Polícia do Iêmen abre fogo contra
manifestantes e fere 90
Manifestantes pedem a saída do presidente e o fim da corrupção
Forças de segurança do Iêmen abriram fogo nesta terça-feira (8) contra opositores do governo que protestavam ao lado de uma universidade na capital, Sanaa.
A polícia atirou contra a multidão, que pedia a saída do presidente Ali Abdullah Saleh, e também usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para tentar barrar outras centenas de pessoas de se juntar ao protesto.
Médicos disseram à BBC que ao menos dez pessoas tinham sido baleadas e cinco estavam em estado crítico. Outras 80 foram internadas com sintomas decorrentes dos efeitos do gás.
Também houve relatos de repressão violenta a marchas de opositores em cidades no sul do país.
Dia da Mulher
A manifestação desta terça-feira em Sanaa teve a participação de muitas iemenitas, que lembravam o Dia Internacional da Mulher.
Segundo o líder da oposição Muhammad Qahtan, houve um verdadeiro “massacre” durante a ação policial.
Os iemenitas - a maioria jovem - estão acampados diante da universidade desde meados de fevereiro, inspirados pelas revoltas em países vizinhos.
Além da renúncia de Saleh, eles pedem mais oportunidades de emprego e o fim da corrupção.
Saleh, que está no poder desde 1978, afirma que pretende deixar a Presidência a partir de 2013. No entanto, os opositores pedem sua saída imediata.
Cerca de 40% da população do Iêmen vive com menos de R$ 3,30 (US$ 2) por dia e um terço passa fome, segundo indicadores internacionais. Um em cada dois iemenitas possui armas, e analistas dizem que o país está próximo de ser considerado um Estado falido.
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