inúmeras ideologias coletivistas que proliferam no mundo desde Platão, foi David A. Keene, quando disse:

"O mundo sempre esteve dividido em dois grupos básicos. O primeiro é composto daqueles que acreditam saber como todos os outros deveriam conduzir suas vidas, ordenar seus negócios e educar suas crianças, e vê o governo como uma forma de impor seus pontos de vista aos menos esclarecidos.

O outro grupo é composto daqueles que desejam apenas cuidar de suas próprias vidas, ganhar dinheiro honestamente e criar seus filhos da maneira que acreditam mais adequada. Essas pessoas encaram com ceticismo aqueles que dizem que elas deveriam viver de forma diferente 'para seu próprio bem' e desconfiam de um governo dirigido por esse tipo de gente".