terça-feira, 8 de março de 2011

Iémen: Oposição recusa proposta do presidente

Polícia do Iêmen abre fogo contra
manifestantes e fere 90

Manifestantes pedem a saída do presidente e o fim da corrupção

Forças de segurança do Iêmen abriram fogo nesta terça-feira (8) contra opositores do governo que protestavam ao lado de uma universidade na capital, Sanaa.

A polícia atirou contra a multidão, que pedia a saída do presidente Ali Abdullah Saleh, e também usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para tentar barrar outras centenas de pessoas de se juntar ao protesto.

Médicos disseram à BBC que ao menos dez pessoas tinham sido baleadas e cinco estavam em estado crítico. Outras 80 foram internadas com sintomas decorrentes dos efeitos do gás.

Também houve relatos de repressão violenta a marchas de opositores em cidades no sul do país.

Dia da Mulher

A manifestação desta terça-feira em Sanaa teve a participação de muitas iemenitas, que lembravam o Dia Internacional da Mulher.

Segundo o líder da oposição Muhammad Qahtan, houve um verdadeiro “massacre” durante a ação policial.

Os iemenitas - a maioria jovem - estão acampados diante da universidade desde meados de fevereiro, inspirados pelas revoltas em países vizinhos.

Além da renúncia de Saleh, eles pedem mais oportunidades de emprego e o fim da corrupção.

Saleh, que está no poder desde 1978, afirma que pretende deixar a Presidência a partir de 2013. No entanto, os opositores pedem sua saída imediata.

Cerca de 40% da população do Iêmen vive com menos de R$ 3,30 (US$ 2) por dia e um terço passa fome, segundo indicadores internacionais. Um em cada dois iemenitas possui armas, e analistas dizem que o país está próximo de ser considerado um Estado falido.

No Brasil temos direito a tudo (apenas na teoria)

http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/acesso-a-internet-pode-se-torna...

Acesso à internet pode se tornar direito social
Uma proposta que está sendo avaliada no Senado pretende incluir o acesso à internet entre os direitos sociais estabelecidos pela Constituição

São Paulo — A inclusão digital poderá ser inserida na lista de direitos sociais estabelecida pela Constituição Federal. Esse é o objetivo de uma proposta de emenda à Constituição (PEC 6/11) que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal. A PEC é uma iniciativa do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que a justifica a medida em razão do precário acesso à internet constatado entre estudantes pobres e moradores de regiões menos desenvolvidas do país.

O parlamentar alega que, apesar de registrar avanços em suas redes de telecomunicações, o Brasil ocupava, em 2008, a 69ª posição entre 193 países com acesso à internet no ranking da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Ele completa dizendo o país está bem atrás de nações como Austrália, Holanda, Suécia e Islândia, onde 70% a 90% da população se conectam à rede mundial de computadores. Segundo Rollemberg, o Brasil -- com apenas 17,2% da população inserida no mundo virtual -- também perde para vizinhos como Argentina (17,8%), Uruguai (20,6%) e Chile (28,9%).

"O pior é que essa média baixa de inclusão digital encobre desigualdades extremas", alerta Rollemberg na justificação da PEC. "O desfrute de muitos direitos do cidadão, como o da informação, da educação, do trabalho e da remuneração digna, depende cada vez mais do acesso às tecnologias da informação e comunicações. Daí a necessidade de incluir tal acesso como um direito constitucional", afirma. As informações são da Agência Senado.

Buarque quer PEC que dá direito à busca da felicidade (Se estiver na Constituição todos vão ser feliz, assim como todos tem alimento, moradia, saúde, educação e segurança?)
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,buarque-quer-pec-que-da-direito-a...

Comida e diversão estão mais caras desde o ano passado (Deveria estar mais baratos por fazer parte de um direito constitucional nosso, ne?)
URL: http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/877746-comida-e-diversao-estao-mais-car...

Lula culpa antecessores por criminalidade juvenil (O Direito a vida é para ser preservado e nao jogar a culpa para outros...)
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,lula-culpa-antecessores-por-crimi...

"Sobra verba e falta projeto", diz Tarso Genro sobre programa de combate à criminalidade (por que sera?)

URL: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u456695.shtml

Congresso deixa de lado pacote da segurança pública (por que? não temos direito à Segurança?)

URL: http://congressoemfoco.ig.com.br/Noticia.aspx?id=25604

PT infla dados do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (direito constitucional à moradia esta inflado... e não sai do papel)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/768179-pt-infla-dados-do-programa-habitaci...

Fome diminui, mas ainda atinge 35% dos brasileiros (Direito constitucional a alimentação, 35 % ainda não tem ele?)
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_publicacao=33404&cod_ca...

Mais de 40% dos brasileiros avaliam serviços do SUS como regulares (Direito a Saúde são regulares para 40% e para os outros 60%?)

URL: http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/mais-de-40-dos-brasileiros...

http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=99334

Brasil fica no 88º lugar em ranking de educação da Unesco (Direito a Educação esta em baixa?)
http://www1.folha.uol.com.br/saber/882676-brasil-fica-no-88-lugar-em-ranking-...

http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2011/03/perda-com-burocracia-chega-26-...

http://www.freesound.org/samplesViewSingle.php?id=94104
Sample :: audience laughter.wav
http://creativecommons.org/licenses/sampling+/1.0/

Costa do Marfim: milhares de refugiados fogem para a...

Crise na Costa do Marfim já deixou 350.000 desabrigados

Nesta terça, 4 pessoas foram mortas após participar de um protesto em Abidjã

Manifestantes protestavam contra a morte de sete mulheres na semana passada e contra Gbagbo

Manifestantes protestavam contra a morte de sete mulheres na semana passada e contra Gbagbo (Sia Kambou/AFP)

Ao menos 350.000 pessoas tiveram de deixar as suas casas na Costa do Marfim em meio aos conflitos entre os partidários e os opositores do presidente Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder, apesar de ter perdido as últimas eleições. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Também nesta terça, soldados abriram fogo contra civis, matando pelo menos quatro pessoas após um protesto contra a morte de sete mulheres durante uma outra marcha na última quinta-feira.

O conflito aconteceu na região central da Abidjã, sede do governo. Centenas de pessoas participavam da manifestação convocada para o Dia Internacional das Mulheres e muitas aproveitaram para protestar contra Gbagbo. De acordo com os jornalistas que cobriam a passeata, o ato ocorria de maneira pacífica, até que tiros foram ouvidos no local. Segundo testemunhas, os disparos partiram de soldados do governo. Três homens e uma mulher morreram. “Dois chegaram mortos e dois morreram na clínica devido aos seus ferimentos”, disse um médico que não quis se identificar à rede britânica BBC.

Gbagbo recusa-se a deixar o poder, mesmo após a comissão eleitoral do país declarar o líder da oposição, Alassane Ouattara, o vencedor do pleito realizado em 28 de novembro de 2010. Cerca de 400 pessoas já morreram desde então, a maior parte delas civis que votaram em Ouattara.

Reações - A violência registrada nesta terça-feria contra a marcha das mulheres provocou reações internacionais. O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido para a África, Henry Bellingham, chamou o incidente de "um ato deplorável e covarde contra manifestantes desarmados que pediam que os resultados da eleições presidenciais fossem respeitados." A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, também divulgou comunicado contundente no qual afirma que "Gbagbo e suas forças mostraram extremo desrespeito à vida humana".

(Com Agência Estado)

Silêncios que falam

Silêncios que falam

Líderes de esquerda e progressistas precisam gritar pela liberdade
Desde quando vivi de muito perto a experiência da “revolta dos estudantes” de maio de 1968 em Paris, comecei a duvidar das teorias que aprendera sobre as mudanças sociais no mundo capitalista.
Essas estavam baseadas na visão da História como uma sucessão de lutas entre as classes sociais visando ao controle do Estado para, por intermédio dele, seja manter a dominação de classes, seja destruir todas elas e construir a “sociedade do futuro” sem classes e, portanto, sem que os partidos tivessem função relevante.
A qual seria crucial, na visão dos revolucionários do século XX de inspiração leninista, apenas na “transição”, quando se justificaria até mesmo a ditadura do proletariado, exercida pelo partido.
Pois bem, nas greves estudantis da Universidade de Paris, em Nanterre e na Sorbonne (assim como nos campos universitários americanos, com outras motivações) que acabaram por contaminar a França inteira e repercutiram pelo mundo afora, vi, perplexo, que as palavras de ordem não falavam em “anti-imperialismo” e só remotamente mencionavam os trabalhadores, mesmo quando esses, atônitos, entravam nos auditórios estudantis “ocupados” pelos ativistas jovens.
Falava-se em liberdade, em ser proibido proibir, em amor livre, em valorizar o indivíduo contra o peso das instituições burocratizadas, e assim por diante. É verdade que nas passeatas havia bandeiras negras (dos velhos anarquistas) e vermelhas (dos bolcheviques). Faltavam os símbolos do novo e mais, na confusão ideológica geral, pouco se sabia sobre o que seria novo nas sociedades, isto é, nas estruturas sociais, do futuro.
Por outro lado, o estopim da revolta não foram as greves trabalhistas, que ocorreram depois, nem choques no plano institucional, mas pequenos-grandes anseios de jovens universitários que, como em um curto-circuito, incendiaram o conjunto do país.
Só que, logo depois, De Gaulle, vendo seu poder posto à prova, foi buscar apoio nos paraquedistas franceses sediados na Alemanha e, com a cumplicidade do Partido Comunista, restabeleceu a antiga e “boa” norma.
Por que escrevo essas reminiscências? Porque desde então o mundo mudou muito, principalmente com a revolução informática. Crescentemente as “ordens estabelecidas” desmoronam sem que se perceba a luta entre as classes.
Foi assim com o desmoronamento do mundo soviético, simbolizado pela queda do Muro de Berlim. Está sendo assim hoje no Norte da África e no Oriente Médio.
Cada vez mais, em silêncio, as pessoas se comunicam, murmuram e, de repente, se mobilizam para “mudar as coisas”. Nesse processo, as novas tecnologias da comunicação desempenham papel essencial.
Até agora, ficaram duas lições. Uma delas é que as ordens sociais no mundo moderno podem se desfazer por meios surpreendentes para quem olha as coisas pelo prisma antigo. A palavra, transmitida à distância, a partir da soma de impulsos que parecem ser individuais, ganha uma força sem precedentes.
Não se trata do panfleto ou do discurso revolucionário antigo e nem mesmo de consignas, mas de reações racional-emocionais de indivíduos.
Aparentemente isolados, estão na verdade “conectados” com o clima do mundo circundante e ligados entre si por intermédio de redes de comunicação que se fazem, desfazem e refazem, ao sabor dos momentos, das motivações e das circunstâncias.
Um mundo que parecia ser basicamente individualista e regulado pela força dos poderosos ou do mercado, de repente, mostra que há valores de coesão e solidariedade social que ultrapassam as fronteiras do permitido.
Mas ficou também a outra lição: a reconstrução da ordem depende de formas organizacionais, de lideranças e de vontades políticas que se expressem de modo a apontar um caminho. Na ausência delas, volta-se ao antigo — caso De Gaulle — ou, na iminência da desordem generalizada, há sempre a possibilidade de um grupo coeso e nem sempre democrático prevalecer sobre o impulso libertário inicial.
Noutros termos: recoloca-se a importância da pregação democrática, da aceitação da diversidade, do direito “do outro”.
Talvez seja este o enigma a ser decifrado pelas correntes que desejem ser “progressistas” ou “de esquerda”. Enquanto não atinarem ao “novo” nas circunstâncias atuais — que supõe, entre outras coisas, a reconstrução do ideal democrático à base da participação ampliada nos circuitos de comunicação para forçar maior igualdade —-, não contribuirão para que a cada surto de rebeldia em sociedades tradicionais e autocráticas surjam de fato formas novas de convivência política.
Agora mesmo, com as transformações no mundo islâmico, é hora de apoiar em alto e bom som os germens de modernização, em vez de guardar um silêncio comprometedor. Ou, pior, quebrá-lo para defender o indefensável como Hugo Chávez ao dizer “que me conste, Khadafi não é assassino”.Ou como Lula, que, antes, chamou-o de “líder e irmão”!
Para não falar dos intelectuais “de esquerda” que ainda ontem, quando eu estava no governo, viam em tudo que era modernização ou integração às regras internacionais da economia um ato neoliberal de vende-pátria.
Exigiam apoio a Cuba, apoio que não neguei contra o injusto embargo à ilha, mas que não me levou a defender a violação de direitos humanos.
Será que não se dão conta que é graças ao maior intercâmbio com o mundo — e principalmente com o mundo ocidental — que hoje as populações do Norte da África e do Oriente Médio passam a ver nos valores da democracia caminhos para se libertarem da opressão?
Será que vão continuar fingindo que “o Sul”, nacional-autoritário, é o maior aliado de nosso desenvolvimento, quando o governo petista busca, também, maior e melhor integração do Brasil à economia global e ao sistema internacional, sem sacrifício dos nossos valores mais caros?
Há silêncios que falam, murmuram, contra a opressão. Mas há também silêncios que não falam porque estão comprometidos com uma visão que aceita a opressão. Não vejo como alguém possa se imaginar “de esquerda” ou “progressista” calando no momento em que se deve gritar pela liberdade.

Fernando Henrique Cardoso é sociólogo e ex-presidente da República

Apresentadora Fala a Verdade sobre o Carnaval Brasileiro

Apresentadora de TV Rachel Sheherazade sobre a industria carnavalesca.