terça-feira, 13 de março de 2012

Série Países: Suécia

Historia da Suécia


Na História da Suécia a ocupação do país tem início pelo sul durante a Idade da Pedra, quando o gelo resultante da última glaciação recuou. Pensa-se que os primeiros habitantes foram povos caçadores e recolectores que viviam daquilo que o mar (Mar Báltico) lhes fornecia e que teriam chegado a região, seguindo as renas, sua presa típica. Durante a Idade do Bronze, o desenvolvimento populacional fez com que o sul da Suécia fosse densamente povoado, como atestam as ruínas de grandes comunidades comerciais. Alguns Estados estabelecem-se, próximo ao Lago Mälaren no século I a.C.e também um com sede na cidade de Uppsala. Estes reinos foram unificados pela primeira vez entre os séculos VI e IX e logo se segue a Era Viking na Suécia em que os suecos conquistaram regiões do Báltico e da Rússia até o Mar Negro.
cristianização do país tem início com a chegada de missionários alemães e ingleses no século XI. Em 1397 os quatro países escandinavos foram reunidos através de linhagens e casamentos na União de Kalmar, mas a disputa entre os nobres de cada país pelo trono os separou no início do século XVI.
século XVII viu a Suécia tornar-se uma das principais potências europeias, devido ao sucesso da participação na Guerra dos 30 anos, iniciada pelo Rei Gustavus Adolphus. Esta posição iria desmoronar-se no século XVIII, quando a Rússia conquistou os reinos da Europa do norte na Grande Guerra do Norte e, eventualmente, quando em 1809 se assistiu à separação da parte oriental da Suécia, criando-se assim a Finlândia como um grã-ducado Russo.
A história recente sueca tem sido pacífica. A última guerra na qual participou foi a Campanha Contra a Noruega (1814), que estabeleceu uma união dominada pela Suécia. Esta união dissolveu-se pacificamente em 1905, apesar de alguma ameaça de guerra. A Suécia foi um país neutro durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial (com uma pequena excepção, a Guerra do Inverno). Continuou a não se posicionar durante a Guerra Fria e hoje não faz parte de nenhuma aliança militar embora tenha participado nos treinos militares da OTAN. A primeira cerimónia da entrega do Prémio Nobel foi realizada na antiga Real Academia de Música Sueca, em Estocolmo, em 1901. A partir de 1902 os prémios passaram a ser entregues pelo Rei da Suécia.

Pré Historia
Doze mil anos antes de Cristo, o mar Báltico era um mar fechado e de água doce. Os primeiros grupos humanos atravessaram a ligação entre o continente e a península escandinava e estabeleceram-se a sul desta em 9.000 a.C. Entre 5.000 e 3.500 a.C, a agricultura desenvolveu-se quando o clima tornou-se mais ameno devido a entrada da água salgada no lago e outras tribos chegaram. Por volta de 1.500 a.C, os povos da Suécia haviam estabelecido relações comerciais com os habitantes do continente que só seriam interrompidas com a chegada dos celtas mil anos depois. Estabeleceram também relações comercias com os romanos entre 400 a.C. e 400 d.C., período em que durou a Idade do Ferro. 

Idade Média
Havia já uma monarquia sacerdotal — em que o rei era o sumo sacerdote — e eletiva na Suécia com centro em Uppsala ao lado de tribos godas na Gotlândia Oriental (Östergottland) e na Gotlândia Ocidental (Västergötland). Por volta de 800, os escandinavos estabeleceram-se em vilas e criaram sociedades baseadas em pequenos reinos, conhecidos a partir das lendas. Em algum momento entre os séculos VI e IX os suecos subjugam os godos, tornam-se mais individualizados e começam a formar expedições direcionadas a outras regiões, o que lhes rende alguma riqueza. As fronteiras nacionais não foram expandidas nesse período por que era mais fácil locomover-se pelo mar do que pelas florestas do interior e por isso algumas regiões mais ao norte e ao sul permaneceram inexploradas ou sob domínio de outros reinos até o século XVII.Também é por volta de 800 que as primeiras influências de povos estrangeiros se fazem sentir sobre os escandinavos, como o Cristianismo e o desenvolvimento do alfabeto rúnico.

Os dinamarqueses e noruegueses voltaram-se para o Ocidente, Reino Unido, França e o Atlântico Norte. Os vikings da Suécia ou varegues, contudo, dirigiram-se para o Oriente, conquistando a Finlândia e o norte da Rússia, além dos rios Dniepre e Volga estabelecendo relações comerciais com o Império Bizantino. Durante o século IX colônias escandinavas foram criadas na margem leste do Báltico. A fonte mais importante sobre os escandinavos no leste é a Crônica de Nestor do início do século XII. Ela fala do estabelecimento, expulsão e retorno dos suecos ao norte da Rússia. Através de outra fonte, os Annales Bertiniani sabe-se que em 839, Luís I, o Piedoso recebeu uma embaixada vinda de Constantinopla, enviada por Teófilo, e da qual faziam parte mercadores suecos que denominavam a si mesmos Rus, palavra que deu origem ao nome Rússia, embora não se saiba se por essa altura já havia um Estado centralizado na região.
Mapa mostrando as principais rotas varegues: a Rota do Volga (em vermelho) e a Rota de Comércio entre os varegues e os gregos (em roxo). Outras rotas utilizadas entre o século VIII e o XI em laranja.
Mercadores vikings comerciavam mel, cera, armas, alcatrão, peles e escravos com os árabes através do Volga e do Cáspio. As notícias das primeiras expedições piratas vêm do século IX, entre 910 e 912, quando esquadras cruzaram o mar Cáspio, saquearam as cidades de Abaskun e Raku e foram derrotadas ao adentrarem o Azerbaijão. Havia também rotas que partindo de rios e lagos como o Ladoga e o Ílmen chegavam a Kiev e Novgorod.
Novgorod desenvolveu-se a partir de 862 quando Rurik e outros escandinavos chegaram à região e estabeleceu os fundamentos do Principado de Kiev, um Estado predecessor da Bielorrússia e Rússia. O desenvolvimento da cidade possibilitou um ataque a Constantinopla em 941 liderado por Igor que foi repelido e outro em 944 que resultou no estabelecimento de trocas comerciais. Segundo a Crônica de Nestor, Kiev tornou-se capital dos varegues no lugar de Novgorod em 882 quando Oleg tornou-se rei após derrotar seus dois irmãos, Askold e Dir. Oleg expandiu o poder de Kiev conquistando terras vizinhas e cobrando tributos dos povos conquistados. Após a morte de Igor, sua mulher Olga assumiu o trono e seu, Sviatoslav, governou ao seu lado entre 962 e 972 quando morreu. Os três filhos de Sviatolav disputaram entre si o poder o qual coube a Vladimiro. Este assumiu em 980 e transformou Kiev em uma cidade-Estado à moda de Constantinopla, e fundando igrejas após sua conversão ao Cristianismo em 988. Seu filho Jaroslav assumiu o trono em 1019 e governou até 1054, sendo grande sua influência jurídica, social e literária em Kiev.
Os varegues acumularam alguma riqueza com o comércio e a pirataria realizados. Um centro de trocas no norte da Europa estabeleceu-se na ilha de Birka, perto de onde Estocolmo seria construída posteriormente. Birka provavelmente foi destruída ainda no século XI, mas ainda demonstra a riqueza aí existente nos séculos IX e X. Milhares de túmulos, moedas, jóias e outros itens de luxo foram encontrados na ilha. Também existem outros lugares em que tesouros foram encontrados na Suécia, revelando um extenso comércio entre a Suécia e os povos a leste.
O cristianismo se introduziu no país quando o rei Olavo da Suécia converteu-se no século XI. Dois séculos após a cristianização do país, duas dinastias disputavam o poder — a fundada pelo rei Sverker e a outra pelo rei Érico, mais tarde santo padroeiro do país — e o país encontrava-se dividido em guerras entre a nobreza e os reis. Em meados do século XIII, a Suécia foi unificada e no reino de Birger Jarl e tornou-se mais próspera, sendo a capital transferida para Estocolmo.
"Banho de Sangue de Estocolmo".
Os confrontos gerados pela nobreza, levaram à união entre a Suécia e a Noruega em 1319, no reinado de Magno II, o qual herdara as duas coroas e, apesar do período de prosperidade que se seguiu, uma série de medidas mal calculadas — aumento dos impostos e uma guerra — fizeram com que o rei da Dinamarca, Valdemar IV ocupasse a Gotlândia e retomasse territórios cedidos aos suecos. A paz só seria estabelecida com um casamento entre o filho de Magno II, Haakon e a filha de Valdemar IV, Margarida. Posteriormente, a nobreza sueca proclama rei Alberto de Mecklemburgo para combater o crescente poder das cidades comerciais do Báltico e este convoca o primeiro Riksdag, o parlamento, mas com a morte de Haakon e de Magno e depois de Alberto, a filha de Valdemar torna-se Margarida I em 1397 na União de Kalmar. Ela começou como uma união pessoal, não política e quando, no século XV, se tentou centralizar o poder no rei dinamarquês, a Suécia resistiu chegando mesmo a uma rebelião armada. O sucessor de Margarida foi Érico da Pomerânia dinamarquês que tentou transformar seus domínios em uma monarquia absolutista, mas encontrou resistência popular que pôs fim ao seu reinado em 1439. O parlamento assumiu o poder e continuou governando mesmo após a subida de Cristóvão da Baviera ao trono. Devido à pressão popular demonstrada anteriormente, o povo pôde ser admitido no parlamento.
Entre o final do século XV e o início do XVI, os nobres suecos e dinamarqueses disputavam o poder na União até que Gustavo Vasa assumiu o poder em 1523. Ele era filho de uma das vítimas do "Banho de Sangue de Estocolmo" ordenado em 1520 por Cristiano II da Dinamarca contra seus opositores, liderados por Sten Sture.

Fundação da Suécia
No século XVI, Gustavo Vasa lutou por uma Suécia independente, impedindo uma tentativa de restabelecer a União de Kalmar e estabelecendo a base da Suécia moderna. Ao mesmo tempo, rompeu os laços com a Igreja Católica Apostólica Romana, tornando a Suécia o primeiro país a fazê-lo em 1529 no Concílio de Orembo, apropriou-se dos bens dela e iniciou uma Reforma Protestante de tendência Luterana. Fomentou a economia através do fortalecimento do comércio no Báltico e de uma indústria manufatureira e instituiu um exército permanente, além de melhorar a organização da marinha e do Estado. A partir de Gustavo, a monarquia torna-se hereditária na Suécia.
Por isso seu filho mais velho, Erik XIV, sucedeu-lhe, acabando assassinado por seus irmãos, João III e Carlos em 1568. Os dois reis seguintes estavam ligados ao catolicismo, tanto que em 1599 uma revolta contra outra imposição do catolicismo depôs Sigismundo e colocou em seu lugar Carlos IX. Sigismundo havia subido ao poder em uma tentativa de enfraquecer o poder da Dinamarca continentalmente, pois esta dominava o Estreito de Öresund. Com esse mesmo intento a Suécia havia se aliado com a França na Guerra dos Trinta Anos e conquistado territórios da Prússia.

O filho de Carlos IXGustavo II Adolfo pôs fim a guerras contra a Dinamarca (Guerra de Kalmar) em 1613 e a Rússia em 1617 e estendeu o domínio da Suécia a grande parte da costa do Mar Báltico até 1632. Esse domínio foi assegurado em 1648 após a Paz de Vestfália que deu fim à Guerra dos Trinta Anos. Ele desenvolveu a indústria armamentista, a produção de madeira e ferro, reorganizou o exército e a marinha e aumentou a participação dos nobres, das cidades e do parlamento na política. Carlos X Carlos XI levaram a Suécia a suas fronteiras atuais através de novas guerras contra dinamarqueses e noruegueses. Durante o período regencial — que durou a infância de Carlos XI — foram fundados o Banco da Suécia e a Universidade de Lund. Também se desenvolveram as outras artes e a cidade de Estocolmo. Depois de ter saído vencedora de confrontos com a Rússia, a Polónia e a união Dinamarca-Noruega, a Suécia emergiu como uma potência, apesar de a sua população não ultrapassar o milhão de pessoas. A participação da Suécia na Guerra dos Trinta Anos, quando governava Gustavo II Adolfo, ajudou a determinar as relações políticas e religiosas na Europa. 
Com a assinatura dos tratados de Brömsebro, em 1645, e Roskilde, em 1658, a Suécia passou a deter províncias anteriormente na posse da Dinamarca e da Noruega. Após a Paz de Vestfália, em 1648, passaram também para o governo sueco a Ingria, onde depois seria fundada a cidade de São Petersburgo, a Estónia, a Livónia e uma parte do norte da Alemanha, incluindo algumas cidades.
Carlos XII por sua vez colocou a Suécia contra a Polónia, a Dinamarca e a Rússia na Grande Guerra do Norte que durou de 1700 a 1721 e na qual a Suécia foi derrotada após a Batalha de Poltava em 1709, cedendo à Rússia os antigos territórios dinamarqueses e noruegueses e também parte da Finlândia. O rei fugiu para a Turquia e voltou anos depois, mas morreu em uma tentativa de invadir a Noruega.
Ulrica Leonor da Suécia, sua irmã, assumiu o trono, mas foi obrigada pelo exército a assinar uma Constituição à qual não se adaptou, renunciando em 1720. Nesse período formaram-se dois partidos: o dos favoráveis a uma guerra contra a Rússia pela devolução dos territórios, chamados dos "chapéus" e os contrários à guerra, os "gorros". Os "gorros" comandaram o país de 1735 a 1765 e sua política pacifista levou a perda completa da Finlândia para a Rússia em 1742. A política econômica do primeiro-ministro Arvid Horn trouxe dinamismo a economia sueca no comércio agrícola e de ferro ao mesmo tempo que ingressa na Companhia das Índias Ocidentais em 1731. Tal dinamismo enfraqueceu a aristocracia e permitiu as reformas de Gustavo III da Suécia. 
Sem herdeiros, a Suécia negociou com a Rússia a troca da Finlândia pela escolha do favorito da Rússia, Adolfo Frederico para o trono. Este, contudo, não deteve o poder durante muito tempo; após meio século de regime parlamentar, um golpe de estado, perpetrado pelo rei Gustavo III, trouxe de volta a monarquia absoluta, um regime que permaneceu até ao envolvimento do país nas guerras napoleónicas, quando a Suécia foi forçada a ceder a Finlândia à Rússia, em 1809. Gustavo III desejava ser visto como déspota esclarecido e por isso procurou atrair cientistas e literatos para Estocolmo e para a corte como Carolus LinnaeusAnders CelsiusCarl Michael Bellman e Johan Henric Kellgren, entre outros. Contudo, as sucessivas guerras desestabilizaram o país internamente e levaram ao assassinato do rei em 1792. 
O Reino da Suécia e Noruega, ou Suécia-Noruega, é um termo utilizado por vezes, ainda que de forma imprópria, para se referir aos Reinos (separados) da Suécia e da Noruega entre 1814 e 1905 quando estiveram unidos sob o reinado do mesmo monarca, numa união pessoal. A Suécia e a Noruega já antes tinham compartilhado o mesmo rei, de 1319 a 1343 e, por pouco tempo, de 1449 a 1450, em reacção à eleição, pelos dinamarqueses, de Cristiano I da Dinamarca, da Casa de Oldemburgo para assumir o reinado da União de Kalmar.
Gustavo IV foi deposto em 1809 após sua recusa em se aliar a Napoleão Bonaparte e Alexandre I contra o Reino Unido e por ter antes lutado contra a França ao lado da Áustria e Rússia. Com a morte de seu tio em 1818, o qual havia assumido o trono, o parlamento escolheu como rei, Jean-Baptiste Bernadotte. Bernadotte entrou em guerra com a Dinamarca e após vencê-la, solicitou a Noruega em troca da Finlândia. Os noruegueses se opuseram e elegeram como rei, Cristiano Frederico o qual renunciou afirmando a posse da Suécia sobre a Noruega. Bernadotte tornou-se rei da Noruega com o Tratado de Kiel em 1814. Somente no reinado de Óscar II em 1905 se daria a separação pacífica dos dois países.
A economia predominantemente agrícola da Suécia mudou rapidamente de vilas para fazendas privadas durante a Revolução Industrial. A industrialização ganhou novo incentivo com a produção de energia hidrelétrica. Aumentou a produção de ferro, aço, papel, têxteis e produtos químicos ao mesmo tempo em que o número de trabalhadores triplica. A participação do setor industrial no produto interno bruto da Suécia foi de 13% em 1861-1865 a 28% em 1911-1915. Contudo essas mudanças não conseguiram trazer melhorias económicas e sociais proporcionais ao crescimento da população. Cerca de um milhão de suecos migrou entre 1850 e 1890, principalmente para os Estados Unidos.
século XIX foi marcado pelo surgimento da imprensa liberal de oposição, pelo fim dos monopólios comerciais da guildas em trocas e manufaturas em favor da livre empresa, a introdução de reformas fiscais e eleitorais, a instalação do serviço militar nacional e pelo surgimento dos três partidos que dominariam a vida política sueca na primeira metade do século XX: o Social Democrata, o Liberal e o Conservador.
Durante e após a Primeira Guerra Mundial, onde a Suécia conservou uma posição de neutralidade, o país beneficiou com a procura de açorolamentospasta de papel e fósforos. A prosperidade pós-guerra possibilitou a implementação de políticas de proteção social da Suécia moderna. A política externa na década de 1930 teve como principais preocupações o expansionismo soviético e alemão, que tentaram impedir a cooperação nórdica na área da defesa. Durante a Segunda Guerra Mundial a Suécia manteve-se num estado de neutralidade armada, mesmo com a invasão da Finlândia pela União Soviética e da Noruega pela Alemanha nazista. 
Após o conturbado período da Guerra Fria, o Partido Trabalhista Social Democrático volta ao poder em 1982 com Olof Palme, após governar o país entre 1932 e 1976, mas este é assassinado. Em eleições realizadas em 1991, uma união dos conservadores consegue levar Carl Bildt ao cargo de primeiro-ministro. Este assume uma política de corte de gastos e de impostos e de privatização, além de ser a favor da entrada do país na União Europeia. Nas eleições de 1994, o social-democrata Ingvar Carlsson torna-se primeiro-ministro e em Novembro de 1995 o país ingressa na União Europeia, sendo necessárias medidas de ajuste fiscal. Carlsson renuncia e é substituído por Göran Persson em 1996. Mesmo com um crescimento económico relativo entre 1995 e 1999 o governo realiza cortes nos benefícios sociais, obtendo a pior votação em 70 anos nas eleições de 1998, mas mantendo-se no poder com o apoio do Partido Verde e de partidos de Esquerda. Em referendo realizado em 2003, a maioria da população votou "Não" quanto à adoção do euro como moeda oficial do país. 

Economia
Economia da Suécia é uma das que mais se destacam na Europa. Após um período de recessão, aumento do desemprego e altas taxas de inflação no começo da década de 1990 a Suécia foi capaz de atingir o crescimento sustentável através de ajustes fiscais e dinamização da economia.
O país é o terceiro no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial.
Historicamente, a economia sueca sempre experimentou avanços consideráveis quando foi capaz de aumentar suas exportações. No século XIX, uma elevação da demanda européia e o acesso a infra-estrutura barata dentro do país possibilitaram o nascimento da indústria na Suécia. Abertura econômica, liberdade de imprensa e desregulamentação tiveram papel importante.
A Suécia manteve-se neutra durante as duas Grandes Guerras Mundiais na primeira metade do século XX. O país se beneficiou, no pós-II Guerra, de uma combinação de demanda intensa por seus produtos e da devastação do parque industrial de outras nações do Oeste europeu, suas principais concorrentes. A desvalorização da moeda nacional, a Coroa sueca, também surtiu efeito sobre a balança comercial. As principais fontes de divisas para a Suécia nesse período foram as indústrias florestal, de mineração, veículos automotores, borracha e aço.
Durante os anos 60 a Suécia enfrentou aumento de concorrência por mercados devido à reconstrução de outros países europeus e à emergência do Japão. A produção industrial de certos setores, como o têxtil, sofreu abalos, e demissões ocorreram.
Nos anos 70 a crise do petróleo afetou muito a economia sueca, que dependia excessivamente da estabilidade internacional. A intervenção governamental não foi capaz de sustentar o crescimento sueco, e certos setores do parque industrial, como o metalúrgico, sofreram mais que outros.
década de 80 foi proveitosa para a Suécia, que manteve baixíssima taxa de desemprego no período. Porém, altas e crescentes taxas de inflação ocorreram, e o governo passou por dificuldades no âmbito fiscal. A Suécia não pôde impedir uma crise econômica na primeira metade da década de 1990, cujas características foram desaceleração econômica e desemprego em alta.
Avanços tecnológicos e uma força de trabalho educada resultaram em um aumento substancial de produtividade na Suécia. O eixo principal da economia sueca deslocou-se da agricultura e indústria para o setor de serviços, com destaque para Telecomunicações e a tecnologia da informação (TI). Isto permitiu ao país uma redução da vulnerabilidade econômica em face das flutuações dos preços de commodities. 
A Suécia dispõe hoje de um extensivo programa de bem-estar social. Além disso, serviços públicos como saúde e educação estão entre os mais elogiados do planeta. Os gastos do governo com serviços sociais foram, em 2001, de 24.180 dólares americanos per capita, ou 28,9% do PIB.
A sociedade sueca é a mais igualitária do mundo. Seu coeficiente de Gini foi de 0,23 em 2005.
Desde a crise no período 1991-93 até hoje, o governo sueco superou um período de instabilidade, caracterizado por dívidas, inflação e deficits fiscais. Atualmente a Suécia tem superavit fiscal de cerca de 1% do PIB e inflação sob controle. Medidas como tetos de gastos para o Orçamento, independência do Banco Central e reforma previdenciária redundaram em alívio para as contas públicas.
A manutenção da excelência no setor público exige altas taxas. A Suécia tem um imposto de renda altíssimo, além de impostos indiretos.
O crescimento médio do PIB da Suécia está no topo da escala de crescimento médio na União Européia, onde a Suécia perde apenas para a Inglaterra. 
O crescimento real da economia sueca foi de 3% em 2004 e de 2,7% em 2005. O crescimento do seu PIB foi estimado em 3,6% em 2006 e 3,1% em 2007. Os motores principais dessa expansão são uma alta capacidade de utilização da indústria e o crescimento das exportações, inclusive das exportações de serviços. 
A dívida pública era de 47,7% do PIB em 2004 e está em queda. O desemprego mantém-se relativamente baixo, a 5,8%.
A Suécia é país-membro da União Europeia. No entanto, a maioria - 55,9% - da população votou pela rejeição ao Euro num referendo em setembro de 2003. Assim, a moeda do país continua sendo a Coroa sueca. 
Embora ocupe uma situação privilegiada no cenário internacional, a Suécia tem obstáculos a enfrentar para continuar em crescimento e manter o bem-estar da população. 
A população da Suécia está em processo contínuo e profundo de envelhecimento. Os gastos do governo com saúde e previdência, que já são altos, tendem a aumentar. Uma elevação de taxas, opção teórica para solucionar o problema, é considerada inoportuna, pois a Suécia já possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. 
Apesar das reformas na década de 1990, a política fiscal sueca ainda não é considerada ideal. O governo tem ampla participação na economia, e serviços públicos exigirão mais recursos para os idosos no futuro. Contenção de gastos, privatizações, aumento da produtividade e da eficiência governamental são algumas das possibilidades para a superação deste problema quando se pensa em superação via política ortodoxa, mas dado que a Suécia é um país que se empenha em manter o Welfare State e a proteção dos trabalhadores que foi historicamente conquistada, a melhor solução é a prática do diálogo frequente entre Estado e população para que todos os setores saiam ganhando e o conjunto social continue sendo prioridade e exemplo para os demais países que pensam em construir uma nação auto-suficiente. 
O mercado de trabalho sueco enfrenta problemas por falta de oferta de mão-de-obra, dado o envelhecimento precoce da sua população, diante deste fato programas governamentais de apoio e incentivo aos estudantes imigrantes têm se tornado uma opção para manter a estabilidade social e a garantia do crescimento. 
Juntamente com vários outros países europeus, o governo também subsidia mensalidades de estudantes internacionais buscando um diploma em instituições suecas, embora uma recente lei aprovada no Parlamento sueco vá limitar essa subvenção aos estudantes dos países do Espaço Econômico Europeu e da Suíça.

Politica
Suécia é uma monarquia constitucional parlamentarista, em que o chefe de Estado atual é o rei Carl XVI Gustaf. A princesa Vitória, primogénita do rei, é a primeira na linha de sucessão.
A governação é efetuada pelo gabinete de ministros, liderado pelo primeiro-ministro da Suécia, e regulada pelo parlamento sueco. O monarca não tem poder de veto.
O atual primeiro-ministro é Fredrik Reinfeldt, desde 5 de Outubro de 2006, eleito pelos Moderaterna (Partido dos Moderados). O governo atual resulta de uma coligação deste partido com o Folkpartiet (Partido Popular), o Centerpartiet (Partido do Centro) e os Kristdemokraterna (Os Democratas Cristãos).

Parlamento
As raízes do parlamento podem ser encontradas num encontro da nobreza sueca em 1435, na cidade de Arboga. Esta organização informal foi modificada em 1527 pelo primeiro rei sueco, Gustav I Vasa, de modo a incluir representantes de todos os estratos sociais: a nobreza, o clero, a burguesia e o povo. Esta forma de representação, (em sueco, Ständestaat), durou até 1865, quando o sistema de duas câmaras foi estabelecido. Princípios parlamentares foram introduzidos na Suécia pouco antes dos anos 20, no século XX.
O parlamento sofreu uma importante mudança em 1970, tendo sido abolido o sistema de duas câmaras. Como as eleições de 1973 deram exatamente o mesmo número de lugares aos dois blocos (175) e tiveram de ser desempatadas por sorteio, o número de assentos no parlamento foi reduzido para 349 em 1976.

O parlamento da Suécia (em suecoRiksdag, ou Sveriges Riksdag) é uma assembleia com 349 membros (em sueco, riksdagsledamöter), eleitos por representação proporcional por quatro anos. O edifício do parlamento encontra-se na ilha Helgeandsholmen em Estocolmo.
O atual porta-voz do parlamento é Björn von Sydow (desde Setembro de 2002). As últimas eleições ocorreram a 17 de Setembro de 2006, prevendo-se a substituição do governo atual por uma coligação liderada pelo partido Moderaterna ("Moderados", de centro-direita).
O parlamento tem autoridade para elaborar leis, efetuar emendas à Constituição e nomear o governo, como é normal numa democracia parlamentar. Normalmente, numa democracia parlamentar o chefe de Estado nomeia um político para formar um governo. Esta tarefa foi retirada ao monarca da Suécia após a aprovação de um novo Instrumento de Governo (uma das quatro leis fundamentais da Constituição da Suécia) em 1974, e entregue ao porta-voz do Riksdag.
Para efetuar quaisquer alterações à Constituição, as emendas têm de ser aprovadas duas vezes pelo parlamento, em dois períodos eleitorais sucessivos separados por uma eleição geral.

Eleição
Todos os membros do parlamento são eleitos através de eleições gerais a cada quatro anos. As eleições ocorrem no terceiro domingo de Setembro. Todos cidadãos suecos maiores de 18 anos (até ao próprio dia das eleições) podem votar. Os partidos têm de obter um mínimo de 4% nas eleições para poderem ter representação parlamentar (ou 12% numa dada região eleitoral).
Após negociações com os líderes dos diversos partidos com representação parlamentar, o porta-voz do Riksdag nomeia um primeiro-ministro (em sueco, Statsminister). Para formar um governo, o primeiro-ministro deve então apresentar uma lista de ministros para aprovação pelo parlamento.
O parlamento pode dar um voto de não-confiança a qualquer membro do governo, forçando a sua demissão. Se o voto for contra o primeiro-ministro, significa que todo o governo é rejeitado, e o processo de nomeação de um novo governo volta ao início.
Paralelamente à eleição do governo central, é feita em simultâneo a eleição para os governos locais (cidades e condados). Quaisquer referendos, locais ou nacionais, também são efetuados ao mesmo tempo. Nas eleições de carácter local, podem votar cidadãos estrangeiros com residência registada na Suécia (no caso de cidadãos não pertencentes à União Europeia, com residência registada na Suécia há mais de três anos).
Todos os ministros, incluindo o primeiro-ministro, renunciam aos seus assentos parlamentares enquanto desempenham funções governativas. Os ministros não têm de ser obrigatoriamente escolhidos entre os políticos efetivamente eleitos para o parlamento. Quando visitam o Riksdag, por exemplo para a sessão semanal de perguntas e respostas, os ministros têm assento separado na assembleia.
Os ministérios são relativamente pequenos, desempenhando funções de decisão política. A execução de decisões políticas está a cargo de agências governamentais. Embora constituídas sob a autoridade de ministérios, estes só podem influenciar as agências através de decisões políticas. Ao respectivo ministro é interdita a interferência no funcionamento das agências e nas decisões por estas tomadas. A exceção a esta organização é a integração das embaixadas e demais representações consulares da Suécia no estrangeiro; estas organizações e sob a autoridade direta do Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde se encontram integradas.
Suécia tem atualmente 12 ministérios (departement).
Tradicionalmente, os ministérios da Suécia e da Finlândia são de pequena dimensão, quando comparados com os dos outros países, e têm funções reduzidas.
Em compensação, as agências governamentais podem ser relativamente grandes, e são elas que se ocupam da maior parte das tarefas administrativas do Estado.
Os ministérios desempenham funções de decisão política. As agências governamentais desempenham funções de execução dessas decisões.
Cada ministério é dirigido por um ministro (statsråd), que é nomeado pelo Primeiro Ministro.
As agências governamentais são dirigidas por diretores-gerais (generaldirektör).
O Ministério das Relações Exteriores é diferente dos outros, e mais parecido com os congéneres dos outros países.
O Primeiro-Ministro Reinfeldt optou pelos seguintes ministérios a partir de janeiro de 2011:
  • Ministério do Mercado de Trabalho (Arbetsmarknadsdepartementet)
  • Ministério das Finanças (Finansdepartementet)
  • Ministério da Defesa (Försvarsdepartementet)
  • Ministério da Região Rural (Landsbygdsdepartementet)
  • Ministério da Justiça (Justitiedepartementet)
  • Ministério da Cultura (Kulturdepartementet)
  • Ministério do Ambiente (Miljödepartementet)
  • Ministério da Economia (Näringsdepartementet)
  • Ministério da Saúde e Assuntos Sociais (Socialdepartementet)
  • Ministério da Educação (Utbildningsdepartementet)
  • Ministério das Relações Exteriores (Utrikesdepartementet)


Existem oito partidos com representação parlamentar:
  • Socialdemokraterna (Partido Social Democrata), designação comum de Sveriges socialdemokratiska arbetareparti (Partido dos Trabalhadores Social-Democratas da Suécia);
  • Moderaterna (Partido dos Moderados), designação comum de Moderata samlingspartiet (Partido da Coligação Moderada);
  • Folkpartiet (Partido Popular), designação comum de Folkpartiet liberalerna (Partido Popular - Os Liberais);
  • Kristdemokraterna (Os Democratas Cristãos);
  • Vänsterpartiet (Partido da Esquerda);
  • Centerpartiet (Partido do Centro);
  • Miljöpartiet (Partido do Ambiente), designação comum de Miljöpartiet de Gröna (Partido do Ambiente - Os Verdes).
  • Sverigedemokraterna (Os Democratas Suecos); em 2010, pela primeira vez conseguiram superar eleger representantes para o Parlamento.
Além destes, o Partido Pirata (Pirat Partiet), terceiro maior partido do país em número de membros, obteve em 2009, 7,13% dos votos, conquistando uma cadeira no Parlamento Europeu. Porém, não conseguiu atingir a votação mínima para entrar no Parlamento Sueco no ano seguinte. Os membros do parlamento apoiam normalmente os seus partidos em votação parlamentar. Normalmente, o governo pode angariar o apoio da maioria no parlamento, permitindo o controle da agenda política pelo governo.
Nenhum partido tem conseguido atingir uma maioria absoluta (mais de 50%) no parlamento há vários anos. Assim, dois partidos com programas políticos semelhantes formam coligações. Existem dois blocos principais no parlamento, um de esquerda (SocialdemokraternaVänsterpartiet Miljöpartiet) e um de direita (ModeraternaFolkpartietKristdemokraterna Centerpartiet). Os socialistas formaram governo nas três eleições precedendo a de 2006. Nesta, o país tomou uma viragem política à direita, pois os partidos do bloco da direita obtiveram maioria no parlamento, apesar de o Partido Social Democrata ter sido o mais votado.
O socialismo sueco, tal como praticado pelo Partido Social Democrata até 2006 (atualmente o maior partido da oposição), não antagonizava o capital ou a social-democracia, mais na tradição da Segunda Internacional que na orientação pelo proletariado e ideologia de esquerda.
As eleições gerais suecas de 2010 realizaram-se a 19 de setembro de 2010, e delas resultou a vitória da Aliança pela Suécia (Allians för Sverige) – uma coligação de centro-direita que reúne o Partido Moderado, o Partido Popular Liberal, o Partido do Centro e o Partido Democrata-Cristão. 
Em quase cem anos, é a primeira vez, na Suécia, que um governo de centro-direita é reeleito depois de ter cumprido um mandato inteiro.
 

Suécia: sucesso apesar do estado de bem-estar

O sucesso econômico da Suécia tem sido um dos argumentos mais poderosos da esquerda. Se os impostos são ruins para a economia, dizem, por que aquele país, dono de uma das maiores cargas tributárias do mundo, tem um padrão de vida tão amplamente admirado?
Malgrado o orgulho e a propaganda esquerdistas, entretanto, a Suécia é, de fato, uma economia de mercado, engessada, em boa medida, pelo pesado fardo do estado de bem-estar. Embora os arautos da esquerda enxerguem na Suécia um exemplo indiscutível de como combinar altos níveis de prosperidade e qualidade de vida com altos índices de redistribuição de renda, a história revela algo bem distinto: o sucesso desta nação nórdica não decorre das políticas de bem-estar, mas apesar delas.
O que é preciso entender, antes de mais nada, é que o estado de bem-estar não é o que distingue a Suécia e demais países escandinavos do resto da humanidade. Na verdade, esses povos são altamente homogêneos e contam com uma das culturas melhor adaptadas para o sucesso econômico e social, com destaque para o cooperativismo, a confiabilidade, a ética no trabalho, a participação cívica, os valores familiares e, last but not least, a responsabilidade individual extremada.
Dos países da Cortina de Ferro, a economia mais bem sucedida foi, sem dúvida, a da Alemanha Oriental. Não que o comunismo tenha exatamente funcionado ali, mas graças às virtudes acima mencionadas, muitas delas também presentes na cultura germânica, a experiência comunista foi, sem dúvida, menos ruim para os alemãs do que para outros povos. Pois bem, não seria exagero especular que, se a Suécia tivesse experimentado o comunismo, provavelmente a aventura teria sido relativamente menos traumática por lá do que em qualquer outro lugar.
Esse é o tema central de um trabalho publicado em 2011 por Nima Sanandaji. Contrariamente à visão propalada pelo marketing esquerdista, o autor demonstra que o sucesso da sociedade sueca não é resultado do estado de bem-estar. O argumento chave de Sanandaji é o da primazia dos valores. Honestidade, frugalidade e parcimônia – virtudes necessárias para o desenvolvimento econômico e social, tão bem esmiuçadas por Adam Smith no clássico “A Riqueza das Nações” – já faziam parte da cultura sueca muito antes da introdução do “welfare state”, a partir da década de 1930 do século passado. Segundo o autor, este “capital moral”, arduamente constituído ao longo dos séculos, é o que tem sustentado o sucesso da Suécia (e de outros países nórdicos), apesar do estado de bem-estar.
Historicamente, a experiência sueca é raramente mencionada como um exemplo das virtudes do capitalismo liberal. No entanto, poucas outras nações no mundo demonstraram tão claramente como um fenomenal crescimento econômico pode ser alcançado a partir da adoção de políticas de livre mercado.
A Suécia era uma nação empobrecida antes da década de 1870, fato comprovado pela emigração maciça, principalmente para os Estados Unidos, naquela época. A partir do surgimento do capitalismo, o país evoluiu rapidadamente, desde uma base essencialmente agrária, até tornar-se uma das nações mais prósperas da terra. Direitos de propriedade bem definidos, mercados livres e Estado de Direito, combinados, criaram um ambiente sob o qual a Suécia experimentou uma fase de crescimento econômico rápido e sustentado, quase sem precedentes na história humana.
Se o período compreendido entre a década de 1870 e o início da primeira guerra mundial foi o de maior fortuna para o povo sueco, as três décadas iniciadas em 1960 foram as mais críticas. Embora governados pela social-democracia desde os anos 30, foi somente a partir dos anos 60 que ocorreu uma brusca guinada para a esquerda, não só por conta do aumento abrupto da carga tributária, mas, sobretudo, devido à introdução de políticas fortemente prejudiciais aos negócios privados.
Não por acaso, esse foi um período marcado pelo baixo crescimento. Embora sociedade sueca – como já mencionamos acima – seja conhecida por uma forte ética no trabalho e princípios morais rígidos, ela não estava imune à redução dos incentivos à geração de riquezas, causada principalmente pela elevação extraordinária dos tributos e pela profusão de privilégios extravagantes dos programas de bem-estar.
A combinação explosiva de altos impostos, benefícios sociais generosos e um mercado de trabalho rígido afetou claramente a economia do país, que teve, nesse período de 30 anos, o seu pior desempenho econômico desde a implantação do sistema capitalista (veja quadro abaixo).
SUECIA 1 Suécia: sucesso apesar do <br> estado de bem estarA boa notícia é que, desde o início da década de 1990, a Suécia vem implementando uma série de reformas que, em alguns casos, superam até mesmo as reformas liberais introduzidas nos EUA por Reagan e na Inglaterra, por Thatcher. Vouchers educacionais foram introduzidas com êxito, criando concorrência dentro do sistema público de financiamento. Sistemas similares foram implementados em outras áreas, como saúde e cuidados com os velhos.
Outra reforma liberalizante veio com a privatização parcial do sistema previdenciário, que concedeu aos cidadãos algum controle sobre suas aposentadorias. Além disso, como mostrado na figura abaixo, a carga tributária vem caindo de forma consistente e é bastante provável que essa queda deva continuar num horizonte próximo, já que o apoio político aos social-democratas encontra-se em seu nível mais baixo em cem anos.
SUECIA 2 Suécia: sucesso apesar do <br> estado de bem estarMas as evidências que corroboram com a tese de Sanandaji não param por aqui. Existe um outro dado empírico, na verdade um paralelo interessante, que ajuda a comprovar a teoria.
Um economista escandinavo disse certa vez, em tom de provocação, para Milton Friedman: “na Escandinávia, nós não temos pobreza”. De pronto, o velho mestre de Chicago retrucou: “Interessante, porque aqui na América também não há pobreza entre os escandinavos”. De fato, a taxa de pobreza de domiciliados americanos, de origem sueca, é de somente 6,7%, que vem a ser metade da média americana e exatamente igual a dos suecos.
Além disso, os 4.4 milhões de americanos de origem sueca são consideravelmente mais ricos que o americano médio. O PIB per capita desse grupo é de aproximadamente $56.900, ou mais de $10.000 acima do PIB per capita dos EUA e $20.000 acima do PIB per capita da Suécia.
É sintomático notar, entretanto, que as diferenças acima se intensificaram de forma marcante justamente a partir da radicalização do estado de bem-estar. Em 1970, a Suécia ainda era o quarto país mais rico do mundo, medido em termos de renda per capita. Porém, conforme a carga tributária ia subindo a renda caía e, em 2008, o país já estava na 12ª posição. Atualmente, a renda per capita da Suécia é de $36.600, bem menor que os $45,500 dos EUA e muito menor que os $56,900 dos sueco-americanos.
Em resumo, não resta dúvida que os suecos são um povo altamente competente, ordeiro, trabalhador e responsável. A História contada acima, contudo, demonstra que, vivendo sob um sistema mais liberal, a prosperidade desse povo pode ser bem maior do que sob o engessamento burocrático de um estado de bem-estar.

Fontes: Youtube, OrdemLivre e Wikipedia.