05/02/2011
às 6:11Obama é um pateta pautado pelos inimigos dos Estados Unidos
Barack Obama é uma piada. A segurança do mundo depende de um pateta. E da boa-vontade de alguns tipos como Hu Jintao - ou a burocracia cinzenta, de que ele é apenas aquela fachada com os cabelos mais negros do que as asas da graúna (na China e no Maranhão de Sarney e Edison Lobão, tinta de cabelo é uma tara) e Vladimir Putin. O desempenho do presidente americano na crise egípcia conseguiu ser mais estúpido, amador e precipitado do que o de Jimmy Carter na crise do Irã. Obama é um inexperiente arrogante, que conseguiu convencer boa parte dos EUA e do mundo de que era um gênio. Imagino este senhor na crise dos mísseis cubanos, em 1962. Os soviéticos teriam enfiado um canhão no traseiro dos americanos. E o grande estadista diria: “Viram? Livrei vocês da bomba nuclear”.
Tenha você o juízo que for do que se passa no Egito e no mundo árabe; acredite que se trata da voz da rua árabe, trazida a público pelo Facebook, ou que é a Irmandade Muçulmana fazendo a sua “revolução de veludo” (como acredito), quase sem sangue por enquanto, nem uma coisa nem outra alteram o desempenho bisonho do presidente americano, que entregou um aliado de bandeja logo no primeiro grito. É algo estúpido a se fazer. Melhor seria ter ficado calado, sustentando que, afinal, aquele era um assunto que dizia respeito ao povo egípcio.
Não importa se Hosni Mubarak é um ditador, e ele é; não imposta se Hosni Mubarak é uma pessoa desprezível, e ele é; não importa se Hosni Mubarak é um truculento, e ele é. Mas é o ditador, o desprezível e o truculento dos EUA, ora essa! E um império, mesmo decadente, sustenta seus aliados, ainda que venha a se livrar deles logo depois. Quais eram as chances de o governo egípcio controlar a rebelião se o presidente americano foi a público pedir a sua cabeça?
A propósito: desta feita, não se ouviram as vozes de sempre do antiamericanismo a bradar contra a interferência dos Estados Unidos na realidade interna dos outros países, certo? Dado o andamento das coisas, Obama poderia - E, MAIS DO QUE ISSO, DEVERIA - se mobilizar para depor Mubarak. Mas não tinha de anunciar isso ao mundo, como fez.
Só que, para tanto, ele precisaria ser, ao menos, um homem de 40 anos . Ele tem 49, mas pertence à geração das pessoas acostumadas ao mundo pop; não é um estadista, é evidente, mas uma mera celebridade, que gosta de falar o que as platéias querem ouvir. É um fraco, como tem demonstrado de modo reiterado. Não faz a agenda; corre atrás daquela que seus inimigos fazem para ele.
Eu quero que Mubarak arda no mármore do inferno. A questão, rigorosamente, não é essa. Pergunto como andará o espírito de outros aliados dos EUA no mundo árabe agora. E se seus inimigos internos decidirem aproveitar a onda e apostar alguns cadáveres num confronto interno? O Barack sairá gritando, feito um bambi desesperado, “Fogo, fogo na floresta” - ou no “deserto”, pedindo a cabeça de governantes alinhados com os EUA? Tenham paciência. Não faz dois anos, este senhor estava no Cairo lendo a sua mensagem ao Islã, já toda ela eivada de culpas e salamaleques, é bem verdade, como se o mundo islâmico só não fosse melhor por culpa dos EUA e do Ocidente. Bem, seja lá o que for ele, é o que é por responsabilidade dos muçulmanos, evidentemente.
Mas esse é Obama: despreparado, açodado e midiático. E amparado na tarefa, valha-nos Deus!, por Hillary Clinton, a descabelada. Que Deus seja generoso com o Ocidente e não o coloque numa situação de real confronto com um inimigo perigoso. Obama é daqueles tipo que entrega metade das suas virgens e se jacta de ter preservado a outra metade.
Reitero para que não reste a menor dúvida: fazia parte de seu trabalho cuidar da transição no Egito, mas ele jamais poderia ter entregado a cabeça de Mubarak na bandeja só para posar no retrato. A imprensa democrata dos EUA terá de fazer muito esforço para satanizar os republicanos e garantir a reeleição de Obama. Já está fazendo isso, diga-se. Mas o pateta não ajuda.
E só para deixar registrado: quando Mubarak anunciou que não concorreria às eleições em setembro - nem ele nem o filho -, e seu vice falou em eleições, com a participação da proscrita Irmandade Muçulmana, é claro que essa era a proposta a ser abraçada pelos Estados Unidos. Mas não! O “povo” na praça pediu “saída já”, e o cordeirinho das massas fez eco: “saída já!” Os inimigos de Obama e dos EUA devem rir a valer. Nunca antes na história dos Estados Unidos… De fato, até Lula é mais corajoso do que o Apedeuta ilustrado deles, né? Fica com Sarney até o fim… Olhe aí, Babalorixá, uma colher de chá…
A pior coisa que pode acontecer agora para Obama é Mubarak durar até setembro, e a cúpula do governo egípcio conseguir fazer uma transição negociada. É claro que o destino do presidente e do país está nas mãos da cúpula militar. Ela certamente está atenta ao risco de fazer o que a praça quer. A praça pode mudar de idéia a depender da vontade da Irmandade Muçulmana.
A Irmandade, diga-se, no melhor de sua forma e de seu rigor contra o “Satã” do Ocidente, deveria topar justamente isto: a transição negociada, o que contribuiria para desmoralizar o presidente dos Estados Unidos junto à elite militar egípcia.
OK, gente! Eu apóio todas as coisas ruins que se possam dizer contra Mubarak, tá? Nem por isso Obama deixa de ser menos ridículo nessa crise.
05/02/2011
às 17:24Eleito por ninguém, Elbaradei diz palavras perigosas
Há uns dois dias, o New York Times publicou uma reportagem afirmando que os EUA estavam tentando entender direito o que pensa e o que quer Mohamed Elbaredei, que é, afinal de contas, um “nobelado” da paz. Pois é… O discurso deste senhor anda bastante esquisito, especialmente depois de ter fechado um acordo com a Irmandade Muçulmana.
Convenham: a última coisa que um representante da oposição deve fazer agora é meter Israel na equação egípcia; pior ainda, fazê-lo em face da questão Palestina. O Elbaradei de outros tempos talvez evitasse o caminho perigoso. O que agora se aliou à Irmandade tem uma nova pauta.
A revista alemã Des Spiegel publica algumas declarações suas neste sábado. Elbaradei expressa o desejo de negociar a transição com os militares - mas sem Mubarak, é claro. Até aí, tudo bem. Mubarak é mesmo desprezível. Mas sou capaz de apostar que sua representatividade na sociedade egípcia é maior do que a de Elbaradei. Ele negocia em nome de quem? Mas isso é lá com os egípcios…
O que preocupa é outra coisa. Para Elbaradei, “os israelenses devem compreender que, no longo prazo, também interessa ter um Egito democrático como vizinho (…)”. Certo. E vai além: para ter uma boa relação com o Egito, “seria inteligente [Israel] respeitar os interesses legítimos dos palestinos”.
É claro que o “interessante” e “inteligente” é que todos respeitem todos. Ocorre que há um tratado de paz entre Israel e o Egito. E também é claro que as palavras fazem sentido. No país “democrático” que Elbaradei diz querer, como se nota, o tratado parece mais vulnerável do que sob a ditadura de Mubarak. Nesse caso, sim, o inferno pode ser um lugar bem próximo.
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