terça-feira, 15 de março de 2011

Abaixo-assinado Eu Voto Distrital

Abaixo-assinado Eu Voto Distrital

Para: Congresso Nacional do Brasil

A essência de um regime de liberdades públicas está na representação popular. Numa democracia, os Três Poderes da República nascem da manifesta vontade do povo, mas é o Legislativo que simboliza a efetiva participação dos cidadãos nos destinos da nação. É o Congresso que, quando independente e ciente de suas responsabilidades, colabora para o fortalecimento das instituições democráticas.
Só as democracias podem exercer a devida autocrítica, aprimorando seus mecanismos de representação, buscando mais eficiência nos sistemas de tomada de decisão, deixando florescer os espaços para o contraditório, para o debate, para as ideias, para a pluralidade e para a diversidade. O Congresso brasileiro tem prestado relevantes serviços à sociedade, mas precisa buscar o aprimoramento da representação, de modo que espelhe com maior fidelidade a vontade do povo.
Sair às ruas e conversar com as pessoas é sentir a indignação pulsando contra uma política que já não representa como deveria, da qual pouquíssimos ousam se orgulhar. Política que sistematicamente vem legando ao segundo plano o compromisso com a legitimidade do sistema democrático. Política que, simplesmente, deixou de prestar contas de suas ações e distanciou-se da sociedade, definitivamente. O Poder Legislativo tem hoje como referência muito mais o governo do que os eleitores.
O atual modelo de representação, baseado na proporcionalidade, teve seus méritos e contribuiu para o progresso do país, mas se tornou, infelizmente, fonte de graves problemas para o próprio Poder Legislativo, contribuindo para o descrédito da instituição. Não podemos manter um sistema de representação que acaba conduzindo à Câmara dos Deputados parlamentares ignorados ou repudiados pelos próprios eleitores, que obtêm assento no Poder Legislativo com a ajuda de “puxadores de votos”, pinçados, muitas vezes, no mundo das celebridades. O voto distrital, ademais, baratearia enormemente o custo das campanhas eleitorais, processo que, por si mesmo, contribuiria para diminuir o financiamento ilegal de candidaturas.
Defendemos o voto distrital. Acreditamos que o eleitor tem de manter vivo na memória o seu voto, o que certamente acontecerá quando um parlamentar representar o seu “distrito”. Esse voto, condicionado também pela geografia, traz o benefício adicional de evitar que a Câmara dos Deputados se limite a uma Casa de representação de lobbies. O Congresso não pode ser uma reunião de meras corporações a serviço de interesses setoriais. Justamente porque queremos um eleitor mais próximo do eleito de seu distrito, repudiamos ainda o chamado “voto em lista fechada”, proposta que fortaleceria unicamente as burocracias partidárias, permitindo a eleição de parlamentares sem rosto.
O voto distrital, ao dar poder ao eleitor para fiscalizar e cobrar o desempenho de seus representantes, contribuirá para melhorar o Poder Legislativo, o que elevará a qualidade da nossa democracia. Abracemos essa ideia e façamos chegar a nossa vontade ao Poder Legislativo, que, em boa hora, mostra-se disposto a fazer a reforma política.
Que os deputados, tornados quase anônimos logo depois das eleições, assumam um rosto: o rosto do povo brasileiro!

Os signatários

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N5962 


Cuidado com a contrarreforma
JOSÉ SERRA

O GLOBO - 15/03/11

Pouco tempo depois de promulgada a Constituição de 1988, que se desenhou num ambiente francamente favorável ao parlamentarismo e acabou, por vicissitudes várias, presidencialista, teve início o debate da reforma política. Eu mesmo, na liderança do PSDB na Câmara Federal, contribuí para dar impulso ao assunto. Volta e meia, com mais ênfase nos meses que se seguem à eleição presidencial, o tema ganha o noticiário, e, então, prometem as lideranças dos mais diversos partidos: "Agora vai; faremos a reforma." E a promessa acaba sempre desmoralizada pelos fatos. Trata-se de uma tarefa bem mais complexa do que parece, e a situação se mostra ideal para o exercício da facilidade na dificuldade - ou, como queria o jornalista americano H. L. Mencken, apresentam-se soluções simples e erradas para problemas complexos.

Desde logo, devemos nos perguntar: "Reforma política para quê?" Ou bem estabelecemos o seu objetivo, ou a proposta se perde numa espécie de fetichismo da mudança: "Temos de mudar porque temos de mudar." Esse certamente é um mau caminho.

Entendo que uma reforma política deva atender a três demandas principais, que concorrem para o aprimoramento da democracia: 1) é preciso tornar as eleições mais baratas; 2) é preciso fortalecer os partidos políticos; 3) é preciso aproximar o eleitor do eleito, reforçando a representatividade. Infelizmente, o chamado sistema proporcional, que temos hoje, eleva o custo da disputa a níveis estratosféricos, permite que aventuras personalistas se sobreponham à identidade partidária e obstaculiza a necessária proximidade entre representante e representado. Estou, pois, entre os que consideram que a mudança é necessária, mas, como se nota, ela há de ter propósitos muito definidos.

Entre as propostas em exame, a pior de todas é o chamado "distritão": os estados seriam considerados grandes distritos em que se elegeriam os parlamentares com mais votos, sem levar em consideração o quociente eleitoral obtido pelos partidos. Ora, essa alternativa concentraria todos os vícios do modelo que temos hoje, eliminando a sua única virtude:

- O custo das eleições aumentaria ainda mais, pois o candidato continuaria a disputar votos numa base territorial imensa e não contaria com os votos da sua legenda;

- Haveria uma espécie de "celebrização" do processo político; mais do que hoje, pessoas sem qualquer vivência partidária poderiam usar a sua popularidade como trampolim para a política;

- Os votos seriam dos candidatos, não dos partidos, enfraquecendo, pois, as legendas;

- O divórcio entre representante e representado, a que assistimos hoje, se manteria inalterado;

- A maior virtude do sistema proporcional, que distribui as cadeiras segundo o peso de cada partido, se perderia.

O distritão, pois, significaria, na verdade uma contrarreforma eleitoral; em vez de o sistema político progredir, ele regrediria. Trata-se de uma proposta reacionária, que faz a democracia andar para trás. E é preciso avançar. Mas como?

Se a reforma política pecou até agora pela inação, não será a precipitação a melhor conselheira. Podemos fazer desse debate e do processo de mudança um instrumento de educação política. Estou convicto, e há exemplos mundo afora que endossam essa percepção, de que o voto distrital realizaria todos os propósitos virtuosos de uma reforma. Com ele, saberíamos, então, por que mudar, com que propósito: os parlamentares disputariam votos numa base territorial definida, bem menor do que aquela do atual sistema, e isso baratearia a eleição; os candidatos de cada distrito seriam definidos pelos partidos, o que concorreria para fortalecer as legendas; os eleitores de cada distrito eleitoral saberiam o nome do "seu" parlamentar, mantendo com ele uma proximidade hoje inexistente.

Não quero eu também ficar aqui a oferecer facilidades para problemas difíceis. Sei que a introdução do voto distrital significaria uma mudança de cultura política que não se faz da noite para o dia, daí, então, o sentido desta proposta, que apela ao processo de educação política. Haverá eleições municipais no ano que vem. Temos a chance de introduzir o voto distrital para a escolha de vereadores nos 80 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores. Essas cidades somam hoje, aproximadamente, 47 milhões de eleitores - algo em torno de 38% do eleitorado brasileiro. Seriam verdadeiros agentes de uma nova política.

Essas cidades seriam divididas em distritos; os partidos apresentariam seus candidatos a vereador; naquela área restrita em que buscarão votos, travarão uma espécie de minidisputa majoritária, estreitando os laços entre representante e representado. Distritos eleitorais seriam definidos levando-se em conta, claro, o peso do eleitorado.

Não se trata de uma mudança fácil, mas de uma mudança correta, que tem o claro propósito de aprimorar a representação e o processo democrático. Na eleição municipal de 2012 seria introduzida uma espécie de vírus benigno, que levaria a uma transformação virtuosa do processo eleitoral nos estados e na Federação, em pleitos futuros. A reforma eleitoral ganharia, assim, a característica de um processo de educação política, até se realizar com a plena consolidação do voto distrital no Brasil.

Não precisamos mudar por mudar. A reforma política, se vier, há de atender aos primados da democracia, não às conveniências dessas ou daquelas forças políticas circunstancialmente majoritárias. Afinal, queremos um país que, em vez de referendar os erros do passado, responda às demandas do futuro.

Temos a chance de introduzir o voto distrital para a escolha de vereadores

JOSÉ SERRA foi deputado federal, senador, prefeito e governador do Estado de São Paulo, pelo PSDB.

Falando sobre o Movimento do Ecologicamente Correto

Video sobre como as pessoas são manipuladas e não analisam direito a ecologia e seu papel, ecoburrice e seus apoadores pc siqueira.


Video com a visão descontraida de Caue Moura.
Video do Rodrigo Constantino, importante economista e sua visão sobre o Movimento Ecológico.

Ecochatos agora atacam o “custo ambiental” das buscas do Google

Por Carlos Cardoso
Acho que não ensinam mais as Leis da Termodinâmica nas escolas, e isso está resultando em uma geração de ecochatos que não entende a relação entre Energia/Trabalho. Assim o fato NATURAL de que mover um carro X quilômetros demanda Y litros de gasolina se torna algo assustador e “errado”.
Vejam por exemplo Alex Wissner-Gross, físico e ecochato de Harvard:
“A Google opera grandes Datacenters espalhados pelo mundo e isso consume uma grande quantidade de energia”.
U-AU! Estou impressionado, é preciso um físico de Harvard para dizer que um prédio enorme cheio de computadores, nobreaks, ar-condicionados, elevadores, etc, consome muita energia?
É CA-LARO que consome. Consome energia para produzir algo, INFORMAÇÃO.
A estrutura do Google é projetada para dar a resposta o mais rápido possível, roteando a busca por servidores em vários países. O tal Wissner-Gross não gosta.
“A Google é muito eficiente mas sua preocupação principal é fazer com que as buscas sejam rápidas, e isso significa que eles têm que adicionar muita capacidade extra, que consome energia”.
EXATO, o negócio do Google é prover resultados para buscas na Internet. Eles TÊM que ser bons nisso. O que o Dr Gross quer? Um popup dizendo “para salvar o planeta estamos roteando sua busca para nosso DataCenter na Etiópia, movido a energia galinácea (a galinha Etíope é o animal mais rápido da Terra). Aguarde 10 minutos até sua requisição ser processada” ?
Para piorar o Dr Gross puxou um monte de estatísticas de onde o Sol não brilha, e concluiu que duas buscas do Google geram tantas emissões de carbono quanto ferver uma chaleira de água.
CA-LARO que o Dr Gross não se tocou que em alguns países como o Brasil a maior fonte de energia é hidroelétrica, mas não poderia ser tão histérico sem usar números americanos, onde a energia é essencialmente termoelétrica.
Para piorar (mesmo) agora um outro ecochato, especializado em Data Centers, Liam Newcombe, avisa que ferramentas como o Twitter e o Second Life têm grande custo em termos de Carbono, e -sério- não são ferramentas sérias, são usadas para passar informações irrelevantes, e isso as tornaria mais malignas ainda para o meio-ambiente, pela falta de um propósito “nobre”.
Eu basicamente odeio o Second Life, adoraria que ele sumisse da face da Terra, mas JAMAIS defenderia isso baseado nele não ser uma “ferramenta séria”. Não gosto dessa coisa de “Internet – serious business”. Defendo que todo mundo tem o direito de fazer o que quiser online, seja pesquisar uma tese de mestrado, seja procurar a Sex Tape da Suzana Vieira. Internet é ferramenta mas também é brinquedo, então se vem um ecochato falar mal do Twitter por ele não ser “sério” e afetar o meio-ambiente, só tenho uma resposta:

Meus twits emitiram 7 toneladas de CO2
, com muito orgulho! Rumo aos 100, Brasil!
Fonte: Times Online
O Google publicou um texto em seu blog oficial explicando que cada busca na verdade produz 0,2g de Carbono, e que ao produzir resultados RÁPIDOS e precisos ajuda muito mais o meio-ambiente, imagine se tivéssemos que dirigir até uma biblioteca toda hora que surgisse uma dúvida.
Também lembram que seus Datacenters são os mais energeticamente eficientes do planeta. Vai Planeta!