sábado, 12 de fevereiro de 2011

Inspirados no Egito, iemenitas voltam às ruas para exigir renúncia

Inspirados no Egito, iemenitas voltam às ruas para exigir renúncia

Reuters
Manifestantes entraram em confronto com grupo a favor do presidente
Milhares de pessoas foram neste sábado às ruas da capital do Iêmen, Sanaa, exigindo que o presidente do país, Ali Abdullah Saleh, deixe o cargo, em mais um ato inspirado pela onda de protestos que derrubou o governo do Egito.
Os ativistas, que pediam uma revolução no país árabe, chegaram a entrar em confronto com um grupo favorável ao presidente, em frente à Universidade de Sanaa. Há relatos de que as forças de segurança também se envolveram no enfrentamento.
No último dia 2, Ali Abdullah Saleh - que está no poder do Iêmen unificado desde 1990 - afirmou que não irá tentar estender o seu mandato, que termina em 2013, em meio aos protestos pró-democracia no mundo árabe.
Mesmo assim, um dia depois, mais de 20 mil manifestantes foram às ruas de Sanaa pedindo a renúncia imediata do presidente.
Em janeiro, Saleh propôs uma emenda constitucional que permitiria sua reeleição no pleito previsto para 2013. Isto deu início a uma onda de manifestações, exigindo um governo mais democrático e reformas que melhorem a situação econômica do país.
O governo de Saleh enfrenta acusações de corrupção e de concentração de poder em torno de seu clã. O partido governista, o Congresso Geral do Povo, tem ampla maioria no Parlamento.
Aliado ocidental
Ali Abdullah Saleh assumiu a Presidência da República Árabe do Iêmen (ou Iêmen do Norte) em 1978, por meio de um golpe militar. Em 1990, ele tornou-se presidente da nova república, criada a partir a fusão entre os Iêmens do Norte e do Sul.
Saleh colaborou com os Estados Unidos na chamada guerra ao terror, durante o mandato de George W. Bush. A grande presença de militantes da rede Al-Qaeda, que ameaça frequentemente o regime, é uma das maiores preocupações do governo.
As duas eleições que Saleh venceu - em 1999 e 2006 - foram marcadas por acusações de fraude por parte da oposição.

Iémen

Iémen / Iémene ou Iêmen (em árabe اليَمَنtransl. al-Yaman) é um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia. É limitado a norte pela Arábia Saudita, a leste por Omã, a sul pelo mar da Arábia e pelo golfo de Áden, do outro lado do qual se estende a costa da Somália e a oeste pelo estreito de Bab el Mandeb, que o separa de Djibouti, e pelo mar Vermelho, que providencia uma ligação à Eritreia. Além do território continental, o Iémen inclui também algumas ilhas situadas ao largo do Corno de África, das quais a maior é Socotorá. A capital é Sana.

Em 22 de Maio de 1990 foi criada a República do Iémen, resultando da unificação entre a República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul). A República Árabe do Iémen tinha-se tornado independente do Império Otomano em Novembro de 1918 e a República Democrática do Iémen alcançou a independência do Reino Unido em 30 de Novembro de 1967. A ilha de Socotorá, localizada estrategicamente na entrada do golfo de Áden, foi incorporada ao território iemenita em 1967.

O Iémen é formado pela união das antigas República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul). Ao norte encontra-se o território mais fértil de toda a península Arábica, área que junto com o vale de Hadhramaut, era chamada de "Arábia Feliz. É composto por uma faixa costeira semidesértica, ao longo do mar Vermelho e de uma zona montanhosa mais úmida no interior, onde se desenvolve a agricultura (sorgo para consumo interno e algodão para exportação). O tradicional cultivo de café moca foi gradativamente substituído pelo do qat, planta com propriedades narcóticas. O clima é tropical, com temperaturas altas, sobretudo em Tihmah, onde as precipitações são abundantes, e na parte oriental. O sul, é montanhoso e seco, com falta de rios perenes, sendo dois terços do território desérticos ou semidesérticos. Nos vales e oásis(1,2% do território) desenvolve-se o cultivo de milhoalgodão e café. O país carece de recursos naturais, sendo a pesca um recurso importante.


Eis alguns dados sobre a demografia do Iémen:
  • Composição étnica: os iemenitas são árabes; há uma reduzida minoria persa no litoral norte.
  • Religiãoislamismo (oficial). Muçulmanos, 99,9%; outros, 0,1.
  • Idiomasárabe (oficial).

chefe de Estado do Iémen é o presidente, que é eleito para um mandato de sete anos. O presidente é responsável pela nomeação do vice-presidente, do primeiro-ministro e dos membros do governo. O poder legislativo reside no parlamento de duas câmeras. A câmara alta do parlamento recebe o nome de Shura, sendo composta por 111 membros nomeados pelo Presidente. A câmara baixa é constituída 301 membros eleitos para mandatos de seis anos.
bandeira nacional do Iêmen foi adotada em 22 de maio de 1990, no mesmo dia que o Iêmen do Norte e o Iêmen do Sul se unificaram. O padrão de faixas vermelha, branca e preta também estava presente nas bandeiras destes países, simbolizando pan-arabismo, assim como as bandeiras do EgiptoSíriaBandeira do Iraque, entre outras.
Segundo a descrição oficial, as cores significam:
  • Vermelho: representa o derramamento de sangue de mártires e unidade;
  • Branco: representa futuro brilhante;
  • Preto: representa o passado escuro.
brasão de armas do Iémen retrata uma águia dourada com um pergaminho entre as suas garras. Sobre a rolagem está escrito o nome do país em árabe: الجمهورية اليمنية ou Al-Jumhuriyyah Al-Yamaniyah. O peito da águia contém um escudo que retrata plantas de café e os Marib Dam, sendo que abaixo se encontram quatro listras azuis e três listras brancas, em forma de ondulação. Os suportes, à direita e à esquerda da águia, seguram a Bandeira do Iémen.
"República Unida" é o hino nacional do Iémen. Escrito por Abdallah "al-Fadhool" Abdulwahab Noman e composto por Ayob Tarish, foi o hino da República Popular Democrática do Iémen (Iémen do Sul) e tornou-se o hino de todo o Iémen, com a unificação dos dois em 1990.

A economia do Iémen é predominantemente rural e agrícola. É favorecida, nesse aspecto, por ser a única região da península árabe com chuvas regulares.
Das rendas originadas pelas exportações, 95% são devidas ao petróleo. É, no entanto, o país mais pobre do Médio Oriente.
A expulsão de mais de um milhão de trabalhadores iemenitas da Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo, em 1990 teve como consequência um acentuado declínio económico.
Eis alguns indicadores da economia do Iémen:

A cultura no Iémen é toda ela baseada no Islão e no Alcorão, sendo este último justificação para o modo de vida iemenita e todos os actos praticados. No Iémen o sexo masculino manda e o feminino obedece. As mulheres iemenitas vivem toda a sua vida subjugadas: antes da puberdade ao pai e após a puberdade ao marido que lhe é destinado sem qualquer intervenção na escolha do mesmo. A pobreza e os costumes tribais levam a que muitos homens vendam as suas próprias filhas a homens mais velhos para casarem. Apesar dos esforços para alterar a idade mínima legal para casar para os 17 anos, é normal no Iémen raparigas com menos de 15 anos se casarem. Estes esforços foram considerados inaceitáveis pelos religiosos e líderes tribais do Iémen. No Iémen e em pleno séc. XXI continuam a ser praticadas várias ofensas aos direitos humanos, em particular aos direitos da mulher.

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