terça-feira, 8 de março de 2011

Costa do Marfim: milhares de refugiados fogem para a...

Crise na Costa do Marfim já deixou 350.000 desabrigados

Nesta terça, 4 pessoas foram mortas após participar de um protesto em Abidjã

Manifestantes protestavam contra a morte de sete mulheres na semana passada e contra Gbagbo

Manifestantes protestavam contra a morte de sete mulheres na semana passada e contra Gbagbo (Sia Kambou/AFP)

Ao menos 350.000 pessoas tiveram de deixar as suas casas na Costa do Marfim em meio aos conflitos entre os partidários e os opositores do presidente Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder, apesar de ter perdido as últimas eleições. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Também nesta terça, soldados abriram fogo contra civis, matando pelo menos quatro pessoas após um protesto contra a morte de sete mulheres durante uma outra marcha na última quinta-feira.

O conflito aconteceu na região central da Abidjã, sede do governo. Centenas de pessoas participavam da manifestação convocada para o Dia Internacional das Mulheres e muitas aproveitaram para protestar contra Gbagbo. De acordo com os jornalistas que cobriam a passeata, o ato ocorria de maneira pacífica, até que tiros foram ouvidos no local. Segundo testemunhas, os disparos partiram de soldados do governo. Três homens e uma mulher morreram. “Dois chegaram mortos e dois morreram na clínica devido aos seus ferimentos”, disse um médico que não quis se identificar à rede britânica BBC.

Gbagbo recusa-se a deixar o poder, mesmo após a comissão eleitoral do país declarar o líder da oposição, Alassane Ouattara, o vencedor do pleito realizado em 28 de novembro de 2010. Cerca de 400 pessoas já morreram desde então, a maior parte delas civis que votaram em Ouattara.

Reações - A violência registrada nesta terça-feria contra a marcha das mulheres provocou reações internacionais. O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido para a África, Henry Bellingham, chamou o incidente de "um ato deplorável e covarde contra manifestantes desarmados que pediam que os resultados da eleições presidenciais fossem respeitados." A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, também divulgou comunicado contundente no qual afirma que "Gbagbo e suas forças mostraram extremo desrespeito à vida humana".

(Com Agência Estado)

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