quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Aprenda e pratique a escrita automática


Aprenda e pratique a escrita automática.


A prática da escrita automática consiste em entrar num estado de transe para escrever o que lhe dizem entidades ou espíritos, de modo a transmitir essas informações aos humanos ou a contatar pessoas para lhes fornecer informações sobre o além. Esta prática pode também ajudar a viver melhor uma vida terrestre, adquirindo conhecimentos junto de mestres espirituais que já se encontram no outro mundo.
Não há nada de bruxedo nem de maléfico nesta prática que está ao seu alcance se adotar o estado de espírito e o método certos. Esta prática é muito antiga e cobre, sob um mesmo nome, um certo número de técnicas e de objetivos.


Esta ciência esotérica é principalmente utilizada na área do espiritismo, na qual serve de intermediária entre o mundo dos espíritos e o dos humanos. A escrita automática, ainda que seja uma prática muito antiga, foi mencionada pela primeira vez com este nome por Hippolyte Taine (1828 - 1893), filósofo e escritor francês, em 1878. Na época, este não refere de todo o espiritismo ou o contato com espíritos, mas uma comunicação entre duas pessoas, ou melhor, dois cérebros que se comunicam pela escrita.


Uma comunicação entre dois cérebros

Para Hippolyte Taine, esta comunicação é feita num só sentido. Uma pessoa dita a outra o seu pensamento, por palavras, a cantar ou através da escrita, sem que a segunda tenha consciência disso ou saiba o que lhe está a ser transmitido. Isto pode ser feito entre dois indivíduos na presença um do outro ou a quilômetros de distância por um fenômeno semelhante à telepatia.

No caso que nos interessa, a escrita automática, uma pessoa começa a escrever, voluntariamente ou não, numa espécie de transe sem saber exatamente o que escreve. Por vezes, pode tratar-se de informações ou de ensinamentos de que nunca ouviu falar ou em línguas que nunca aprendeu!

No caso da escritura semiautomática, a pessoa que escreve tem consciência do que escreve no momento em que o faz, mesmo que por vezes nem sequer compreenda as palavras que reproduz!


A escrita automática na literatura

Esta técnica foi muito utilizada pelos escritores do movimento surrealista, de modo a escaparem aos preconceitos e aos códigos habituais da escrita, e escreverem de forma realmente livre.

Neste caso, a técnica consiste em colocar-se à frente de uma folha de papel e a escrever tudo aquilo que lhe passa pela cabeça, sem se preocupar com a gramática ou a lógica, escrevendo o mais depressa possível, sem respeitar regras e escapando ao controle da razão.

Para conseguir realizar esta forma de escrita automática literária, é necessária uma forma de libertação próxima daquela utilizada na área do espiritismo, de forma a poder desligar-se das coisas deste mundo e ultrapassar os limites impostos pela sociedade e pela nossa própria consciência.

Aliás, esta prática de escrita automática literária foi retomada por correntes psicanalíticas, psicológicas e terapêuticas para ajudar as pessoas a exprimirem o conteúdo do seu inconsciente.


A escrita automática na psicologia

A escrita automática é um processo muito utilizado no domínio das ciência da mente. Este procedimento foi evocado pela primeira vez por Pierre Janet (1859-1947), psicólogo e médico francês, na sua obra «O Automatismo Psicológico». 
Aqui, ele descreve esta técnica como uma forma de explorar o inconsciente, ultrapassando a barreira dos atos executados de forma consciente, de modo a ter acesso às razões subconscientes dos nossos pensamentos, palavras e atos. Estes explicam uma parte do nosso comportamento.

Graças à escrita automática, Pierre Janet conseguiu demonstrar a existência de mecanismos inconscientes dos quais frequentemente não temos consciência, mas que regem muitos dos nossos comportamentos! Pierre Janet forneceu a prova da existência de perceções e de sensações sentidas pelo indivíduo ao nível do seu subconsciente, mas que não são percebidas pelo seu cérebro consciente!


A utilização da escrita automática no espiritismo

É a forma de escrita automática mais conhecida e que deu ao espiritismo uma parte da sua glória, em parte pelo seu aspeto espetacular de contato com seres espirituais vivos ou mortos, ou com espíritos de familiares defuntos, capazes de comunicarem com os vivos e de lhes transmitirem conhecimentos.

O escritor automático entra noutra dimensão, ainda que o seu corpo físico esteja sempre presente. Os praticantes do paranormal encaram a escrita automática como sendo uma dissociação física que permite aceder a outras dimensões materiais ou espirituais inacessíveis no estado de consciência normal habitual.

O ser sensível que serve de intermediário entre o nosso mundo e as outras dimensões é uma ponte que a escrita utiliza para transmitir ensinamentos entre dois planos de consciência. Se geralmente o receptor é humano, os emissores podem ter várias origens. 


Comunicações de origens diferentes

No espiritismo, o emissor mais comum é um espírito incorpóreo que utiliza a escrita automática para transmitir informações sobre a sua vida no além ou ensinamentos espirituais.

O exemplo mais comum é o de um ente querido falecido que tenta tranquilizar-nos sobre a sua nova condição, comunicar-nos informações que não teve tempo de nos dar enquanto estava vivo ou que simplesmente quer dizer que nos ama. 

A maior parte das vezes, os escritos automáticos servem para garantir que existe uma vida depois da morte e para ajudar os vivos a fazer o luto da pessoa defunta, mas também para viver melhor na Terra, aqui e agora. Frequentemente, as mensagens têm um teor filosófico e contêm ensinamentos muito importantes. Podem ser provenientes de mestres espirituais que já faleceram, de santos ou de sábios!


A prática da escrita automática

Contrariamente ao desenvolvimento das capacidades extrassensoriais, a escrita automática não exige muitos anos de prática. 

Eis como proceder
De preferência à noite, momento em que as vibrações circulam melhor e em que reina a calma, sente-se à mesa numa posição confortável em frente a uma folha de papel, com uma caneta na mão.

Pode escolher colocar uma questão e dirigir-se a uma pessoa em particular (um familiar que faleceu ou um mestre espiritual) ou não colocar qualquer questão! Aconselho esta última solução agora no início para não impor um limite demasiado rigoroso à sua prática e para facilitar a comunicação com os planos e os espíritos superiores.

Feche os olhos (ou deixe-os abertos) e coloque delicadamente a caneta em cima da folha à sua frente. Ao fim de algum tempo, em função da sua motivação, a sua caneta começará a mexer-se sozinha em cima da folha. Sobretudo, não a retenha. Deixe-a mover-se livremente.

No início, é possível que só escreva um ou alguns caracteres. Com um pouco de treino, o número de linhas e de páginas aumentará. Algumas pessoas escreveram livros inteiros por intermédio da escrita automática! A escrita automática pode ser uma formidável via de desenvolvimento pessoal e de expressão das suas capacidades.



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