segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Imitem Cabral, senhores governadores, e espalhem bandidos! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

Imitem Cabral, senhores governadores, e espalhem bandidos! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

07/02/2011

às 14:44

Imitem Cabral, senhores governadores, e espalhem bandidos! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

Eu não sei onde os demais governadores de Estado estão com a cabeça que não seguem o elogiadíssimo modelo “espalha-bandido” de Sérgio Cabral, do Rio, e de seu impressionante secretário de Segurança — cuja candidatura ao Prêmio Nobel da Paz já tem até publicitário contratado. Eu juro! Não é brincadeira!

Ontem, a polícia do Rio, com a ajuda de helicópteros e blindados da Marinha, ocuparam nove favelas da região central da capital. O anúncio foi feito com antecedência: “Fujam porque estamos chegando; a gente está indo, hein…” Homens do Bope foram adiante, destemidos, enfrentando… ninguém! A bandidagem, que não é burra nem nada, já tinha dado no pé. Apreendeu-se uma quantidade irrisória de droga.

Vejam como Jornal da Dez, da GloboNews, noticiou o evento.

Voltei
Como viram, Beltrame, com a sua apreensão muito particular da língua, explicou:
“Prioritariamente, o mais importante (sic) é obter este território, sem aumentar estatísticas de bala perdida, sem aumentar estatísticas de auto de resistência, sem aumentar estatísticas de homicídio ou de ferimento de qualquer pessoa civil. A nossa preocupação é com a população!”

É um humanista! Ele está dizendo, na prática, que enfrentar e prender bandidos é uma prática que contraria os interesses da… população. O Rio caminha a passos largos para legalizar o crime. Não sou eu que estou dizendo, não! São suas autoridades. Isso que Beltrame chama de “prioritariamente o mais importante” se tornou o objetivo único. Desde que bandido pare de desfilar com arma pelos becos e vielas, tudo bem, o resto pode.

Com a ajuda da reportagem, que traduz a intenção da polícia, o coronel Mário Sérgio Duarte, comandante da Polícia Militar, explica o que vai acontecer com os bandidos:
“Esses criminosos, quando fogem para outras áreas, se tornam forasteiros. Então, a própria população se torna hostil à sua presença. Nós vamos realizar operações nessas áreas, mas principalmente naquelas onde receberão UPP, no futuro, com certeza, nós iremos alcançá-los”.

Ah, bom! Agora está tudo explicado! Uma pergunta: onde está aquele exército de bandidos que fugiu da Vila Cruzeiro para o Alemão e, do Alemão, sabe-se lá para onde?

Um estado como São Paulo, que tem 10,47 homicídios por 100 mil habitantes, tem de aprender que a sua mania de prender bandido vai contra os interesses da população. O certo é adotar a política humanista do Rio, onde há 30 por 100 mil… Por enquanto, é claro! No melhor dos mundos, a bandidagem do Rio migra para outros estados.

Beltrame e Sérgio Cabral mereceriam é o Nobel de Marketing! O interior do Rio e os estados que lhe fazem fronteira que se cuidem. Como os bandidos das favelas da capital não são presos, eles têm de ir para algum lugar, não? E têm de continuar a ganhar a vida. Cabral vai “pacificar” a cidade para a Copa do Mundo. Há algo de muito errado nessa história. O “modelo” Belatrame-Cabral aponta para uma de duas coisas: ou exporta traficante para outros estados ou, então, faz um acordo com eles. Convenham: há uma boa possibilidade de que não tenham fugido. Fez-se um pacto de paz e pronto!

O preço da cocaína no Rio não subiu um centavo. Segundo as leis de mercado, isso significa que o espantoso sucesso da política de segurança de Sérgio Cabral nem arranhou o tráfico. Como dirá Beltrame, “prioritariamente, o mais importante” é maquiar a cidade para a Copa do Mundo.

Sigam o modelo de Cabral, senhores governadores! Vocês também merecem reportagens elogiosas na TV!

Por Reinaldo Azevedo

07/02/2011

às 15:14

Beltrame descobriu as virtudes do diálogo com a Irmandade Carioca

Vivemos a era da negociação com “outro lado”, não é mesmo? Descobrimos que os nossos valores estão errados e que, em boa parte, “eles”, os que eventualmente querem nos destruir, só têm tal intento por culpa nossa. Antes se fazia o “mea culpa” diante do Divino; os tempos pedem a genuflexão diante de terroristas e bandidos. Bem mandou o leitor Mac z quando sugeriu que a Polícia de Beltrame descobriu as virtudes da negociação com a “Irmandade Carioca”. Na mosca! Afinal, ela também demonstra ser, na maioria, composta de moderados.

Por Reinaldo Azevedo

07/02/2011

às 21:17

As UPPs do Rio são tão fantásticas que diluem até a lógica. Ou: Beltrame resolveu tirar um sarrinho da nossa cara!

Depois de apresentar uma reportagem sobre a explosão de homicídios na Bahia (já falo a respeito), o Jornal Nacional também trouxe a reportagem sobre a tal ocupação pacífica de favelas promovida ontem pela polícia do Rio para a futura instalação de UPPs.

Segundo o Jornal, já são mais de 600 mil pessoas beneficiadas por esse tipo de policiamento. Muito bom! E, como se sabe, isso se deu quase sem prender bandidos. É o chamado “Milagre de Cabral”, de que José Mariano Beltrame, secretário de Segurança, é o intercessor.

Como a polícia avisa com antecedência que haverá a ocupação, e não se cria nenhum esquema para eventualmente prender os traficantes em fuga ou apreender drogas, algumas pessoas que ainda não perderam o sendo de ridículo e o apreço pela lógica se perguntam: “Mas para onde vão os bandidos?”

Com ar involuntariamente maroto. Beltrame apareceu há pouco no Jornal Nacional e tentou responder. Leiam com atenção:
“Dizem que há esta migração [de bandidos das áreas ocupadas para outra]. Se há esta migração, eles ainda não repercutem nos índices de criminalidade”.

É espantoso! Acompanhem:
- as UPPS só serão instaladas nas comunidades porque se considera que estão dominadas pelo narcotráfico;
- se estão dominadas pelo narcotráfico, é porque existem narcotraficantes;
- se narcotraficantes estão lá e se a política não encontra ninguém, das duas uma:
a) ou eles migraram;
b) ou ficaram lá e não foram presos.

Assim, na melhor das hipóteses, Beltrame lhes deu a chance de fugir; na pior, sua polícia fez um acordo com a bandidagem.

Ora, voltemo-nos para a sua fala: “Dizem que houve esta migração (…) Se há esta migração (…)”. Qual é a dúvida de Beltrame? Não tendo havido a migração, de novo, das duas uma:
a) ou não havia bandidos lá, e isso está descartado;
b) ou havia, lá eles ficaram e agora estão mais felizes do que antes porque, então, fazem o tráfico sob a proteção da polícia.

Nunca houve mistificação como essa! E ela vai se estender até a Copa do Mundo pelo menos. Na pior das hipóteses, até a Olimpíada. Pode até ser que os índices de criminalidade do Rio diminuam, mas os estados fronteiriços terão de fechar suas fronteiras. Aliás, seria conveniente que começassem a pensar em algo parecido desde já. No melhor dos mundos, o Milagre de Cabral expulsa os bandidos para outros estados; nem presídios precisa construir!

Por Reinaldo Azevedo

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