quarta-feira, 6 de abril de 2011

Costa do Marfim e a ONU


06/04/2011
 às 6:29

A ONU esculhambou de vez!

A ONU já não era grande coisa. Agora esculhambou de vez. A única coisa boa disso é ver o Arnaldo Jabor feliz na televisão — se os inimigos da nova ordem global não estiverem sob bombardeio, ele fica abúlico, fala mal do Bush e anuncia o apocalipse!
Olhem aqui: as forças de Laurent Gbagbo, presidente de fato da Costa do Marfim, um facínora que se nega a sair do poder, foram bombardeadas ontem pela… ONU!!! Objetivo? Fazer o que for possível, como no caso da Líbia, para “proteger civis”. Até se poderá dizer que a situação é um pouquinho diferente. Gbagbo perdeu as eleições para o  facínora da oposição, Alassane Ouattara, e deveria ter deixado o poder em dezembro, mas se nega.  Na Líbia, ninguém foi eleito, né? Nem Kadafi nem seus adversários.
Quattara fez o quê? Pressão internacional, mobilização, denúncia à ONU? Não! Armou suas milícias e foi à luta. Até aí, dirá o leitor crédulo, tudo para defender a democracia. Só que foi massacrando civis pelo caminho, partidários de Gbagbo, que também massacra os civis adversários, entendem?
Aí a ONU foi lá “proteger civis”, e os capacetes azuis mandaram bomba nos facínoras de Gbagbo, abrindo caminho para os facínoras de Quattara. E foram os franceses que mais gostosamente botaram pra quebrar — sob o mandato das Nações Unidas, eles destacam. Sarkozy deve estar, assim, com um certo banzo dos gloriosos tempos da Argélia, quando a França explicava por A + B quanto valia o Iluminismo… Saibam que boa parte das modernas táticas de tortura em interrogatório foi desenvolvida por franceses , testando-as em argelinos, enquanto os torturadores cantavam A Marselhesa, aquele banco de sangue em versos… A propósito: a Costa do Marfim era colônia francesa: “Deixa com a gente!”
Não dá! A ONU, agora, passou a ser uma força de intervenção em guerras civis. “Ué, mas ela não manda tropas sempre que necessário?” Sim, mas não para fazer o que está fazendo na Líbia ou na Costa do Marfim, apoiando, nos dois casos, um dos lados, também dado a matar os civis que a entidade deveria proteger. A própria Unicef, órgão da ONU, acusa os dois rivais de usarem até crianças nos combates. Mas Barack Obama, o Magnífico, e Sarkozu,  megalonanico da França, em nome daz paz, escolheram o seu bandido de estimação.
Por Reinaldo Azevedo



Costa do Marfim

Costa do Marfim (em francês Côte d'Ivoire) é um país africano, limitado a norte pelo Mali e pelo Burkina Faso, a leste pelo Gana, a sul pelo Oceano Atlântico e a oeste pela Libéria e pela Guiné. Sua capital é Yamoussoukro.
Denomina-se ebúrneomarfinêscosta-marfinês ou ainda costa-marfinense a quem é natural da Costa do Marfim.
Apesar de comumente se usar em português o nome Costa do Marfim, o governo marfinês solicitou à comunidade internacional em outubro de 1985 que o país seja chamado apenas por Côte d'Ivoire.
As populações indígenas estiveram política e socialmente isoladas até épocas muito recentes. Os antecessores da população atual se instalaram na área entre os séculos XVIII e XIX. Os exploradores portugueses chegaram no século XV e iniciaram o comércio de marfim e escravos do litoral. No século XVII estabeleceram-se diferentes Estados negros, entre os quais se destacou o dos baules por suas atividades artísticas. No final do século, os franceses fundaram os entrepostos de Assini e Grand-Bassam e, no século XIX, celebraram uma política de pactos com os chefes locais com o objetivo de estabelecer uma colônia. Em 1887 iniciou-se a penetração para o interior. A região se tornou uma colônia autônoma em 1893. Em 1899, passou a fazer parte da Federação da África Ocidental Francesa. A ocupação militar ocorreu entre 1908 e 1918, enquanto se construía a linha férrea entre o litoral e Bobo-Dioulasso, hoje pertencente a Burkina Faso.
Em 1919, a parte norte da colônia se tornou independente. Abidjan permaneceu sob jurisdição francesa durante a Segunda Guerra Mundial, embora a França estivesse ocupada pelos alemães. Em 1944, foi criado o Sindicato Agrícola Africano, que deu origem ao Partido Democrático da Costa do Marfim (Parti Démocratique de la Côte d'Ivoire). Entre 1950 e 1954, foi construído seu porto. Em 1958, foi proclamada a República da Costa do Marfim, como república autônoma dentro da Communauté française (Comunidade Francesa) e, em 1960, alcançou a independência plena.
Foi eleito presidente Félix Houphouët-Boigny, líder do Parti Démocratique de la Côte d'Ivoire -- Rassemblement Démocratique Africain, até 1990 foi a única agremiação política legal no país. Com um alinhamento político pró-ocidental, a Costa do Marfim esteve em foco na década de 1970, ao tentar intervir pela via das negociações na resolução do apartheid na África do Sul.
As eleições de 1990, a primeira em que houve uma disputa real pelo poder, foram disputadas por todos os partidos políticos já legalizados, tendo o presidente Houphouët-Boigny sido reeleito para um sétimo mandato. Também em 1990 o Papa João Paulo II visitou a Costa do Marfim, onde consagrou, em Yamoussoukro, uma suntuosa basílica, oficialmente construída às expensas do presidente. Houphouët-Boigny, apesar de numerosas tentativas de golpes de estado e da instabilidade social provocada por crises econômicas, manteve-se no poder desde a independência até dezembro de 1993, quando faleceu.
O antigo presidente da Assembléia Nacional (Parlamento), Henri Konan Bedié, assumiu a presidência da República em 1993 e foi confirmado no cargo em 1995. No dia 24 de dezembro de 1999, um golpe de Estado, comandado pelo general Robert Guel (Robert Guéï), destituiu o presidente Konan Bedié, que se refugiou na Embaixada da França e depois no Togo. O general Guel convocou todos os partidos políticos para formarem um governo de transição e prometeu que o retorno à democracia seria rápido. Esse foi o primeiro golpe de estado no país desde a sua independência em 1960.
Robert Guéï foi assassinado durante um levantamento encabeçado pelo Movimento Patriótico da Costa do Marfim em 2002. Foi sucedido por Laurent Gbagbo.
A Costa do Marfim desempenha importante papel na África e dentro da Entente.
Guerra civil da Costa do Marfim (2002-2004): O norte se rebelou. 10.000 boinas azuis da ONUCM (Força de Paz da ONU na Costa do Marfim), dentre os quais 4600 soldados franceses da Licorne (operação militar francesa para a Costa do Marfim) foram posicionadas entre os beligerantes.
76% da população é cidadã da Costa do Marfim e fala, predominantemente, francês. Desde que se estabeleceu como uma das economicamente mais prósperas nações de África ocidental que cerca de 20 % da sua população consiste em trabalhadores da vizinha LibériaBurkina Faso Guiné. Este fato tem originado permanentemente uma tensão crescente em anos recentes, principalmente devido ao fato de que grande parte destes trabalhadores são muçulmanos, enquanto que a população natural da Costa do Marfim é, essencialmente Cristã (principalmente católica romana) e animista. Ainda que não totalmente branca, 4% da população é de origem não africana. Há muitos descendentes de libaneses, cidadãos francesesbritânicos, e espanhóis. Há ainda uma minoria de missionários protestantes norte-americanos e canadianos. Ultimamente, cerca de 50 000 franceses e outros europeus têm saído da Costa do Marfim devido a fortes tensões sociais incitadas pelas forças revolucionárias locais que clamam ser contra a ocupação estrangeira em seu território, especialmente contra os franceses.
A economia da Costa do Marfim é baseada no cultivo principalmente do cacau, ele é um dos maiores exportadores do mundo, mas a divida desse pais chega a quase 15.608 milhões o país também atualmente chega a ser o maior exportador de óleo de palma (256 mil toneladas) - e o terceiro produtor de algodão (106 mil toneladas de fibras - 1995). As produções de borracha (83 mil toneladas - 1995) e de copra (43 mil toneladas - 1995), inexistentes antes 1960, bem como as lavouras de abacaxi (170 mil toneladas - 1995), bananas (211 mil toneladas - 1995) e açúcar (125 mil toneladas - 1995), se tornaram itens importantes da balança comercial. A recuperação do setor de madeira, que, em 1988, correspondia a um terço da receita de exportação, é mais recente.
No setor da pecuária e diante do problema de abastecimento em proteínas animais, a Côte d’Ivoire é obrigada a importar grandes quantidades de carne. Portanto, um amplo programa visando a desenvolver o potencial nacional foi lançado.
A economia também é baseada nas 1.600 indústrias do país, no total em todos os setores são 2.283 empresas privadas e 140 em que o estado é acionista majoritário. 74% das empresas se encontram na região de Abidjã, 4% em Bouaké e 2% em San Pedro, 20% em outras regiões. O sistema bancário marfinense é um dos mais desenvolvidos da África. Ele é composto de um banco de desenvolvimento, de dezesseis bancos comerciais, de uma dezena de representações internacionais e de dezesseis estabelecimentos financeiros. A Côte d’Ivoire pertence à “zona franca”, institucionalizada pela União Monetária Oeste Africana. Os sete estados membros (BeninBurkina Faso, Côte d’IvoireMaliNígerSenegal Togo) entregaram a emissão da moeda, o Franco CFA, e de maneira geral, as suas políticas monetárias a uma instituição, o Banco Central dos Estados da África do Oeste, cuja sede fica em Dacar (Senegal).
A Costa do Marfim é o maior produtor e exportador de cacau do mundo. Entre os principais produtos de exportação estão: bananaabacaxicafé e, até a segunda metade do século XX, era o maior explorador de marfim, daí o nome do país.

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