sábado, 18 de junho de 2011

Venezuela e sua segurança


Venezuela: militares continuam tomada de prisão que já deixou três mortos
CARACAS — Quase quatro mil militares continuavam, este sábado, a intervenção na prisão El Rodeo, no norte da Venezuela, que nesta sexta-feira deixou dois funcionários da Guarda Nacional e um recluso mortos, informou o ministro do Interior, Tareck El Aissami.
"Há um controle absoluto nas áreas de Rodeo I, no entanto temos dificuldades para que a população privada de liberdade em Rodeu II permita que se faça a revista", disse o ministro ao canal oficial VTV.
"A atitude continua hostil, se negam ao diálogo", acrescentou o representante, reiterando o chamado aos reclusos para que deponham as armas e permitam a entrada da força de ordem na prisão.
Na operação policial iniciada na madrugada de sexta-feira, as autoridades tomaram o controle de 70% dos cerca de 4.700 detentos da penitenciária, que tem capacidade para apenas 750. Mas 1.300 presos mantidos na área El Rodeo II não se rendiam e continuavam efetuando disparos este sábado, segundo as autoridades.
Aos 3.500 funcionários da Guarda Nacional que controlavam o perímetro da penitenciária desde a sexta-feira, somou-se no sábado um componente de 400 paraquedistas do Exército.
Em El Rodeo, os funcionários apreenderam dezenas de armas - escopetas, fuzis, granadas e pistolas, 5.000 cartuchos de fuzil - bem como drogas e uma centena de telefones celulares.
"A entrada de armas faz parte da deterioração institucional (...) e da cumplicidade da custódia interna e externa, e máfias" nas prisões venezuelanas, admitiu El Aissami.
Em El Rodeo, a 40 km de Caracas, esta semana 21 presos e um visitante morreram em confronto armado entre os detentos.
O enfrentamento foi o mais violento registrado no interior de um centro de detenção da Venezuela desde 1999.

Venezuela

Venezuela, oficialmente República Bolivariana da Venezuela (em espanholRepública Bolivariana de Venezuela), é um país tropical, na costa norte da América do Sul. O país possui várias ilhas fora de seu território continental situadas em sua costa no Mar do Caribe. A república é uma antiga colônia espanhola que conquistou a sua independência em 1821.
A Venezuela tem fronteiras com a Guiana a leste, com o Brasil ao sul e com a Colômbia a o oeste. Os países Trinidad e TobagoGranadaSão Vicente e GranadinasSanta Lucia e Barbados, além de Curaçao Aruba, que são países formadores do Reino dos Países Baixos, e a municipalidade neerladesa de Bonaire, estão a norte, ao largo da costa venezuelana. Sua área territorial é de 916.445 quilômetros quadrados, com uma população estimada em 26.414.816 habitantes. Sua capital é Caracas. As cores da bandeira venezuelana são o amarelo, azul e vermelho, nessa ordem: o amarelo representa a riqueza da terra, o azul o mar e o céu do país, e o vermelho o sangue derramado pelos heróis da independência.
Venezuela tem disputas territoriais com a Guiana (ex-colônia do Reino Unido), principalmente sobre a área de Essequibo, e com a Colômbia sobre o Golfo da Venezuela. Em 1895, após anos de tentativas diplomáticas para resolver a disputa fronteiriça na Venezuela, a disputa sobre a fronteira do rio Essequibo deflagrou-se e então foi submetida a uma comissão "neutra" (composta por representantes do Reino Unido, Estados Unidos e da Rússia e sem representante direto da Venezuela), que, em 1899, decidiu-se contra a reivindicação territorial da Venezuela. A Venezuela é amplamente conhecido pela sua indústria de petróleo, pela diversidade ambiental do seu território e por seus recursos naturais. A nação é considerada um dos 17 países megadiversos do mundo, com uma fauna diversificada e uma grande variedade de habitats protegidos.
A Venezuela está entre os países mais urbanizados da América Latina; a grande maioria dos venezuelanos vivem nas cidades do norte, especialmente na capital Caracas, que é também o maior da cidade do país. Outras cidades importantes incluem MaracaiboValênciaMaracayBarquisimetoMéridaBarcelona-Puerto La Cruz e Ciudad Guayana.
Alonso de OjedaAmérico Vespúcio e Juan de la Cosa foram os primeiros a explorar a costa da Venezuela em 1499. No dia 24 de Agosto desse ano chegaram ao que é hoje o Lago de Maracaibo, onde encontraram nativos cujas casas estavam construídas sobre estacas de madeira fixas no lago (palafitas). Vespúcio, que era italiano, achou aquelas construções semelhantes às da cidade de Veneza e por isso chamou a região de Venezuela, ou seja, Pequena Veneza.
Por outro lado, Martín Fernández de Enciso, um geógrafo que acompanhava a expedição, afirma na sua obra Summa de Geografia (1519) que junto ao lago existia uma grande rocha plana, em cima da qual havia um povoado indígena conhecido como Veneciuela. Assim, o nome Venezuela pode ser nativo, e não estrangeiro. No entanto, a primeira versão permanece como a mais divulgada e aceita.
Antes da chegada dos europeus, a Venezuela era habitada por vários povos dos quais se destacam os índios caribes, os aruaques e os cumanagatos.
Em 1498 Cristóvão Colombo chegou à costa da Venezuela durante a sua terceira viagem ao continente americano. A colonização espanhola iniciou-se em 1520, incidindo nas ilhas e na região costeira. Em 1567 foi fundada a cidade de Caracas, que se tornaria o centro mais importante da região.
O território que é hoje a Venezuela esteve dividido entre o Vice-Reinado do Peru e Audiência de Santo Domingo até ao estabelecimento do Vice-Reinado de Granada em 1717. Em 1776 a Venezuela tornou-se uma capitania-geral do Império Espanhol.
Simón Bolívar, libertador da Venezuela e de mais cinco países latino-americanos:BolíviaColômbiaEquadorPanamá e Peru.
Em 1809 ocorreu a primeira insurreição independentista encabeçada pelo general Francisco de Miranda. A independência foi proclamada em 5 de Julho de 1811, mas Miranda foi preso e foram necessários dez anos de luta contra as forças espanholas até a decisiva Batalha de Carabobo (1821). A Venezuela integrou então a República da Grande Colômbia, junto com a ColômbiaEquador Panamá. Após a morte de Simón Bolívar, o grande herói da independência, a Venezuela retirou-se da Grande Colômbia.
Entre 1830 e 1848 o país foi governado por uma oligarquia conservadora até passar para a mão dos ditadores Monagas (1848-1858). A revolução de 1858 encabeçada por Julián Castro conduziu o país a um período de instabilidade, agravado pela guerra civil entre conservadores e liberais que se desenvolveu entre 1866 e 1870, após a introdução no país de uma constituição federalista (1864).
De 1870 a 1888 o liberal Antonio Guzmán Blanco governou a Venezuela de forma autoritária, exercendo uma política de obras públicas, de luta contra o analfabetismo e contra a influência da Igreja Católica. Ao seu governo sucederam-se períodos de pequenas ditaduras militares. Cipriano Castro apoderou-se da presidência em 1899 e pôs em prática uma política externa agressiva que provocou em 1902 o bloqueio e ataque dos portos da Venezuela pela InglaterraAlemanha Itália.
Em 1908 Castro foi deposto por Juan Vicente Gómez, ditador durante os vinte e sete anos seguintes. Foi durante o seu governo, em 1922, que se iniciou a exploração das jazidas de petróleo da Venezuela.
Em 1945, após a queda da ditadura do general Isaías Medina Angarita, Rómulo Betancourt, fundador do partido Acción Democrática, tornou-se presidente provisório até as eleições livres de finais de 1947 que levaram o escritor Rómulo Gallegos à presidência. Uma revolta militar retirou-o do poder; em 1953 instalou-se a ditadura de Pérez Jiménez, que durou até 1958, ano em que foi restabelecida a democracia.
Desde então, o país passou por ao menos três tentativas de golpe de Estado: duas ocorridas em 1992 e a mais recente ocorrida em 2002.
À semelhança do que acontece em outros países da América Latina praticam-se na Venezuela cultos que são uma fusão de elementos das religiões indígenas, da religião dos descendentes dos escravos africanos e do catolicismo, como o culto de María Lionza.
A Venezuela é uma república federal e presidencialista governada pela Constituição de 1999. Esta constituição consagrou a existência de cinco poderes: executivo, legislativo, judiciário, cidadão e eleitoral.
poder executivo recai sobre o Presidente da República, eleito por sufrágio universal para um mandato de seis anos, podendo ser reeleito infinitamente, depois de referendada a emenda constitucional, por voto popular. Ele é simultaneamente chefe de Estado e chefe de governo. É também o Comandante Supremo das Forças Armadas. Nomeia o Vice-Presidente da República (cargo ocupado desde janeiro de 2007 por Jorge Rodríguez Gómez) e os ministros.
O poder legislativo reside na Asamblea Nacional, parlamento unicameral composto por 167 membros, 3 dos quais representantes dos povos indígenas. Os membros da Assembleia são eleitos para um período de 5 anos, podendo ser reeleitos para mais dois mandatos. Entre as funções da Assembleia Nacional encontram-se para aprovar as leis e o orçamento e designar os embaixadores. Antes da aprovação da constituição de 1999 a Venezuela tinha um parlamento bicameral, composto pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. As últimas eleições para a Assembleia Nacional tiveram lugar em Dezembro de 2005.
Edifício da Assembleia Nacional da Venezuela.
O Supremo Tribunal de Justiça, órgão máximo do poder judiciário, é constituído por 36 membros eleitos para um mandato único de doze anos, sendo designados pela Assembleia Nacional.
Cada estado possui um governador (eleito para um período de quatro anos) e um Conselho Legislativo; o Distrito Capital tem um governador (eleito para um período de quatro anos). O alcalde (prefeito, presidente da Câmara Municipal), é a principal figura do poder municipal, sendo eleito também para um mandato de quatro anos.
Os principais partidos políticos venezuelanos são a Acción Democrática (AD, fundado em 1941 por Rómulo Gallegos e Rómulo Betancourt), o Partido Social Cristiano (COPEI, fundado em 1946 por Rafael Caldera), o Movimiento V República (MVR, liderado desde a sua fundação em 1997 por Hugo Chávez), Un Nuevo Tiempo, (fundado em 2000 por Manuel Rosales), Primero Justicia, (fundado em 2000 por Julio Borges), Moviemento al Socialismo (MAS) e Convergencia (fundado em 1993). Em 2007 Hugo Chavez criou o Partido Socialista Unificado Venezuelano (PSUV), o qual conquistou mais de 5 milhões de inscritos em poucos meses, tornando-se o principal partido.
Durante a maior parte do século XX, a Venezuela manteve relações amistosas com os países latino-americanos e ocidentais. As relações entre a Venezuela e o governo dos Estados Unidos pioraram em 2002 após o golpe de Estado na Venezuela de 2002, durante a qual o governo estadunidense reconheceu a presidência interina de Pedro Carmona. Do mesmo modo, laços com vários países da América Latina e do Oriente Médio que não são aliados dos Estados Unidos foram fortalecidos.
A Venezuela busca alternativas de integração hemisférica, através de propostas como a Aliança Bolivariana para as Américas e a recém-lançada rede de televisão pan-latino-americana, TeleSUR. A Venezuela é uma das quatro nações no mundo, juntamente com a Rússia, a Nicarágua Nauru, que reconheceu a independência da Abecásia e da Ossétia do Sul. A Venezuela foi um defensor da decisão da Organização dos Estados Americanos para adotar a sua Convenção Anti-Corrupção e está trabalhando ativamente no Mercosul para pressionar o aumento do comércio e da integração energética. Globalmente, buscando a formação de um mundo "multipolar", baseado no fortalecimento dos laços diplomáticos entre os países do Terceiro Mundo.
Toda a região a oeste do rio Essequibo (quase 60% do território Guiana) é reivindicada pela Venezuela como sendo parte de seu território subtraído indevidamente no século XIX pela Inglaterra, então potência colonial que administrava a antiga Guiana Inglesa. A disputa está em moratória. A região é denominada pela Venezuela de Guiana Essequiba.
economia da Venezuela passou, depois da Primeira Guerra Mundial, de uma economia essencialmente agrícola para uma economia centrada na extração e exportação de petróleo. É esta a atividade que continua a dominar, sendo responsável por cerca de um terço do PIB, por cerca de 80% das receitas de exportação e por mais de metade do financiamento da administração pública. Os responsáveis venezuelanos estimam que o PIB cresceu 2,7% em 2001. Um forte crescimento nos preços internacionais de petróleo alimentou a economia, depois da grave recessão de 1999. A Venezuela participa também da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Sede da Petróleos de Venezuela(PDVSA) em Maracaibo, Venezuela.
Apesar disso, um setor não-petrolífero relativamente fraco e fugas de capital e uma queda temporária nos preços do petróleo - prejudicaram a recuperação. No início de 2002, o governo alterou o regime de taxas de juro de um regime indexado para um sistema de flutuação livre, o que fez com que o bolívar desvalorizasse significativamente.
O Presidente Chávez começou em 2003 a canalizar os proventos do petróleo obtidos pela companhia estatal PDVSA para financiar programas sociais. Os opositores da medida afirmam que ela vai minar o estatuto de independência dos bancos e da companhia petrolífera, e que é uma clara tentativa de aumentar o seu apoio público.
Apesar das riquezas geradas pelo petróleo, 37,9% da população venezuelana ainda vive abaixo da linha de pobreza (final de 2005, est.); seu coeficiente de Gini foi estimado pela ONU em 48,2 (2003), um dos trinta piores resultados no planeta. Países que possuem produção petrolífera muito acima de seu consumo, e baseiam sua economia nisso (exportando o petróleo), costumam ter sua riqueza extremamente mal distribuída (geralmente concentrada nas mãos de uma pequena elite), e não desenvolvem outros potenciais econômicos pela facilidade demasiada que a extração de petróleo proporciona, e a Venezuela não é exceção.

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