sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FMI falou “bobagens” sobre o Brasil, diz Mantega

FMI falou “bobagens” sobre o Brasil, diz Mantega

28/01/2011

às 20:17

Paulinho da Força e uma nota que define o seu caráter

A delinqüência intelectual do tal Paulinho da Força, deputado federal do PDT (SP) e presidente da Força Sindical, é dessas coisas sem comparação na República. Pois este senhor, acreditem, emitiu uma nota oficial em nome da central, cujo título é este: “Será que Mantega ‘trocou figurinhas’ com FHC?”. O deputado protesta contra a falta de correção da tabela do Imposto de Renda, o reajuste do mínimo etc.

No texto, lê-se:
“Vale lembrar que o ex-presidente FHC passou as férias recentemente na mesma localidade. Será que ambos não se encontraram e ‘trocaram figurinhas’ sobre o receituário do arrocho fiscal, da restrição ao crédito e do achatamento dos salários?”

Trata-se de delinqüência intelectual, de mentira histórica e de vagabundagem política. Se Paulinho queria um mínimo maior do que R$ 545, deveria ter apoiado o tucano José Serra, ora essa! Se escolheu Dilma, sabia qual era a proposta. Quem deu início à política de ganho real para o salário mínimo foi FHC.

Atenção! Nos oito anos anteriores ao governo tucano, o mínimo perdeu 36% de seu valor real, corroído pela inflação. Nos oito anos de governo tucano, teve 44% de AUMENTO REAL. No governo Lula, foi superior, algo em torno de 54%. Mas há uma diferença brutal entre a realidade econômica que ambos viveram. Sem contar que um teve de domar a inflação, e o outro já a encontrou domada.

A nota da Força, assinada por Paulinho, é asquerosa. Ele apoiou a candidata que propunha o mínimo menor e, de algum modo, quer atribuir a responsabilidade a um político que pertencia ao partido que o queria maior.

É uma nota que define o caráter de quem a assina.

Por Reinaldo Azevedo

28/01/2011

às 19:27

Os números perturbados de Mantega. Ou: Cadê você, oposição?

É uma vergonha que tenha de ser eu — o meu amigo — a desmontar a farsa fiscal de Guido Mantega. O PSDB e o DEM, que recebem uma baba do fundo partidário para fazer oposição, deveria ter uma equipe de economistas (como se nota, bastaria um bom) para botar a boca no trombone e denunciar a molecagem com as contas públicas.

Mas não sai uma vírgula.

É que eles estão empenhados em montar “tropas de choque” (leia posts abaixo) para destruir seus próprios parceiros.

Afinal, que importância têm os adversários quando a prioridade é eliminar os aliados, não é mesmo?

Por Reinaldo Azevedo

28/01/2011

às 18:57

O truque de Guido Mantega para enganar os brasileiros e esconder a grave deterioração fiscal do Brasil

Acabo de receber de um amigo, economista de primeiro time, o que segue. Leiam com atenção. Ele desmonta a farsa montada pelo ministro Guido Mantega para sustentar que existe o tal superávit do “governo central”. Tudo não passa, prova este meu amigo, de um truque dos mais mixurucas feito por aquele que ele chama “bufão despreparado”. Trata-se de uma demonstagem técnica, impiedora e inquestionável. Mantega pode atacar o FMI o quanto quiser. Pega bem no meio da bugrada. Só não consegue mudar os fatos.

Reinaldo,

Acabei de ler seu post sobre o pior ministro da Fazenda da história recente do país (isto, considerando que Zélia Cardoso de Mello e Luiz Carlos Bresser Pereira estão no páreo, não é para qualquer um, mas me desvio do assunto) e me vejo na obrigação de comentar. A tal “melhora” das contas do governo federal é uma mentira descarada. Não tenho outros termos para descrever isso, uma bofetada na cara de qualquer economista minimamente informado sobre as práticas contábeis adotadas na gestão Mantega.

Para ficar apenas no caso mais notório, desses R$ 79 bilhões que, diz o ilustre oligofrênico, são o superávit primário de 2010, nada menos que R$ 32 bilhões resultam da curiosa operação de capitalização da Petrobrás em setembro deste ano. Naquele mês, o governo contabilizou como receita a “cessão onerosa de exploração de petróleo” por R$ 75 bilhões e como despesa a aquisição de R$ 43 bilhões de ações da Petrobrás. A diferença, R$ 32 bilhões, foi contabilizada como superávit do governo, numa subversão sem precedentes das regras contábeis - mesmo porque parte significativa destas ações não adquiridas pelo Tesouro foi comprada pelo BNDES e pelo Fundo Soberano, isto é, pelo o Tesouro, através de prepostos.

Note que, obviamente, isto não teve qualquer impacto sobre a economia real: a demanda não caiu (nem subiu) por conta desta operação nem a inflação foi maior ou menor, nem nada, pelo simples e bom motivo que lançamentos contábeis não alteram a realidade à sua volta - na melhor hipótese, refletem-na; na pior, falsificam-na.

Pois bem, sem esta brincadeira, o superávit primário teria sido R$ 47 bilhões - pouco menos de 1,3% do PIB, bem menos do que a meta. Pelas minhas contas, o superávit primário do ano passado está inflado em algo como R$ 55 bilhões (1,5% do PIB). Outros analistas fazem contas distintas e chegam, é claro, a outras estimativas. O Pastore, por exemplo, para citar um que respeito muito, estima que o resultado esteja inflado em algo como 1,1% do PIB). Independentemente disso, todos sabem que os números apresentados pelo Tesouro hoje só valem o suficiente para comprar um café - desde que pinguemos uns R$ 2,50 também…

Aliás, se as coisas estão tão bem, por que mesmo o Guido vem agora jurar que vai fazer um superávit primário de 3% do PIB?. Isso vindo do mesmo sujeito que, em 25/10/2010, afirmou: “Os gastos públicos não têm impacto inflacionário no Brasil” e, em 4/1/2011, “um ajuste fiscal reduz a demanda na economia, o que deve abrir espaço para, no futuro, quando o Banco Central julgar que é possível, os juros caírem.” A manutenção deste bufão despreparado ainda vai nos custar muito caro.

Grande abraço e bom fim de semana.

Por Reinaldo Azevedo

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